NOSSA SENHORA DAS DORESSEGUNDA FEIRA 15/09/2014
1ª Leitura Hebreus 5, 7-9
Salmo30(31), 17b “Salvai-me pela vossa misericórdia, ó Senhor
Deus!”
Evangelho João19, 25-27
A Dupla Maternidade de Maria...
Hoje é Dia de Nossa Senhora das Dores, o título se refere ao quadro
doloroso de uma Mãe, ao pé da cruz, diante do Filho agonizante. Pode se meditar
sobre o sofrimento desta vida, em virtude da nossa adesão a Jesus Cristo, a
partir da Fidelidade de Maria de Nazaré. Este é um enfoque grandioso e
profundo, importantíssimo á espiritualidade de todos nós. Mas com o Evangelista João todo cuidado é pouco,
não dá para pegar a primeira interpretação e dizer que era essa a única
intenção do autor. A Teologia Joanina é uma fonte inesgotável da Palavra de
Deus...
O sofrimento faz parte da vida e da missão de Ser Mãe, aliás, um
poeta já escreveu que “Ser Mãe é padecer no paraíso”. Maria está de pé, junto
com outras mulheres, diante da cruz. Provavelmente uma comunidade lá dos anos
90, final do primeiro século onde mulheres tinham um destaque especial pela sua
atuação na comunidade. Hoje também é assim, as mulheres dão vida as nossas
pastorais! A Expressão “estar em pé” é uma forte e explícita alusão
a Ressurreição.
Os cristãos daquele tempo encontravam aconchego e segurança no seio
das comunidades, a Igreja Nascente era na verdade uma Mãe, que acolhia, protegia,
dava consolo, na hora da dor e do sofrimento. Essa mulher a quem Jesus dá por
Mãe ao Discípulo amado, é ao mesmo tempo Maria e a Igreja. Desde os primeiros
dias após a morte do Senhor na cruz do calvário, Maria de Nazaré acolheu em sua
vida e coração aquele temeroso grupo dos discípulos que nos primeiros dias se
reuniam sempre a portas fechadas. Era ela a terna Mãe onde aqueles homens
abatidos pela dor sentiam-se fortalecidos e consolados. Se imaginarmos que ouve
um certo tempo de ausência Física de Jesus na comunidade nascente, o elo de
ligação com o Ressuscitado era Maria de Nazaré. Maria não ficou em casa,
trancada, curtindo sua dor e tristeza profunda, mas foi na comunidade viver a
comunhão, porque em seu coração a Esperança lhe dava a certeza de que o Filho
estava Vivo!
Maria e a Igreja, a Igreja, Maria e nós discípulos e discípulas do
Senhor. Uma relação que se eterniza pelos séculos, marcada por intensas
alegrias, mas também por dores e tristezas. Maria é Mãe que se faz irmã, Maria
é a Igreja, que se faz Mãe, gerando no útero da Pia Batismal tantos filhos e
Filhas, alguns fiéis como aquele Discípulo amado, outros não tão fiéis assim,
que o negaram, que o traíram. Mas todos os Filhos e Filhas que foram acolhidos
pela Igreja e por Maria, na Missão e Papel de Mãe.
E por último uma constatação: João a acolheu como Mãe, em sua casa,
em sua vida e em seu coração, é preciso que nós também acolhamos a nossa
querida Igreja, em nossa casa, em nossa vida e em nosso coração pois, só quem
aceita se relacionar com essa Mãe –Maria – Igreja, estará em comunhão com o
Filho Jesus. Neste Dia de Nossa Senhora das Dores, pensemos nas Dores de Maria
ao Pé da Cruz, mas pensemos também nas Dores da Igreja diante da cruz de tantas
rejeições e incredulidades. Nossa Senhora das Dores, intercedei por todos nós,
vossos Filhos e Filhas! Amém. (Diácono
José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br )
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