01 de Setembro - segunda - Evangelho
- Lc 4,16-30
Jesus de Nazaré foi um judeu da Galileia onde passou quase toda a
sua vida e desenvolveu a maior parte da sua atividade pública. Ora, os estudos
recentes mostraram as particularidades da Galileia de então nos domínios
social, cultural e religioso. No entanto, a interpretação dessas
particularidades é objeto de discussão entre os especialistas. Do ponto de
vista social, a Galileia parece ter conhecido nesse tempo um processo de
urbanização, que afundou o fosso entre as classes detentoras do religioso. O
judaísmo da Galileia tinha traços que o distinguiam do judaísmo de Jerusalém ou
da Judeia em geral. O enraizamento de Jesus na Galileia talvez não tenha
influenciado somente a formulação de sua mensagem.
Os Evangelhos atribuem a Jesus
uma atividade bastante variada que parece supor o desempenho de vários papéis
ou funções sócio-religiosas. Jesus proclama a vinda iminente do Reino de Deus
como um profeta, ensina como um doutor ou um sábio, cura doentes e exorciza
possessos como um homem que está investido do poder de Deus. Parece difícil
colar uma etiqueta a Jesus. Os historiadores privilegiam, segundo as suas
próprias tendências, ora um ora outro dos papéis que os Evangelhos lhe
atribuem, às vezes com a exclusão dos restantes. Ora, tal exclusão não se
impõe, podendo um homem de Deus desempenhar ao mesmo tempo mais do que uma
função. Tudo indica que os contemporâneos de Jesus viram nele um profeta. Há
duas séries de textos evangélicos particularmente significativas a esse
respeito. A primeira, que se lê em Mc 6,15 e em Lc 9,8, conta a reação de
Herodes perante a fama de Jesus. A segunda, presente nos três Evangelhos
sinópticos, relata a chamada confissão de Pedro. As duas séries de textos
informam sobre o que a opinião pública pensava de Jesus. Para uns, Jesus era
João Batista ressuscitado; para outros, Elias; para outros, enfim, um dos
profetas de outrora que ressuscitou. Jesus é ainda chamado profeta pela
multidão ou por um ouvinte individual em vários outros textos próprios a um ou
a outro evangelho.
Ao falar na Sinagoga, Jesus
assumia as palavras de Is 61, 1-2 as quais anunciavam a todas as nações a Sua
missão de ungido do Senhor. Este trecho nos relata o ministério de Jesus aqui
na terra que se constitui também na nossa missão, pelo poder do Espírito Santo:
anunciar a boa nova, proclamar a libertação dos cativos, recuperar a vista aos
cegos, livrar os oprimidos e proclamar o perdão do Senhor! Todos nós que somos
batizados em Cristo temos também esta vocação. Pela palavra que anunciamos,
pela oração que fazemos ou pelo nosso testemunho, todas estas coisas acontecem
àqueles a quem nós nos dirigimos. Naquele tempo o povo de Nazaré não acreditou
em Jesus porque Ele era de casa, mas mesmo assim Ele não desistia dos seus. É
difícil para nós também anunciarmos Jesus na nossa casa ou evangelizar as
pessoas no lugar onde todos nos conhecem. Nem sempre somos acolhidos e
admirados porque seguimos os ensinamentos de Deus. Assim foi também no tempo de
Jesus. Por isso é que Ele nos recorda as figuras de Elias que fez prodígios na
vida de uma viúva que não pertencia ao povo de Israel e Naamã, o sírio, que
procurou Eliseu longe da sua terra para ser curado da lepra. Às vezes não
fazemos sucesso onde queríamos, mas o Senhor nos envia a alguém a quem nem
imaginamos, para que por nosso meio ela possa obter cura e libertação. A quem
você se sente chamado(a) a evangelizar? Para você o que é evangelizar? O que você
tem feito para atrair os seus para uma vida melhor? Você tem visto algum
progresso na sua família por causa do seu testemunho de vida? Você continua
insistindo? Você sente o poder do Espírito Santo quando fala no nome de Jesus
Cristo? Como você acolhe aqueles que lhe anunciam a Palavra da Verdade? Diante
dos seus erros e falhas, você aceita de bom coração as correções? Os
conterrâneos de Jesus não o acolheram. E você?
Pai, que eu saiba acolher Jesus
e reconhecê-lo como Filho de Deus, de modo a tornar-me beneficiário de seu
ministério messiânico.
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