05 de Setembro - Sexta - Evangelho - Lc
5,33-39
Depois de ter sido questionado pelos fariseus por comer com os
publicanos e pecadores, agora é cobrada de Jesus a observância do jejum e das
orações rituais. Jesus rompe com a tradicional piedade da Lei. Além de
sentar-se à mesa com companhias pouco recomendáveis segundo os critérios do
legalismo religioso, “comem e bebem”, desprezando os jejuns rituais. Jesus,
como um noivo presente entre os convidados em uma festa de núpcias, não vem trazer
castigos, mas sim comunicar alegria e vida.
Neste Evangelho de Lucas e no de Marcos,
o questionamento a Jesus é feito por um sujeito indeterminado: “eles”. Já
Mateus, de modo próprio, atribui a pergunta aos discípulos de João. O jejum era
praticado tendo-se em vista o perdão dos pecados diante de um Deus vingativo
para com homens e mulheres, o qual deveria ser aplacado com sacrifícios.
A parábola do remendo, em Lucas, é
revestida de um colorido especial: não se corta um pedaço de uma roupa nova
para colocá-lo como remendo em roupa velha. Além de estragar a roupa nova,
repuxa a roupa velha e, ainda mais, não vai combinar! A sentença final é uma
alusão aos judeus, apegados à sua antiga tradição, que rejeitam a novidade de
Jesus.
Jesus não vem castigar nem condenar, mas
libertar e acolher. A sua presença entre os discípulos, expressa pela imagem do
noivo em um casamento, é motivo de alegria e festa, não de luto e jejum.
As duas parábolas que se seguem exprimem
bem a novidade de Jesus, que não combina com a prática legalista da tradição do
Primeiro Testamento. A frase final, que termina com a expressão: “o vinho velho
é melhor”, é estranha no texto e indica inserções que se cristalizaram na
tradição.
O que na verdade Jesus quer salientar é
uma prática que saia do fundo do coração. É esta a proposta que Jesus nos
apresenta para nossas ações. Diante de Deus todos os nossos atos terão o valor
proporcional ao que o nosso coração lhes confere. Fazer apenas por fazer, não
nos edifica nem nos ajuda na caminhada para Deus. O odre e a roupa significam a
nossa mentalidade e a maneira como acolhemos as observâncias que Deus nos
propõe por meio da sua Palavra e dos seus mandamentos. A maneira como encaramos
os fatos da nossa vida e a mentalidade com a qual nós participamos das
propostas de Deus nos dão a garantia para que as nossas ações diante do Senhor
tenham valia. O que é novo não cabe na mentalidade antiga. Precisamos de um
espírito aberto, para acolher as novidades do Evangelho e viver segundo os
mandamentos de Deus. Do contrário, não daremos frutos.
Você é uma pessoa apegada ao seu modo de
pensar? – Você é capaz de mudar de opinião diante das novidades do Evangelho? –
Com que espírito você jejua ou faz sacrifício? – Você costuma murmurar e se
lastimar das coisas boas que você faz aos outros
Pai, abre meu coração para acolher a
novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos
e contaminá-la com o egoísmo e o pecado.
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