04 de Setembro -
Quinta Evangelho - Lc 5,1-11
Este Evangelho nos traz a cena da pesca milagrosa. O pedido de Jesus a
Pedro – “Avança para águas mais profundas” – é dirigida a todos nós. Ela foi
assumida pela Igreja como o nosso lema no terceiro milênio.
Pedro e os Apóstolos estavam desanimados, porque haviam trabalhado a
noite inteira, e nada pescaram. Mas, obedecendo à ordem do Mestre, avançaram
para o mar profundo, lançaram as redes e a pesca foi abundante. Trazendo para o
nosso trabalho missionário, avançar para águas mais profundas é renovar e
atualizar os nossos métodos de evangelização, pois os antigos já não estão
produzindo o efeito desejado. Precisamos ter audácia. O mundo mudou e nós
também precisamos mudar. Nada melhor que confiar na Palavra de Jesus e avançar
para novos métodos e novos campos de atividade.
Os Apóstolos obedeceram a Jesus fazendo uma coisa quase irracional, pois
qualquer pescador da região sabia que hora de pescar era à noite. No entanto, o
Mestre mandou, vamos obedecer. E o resultado foi surpreendente. Também conosco
pode acontecer a mesma coisa. Com a graça de Deus, mesmo cristãos sem muito
preparo ou qualidades humanas, podem operar maravilhas.
Temos na História, tanto Bíblica como da Igreja, muitos exemplos nesse
sentido:
Abraão obedeceu a Deus e foi na direção que Deus lhe indicara, mesmo sem
saber para onde ia, e deu tudo certo, dando origem ao povo de Deus (Cf Gn 12).
São Geraldo era doente, tão doente que ninguém dava nada por ele. No
entanto, fez um fantástico trabalho missionário como Irmão Redentorista.
Ser um cristão ou cristã comprometida com a transformação da sociedade
exige fé e confiança. O mundo está precisando de gente assim. As pastorais das
nossas paróquias e Comunidades estão precisando de gente assim. Não só, mas o
magistério e a vida política está precisando urgentemente de pessoas assim.
Benditos aqueles e aquelas que, apoiados na graça divina, se lançam para
o mar profundo, buscando construir, na sociedade moderna, o Reino de Deus.
Todos os serviços a Deus e à pessoa humana, assumidos por amor, são vocações
divinas. Destaca-se o matrimônio, que é um ideal de vida e de comunhão a dois,
construindo a família.
Mas o processo de avançar para águas mais profundas precisa ser renovado
cada dia. Pois o rebanho de Cristo está sendo invadido por lobos vorazes. A
própria consciência dessa realidade já é um chamado de Deus. O mesmo Deus que
dá o ver, dá também o julgar e o agir. Não só dá mas abençoa e acompanha.
Precisamos ir aonde o povo está, nas águas mais profundas, e não
ficarmos esperando na praia, ou na margem rasa do lago.
O Documento de Aparecida, após apresentar vários desafios do nosso
Continente, nos convoca a sermos “discípulos e missionários de Jesus Cristo,
para que nossos povos tenham mais vida nele”.
Certa vez, um pai estava caminhando em uma estrada, com o seu filhinho
de sete anos. E começaram a subir uma montanha. O menino se cansou de subir e
começou a chorar. O pai não podia carregá-lo porque estava com as mãos cheias.
Ele teve uma idéia: Cortou uma vara tipo cabo de vassoura, limpou-a bem
e entregou ao filho dizendo: “Olhe aqui um cavalinho para você montar! O
garotinho aceitou o brinquedo, montou no “cavalinho” e, alegre, foi embora,
subindo a montanha, até na frente do pai..
Precisamos descobrir estratégias para que o nosso trabalho missionário
seja alegre e divertido. Precisamos conhecer os segredos do nosso corpo, e
usá-los para o bem.
Maria Santíssima respondeu “sim” a todos os apelos que Deus lhe fez. Que
ela nos ajude a fazer o mesmo.
Eles deixaram tudo e seguiram a Jesus.
Padre Queiroz
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