27 de agosto - Quarta - Evangelho
- Mt 23,27-32
Mateus recolhe em sete a
expressão: ai de vós, usada por Jesus, para introduzir as
acusações dirigidas contra os escribas e fariseus como já tivemos ocasião de
meditar no Evangelho de ontem! No Evangelho de hoje, temos os dois últimos “ai
de vós” da seqüência. A repetição explícita, “ai de vós, escribas e fariseus
hipócritas…”, mostra-nos a contundência da censura. Na ocasião das grandes
festas, os sepulcros eram caiados para evitar algum contato involuntário de
alguém que, assim, se tornaria impuro.
A indignação de Jesus contra os mestres
da Lei e fariseus é tão grande, que Ele os compara a “sepulcros caiados”, pois
têm a aparência exterior de um túmulo recém pintado de branco que tenta
esconder uma realidade interior cheia de podridão. São eles aqueles que
aparentando ser boas pessoas, escondem uma realidade de mentiras, pecados e
nada comprometida com os preceitos morais.
Depois Jesus fala das edificações
(sepulcros e sacrários), que ficam ao redor de Jerusalém, para os profetas
martirizados. Ele acusa escribas e fariseus de serem descendentes (física e
espiritualmente) dos responsáveis por esses martírios.
É desta forma, expressando seus “ais”,
que Jesus mostra sua mágoa pela forma como escribas e fariseus fazem mau uso de
sua liderança religiosa que deveria estar a serviço da comunidade e não
servindo para exaltação e interesse próprio.
Este são os mesmos perigos que permeiam
nossas comunidades, ainda hoje, e que prejudicam a vida espiritual de muitos.
Certamente Jesus diria novamente um “ai”, se participasse das comunidades de
agora.
Meu irmão, minha irmã! Jesus continua a
nos interpelar assim como fez com os mestres da Lei e os fariseus a respeito da
sinceridade nas nossas “boas ações”. A franqueza e a transparência devem ser um
princípio básico nas nossas atitudes. O nosso coração deve dar o ritmo para as
nossas realizações, do contrário, por mais esforço exterior que façamos as
nossas obras denotarão sinal de morte e não de vida. Seremos como sepulcros
caiados, por fora, impecáveis, por dentro cheios de imundície. Assim também, em
relação às palavras que pronunciamos, aos elogios fáceis e cheios de hipocrisia
que emitimos com o intuito de agradar a alguém, enquanto o nosso coração,
muitas vezes, até critica e reprova. A verdade e a justiça devem permear as
nossas atitudes, nem que doa. Jesus foi transparente e sincero quando disse:
“Ai de vós, hipócritas”!
Será que
eu e você, somos nós, hoje, os mestres da Lei e os fariseus, falsos e cínicos?
Como está a sua justiça? Ela é verdadeira? O que será que você poderá estar
vivendo, só de fachada? Você gosta de criticar as falhas dos outros achando que
não cairia no mesmo erro? Você costuma fazer alguma coisa somente para parecer
“bonzinho – boazinha”? Você costuma refletir sobre as conseqüências das suas
ações? Você tem costume de elogiar as pessoas somente para agradá-las? Se a sua
conduta não for diferente da dos mestres e doutores da Lei saiba que Jesus está
dirigindo para você estas palavras: Ai de você fariseu, hipócrita e
doutor ou doutora da Lei!
Pai, torna-me de tal modo transparente
que meu íntimo possa ser revelado por meus gestos e atitudes. Livra-me de ser
como um sepulcro caiado!
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