18 de setembro - Quinta - Evangelho -
Lc 7,36-50
A Liturgia de hoje nos fala da
misericórdia de Deus que perdoa o pecador arrependido, na pessoa da mulher
anônima. Anônima para dizer que esta pode ser eu, pode ser você, quando se
arrependidos voltarmos para Deus implorando a sua misericórdia e perdão.
Jesus aceita comer na casa do fariseu, onde, de repente, aparece
uma mulher pecadora, prostituta, portanto, excluída da sociedade dos bons, por
dois motivos: por ser mulher e por exercer a profissão mais antiga do mundo.
Ninguém a convidou, mas todos a conhecem.
O fariseu julga e condena Jesus e a pecadora. Jesus reage e conta
a história dos dois devedores perdoados. “Teus pecados estão perdoados”. E a
reação dos convidados? “Quem é este que perdoa os pecados?”.
Jesus não tinha medo das pessoas mal-afamadas. É perigoso
julgar-se justo a si mesmo. É preferível que Deus nos julgue justos a sermos
considerados justos diante dos homens. Diante de Deus são justos os que
reconhecendo as suas falhas, erros e os seus pecados arrependidos e humilhados,
dobram os seus joelhos pedindo perdão a Deus, e então, recebem o seu perdão. Para estes
não tarda a resposta de Deus na pessoa do Filho: Tua fé te salvou. Vai em paz.
Jesus diz ao fariseu: “Seus muitos pecados lhe são perdoados porque muito
amou”. Simão, poderíamos dizer, é o que deve 50 denários e a mulher 500.
A pecadora já se sente perdoada. Para o fariseu, aquela mulher é
pecadora e pronto. Não tem o direito de aproximar-se de ninguém. Ele cumpre a
lei, ela não. Por isso pode condená-la. Jesus perdoou a mulher diminuída em sua
dignidade. Põe uma condição: “não peques mais”. E ela não pecou mais, tornou-se
santa. Jesus deixa claro que o perdão é dom gratuito de Deus e o pecador
arrependido expressa, através do amor, a acolhida do perdão. Feliz aquele que
experimenta o amor e a misericórdia, como Davi e a mulher sem nome do evangelho
de hoje. Ninguém pode julgar o amor que está dentro do homem, no seu
arrependimento, na sua dor. A nós é pedida a misericórdia, só a misericórdia.
Façamos esta experiência. Cada um reza a seu modo: ela, no silêncio e lágrimas.
Você que se considera justo louve e agradeça a Deus. Todavia vigilante para não
se julgar o todo poderoso diante dos outros que erram e falham. Saiba que à
mulher do evangelho foi-lhe restituído um coração novo: “Tua fé te salvou”.
Jesus é o nosso modelo de aproximação dos pecadores. Ele
foi compassivo e misericordioso porque veio para curar os doentes; veio para
buscar os perdidos; veio para libertar os cativos. Observe que Jesus foi muito
mais duro com os religiosos do que com os pecadores.
Ao se
defrontar com determinadas situações, procure imitar a Jesus Cristo, procure
entender como Ele agiria se estivesse em seu lugar. Pense nas características
da graça: ela não discrimina porque Jesus não salva baseado em nossos méritos,
mas sim no seu coração cheio de compaixão e misericórdia. Não olhe para o que a
pessoa é; mas o que Deus pode fazer na vida dela. Lembre-se que a fé é o
instrumento que Deus usa para aplicar em nós a sua graciosa salvação e esta é
um dom de Deus.
Pense que o maior pecador, pode vir a ser o melhor
pregador. O exemplo da mulher samaritana que de pecadora, se transformou em
evangelista ao chamar a cidade para ouvir a Cristo. Lembre-se: o incrédulo de
hoje, pode ser o seu irmão amanhã! Você não conhece os caminhos nem os
pensamentos de Deus. Por isso, devemos estar atentos para que as nossas
posições não nos coloquem em um lado oposto ao que Cristo está sendo em juízo
dos outros.
Pai, faça-me nutrir um amor tão entranhado a Jesus a
ponto de não ter vergonha de manifestá-lo em nenhuma circunstância, mesmo
correndo o risco de ser mal-compreendido e a usar de misericórdia e compaixão
para com os meus irmãos e irmãs.
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