Ficai preparados!
Neste Evangelho, Jesus nos lembra que a sua vinda ao nosso encontro será
imprevista. Por isso devemos viver sempre preparados, nas vinte e quatro horas
do dia e nos sete dias da semana. Para deixar claro, ele nos conta três
parábolas: a do ladrão, a do empregado fiel e a do empregado mau.
A vigilância consiste em vivermos sempre em dia com as nossas
obrigações: familiares, de trabalho ou de estudo, e principalmente com os
nossos deveres para com Deus. Fazer o bem e evitar o mal sempre, não apenas
quando somos vistos, ou quando os outros poderão ficar sabendo. Isso por que
Deus sabe tudo, e conhece a nossa vida toda, minuto por minuto.
“Se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente
vigiaria.” Jesus se compara com um ladrão, apenas nesse sentido, que ele virá
de surpresa. Assim como a nossa vigilância contra ladrões é de vinte e quatro
horas, a nossa vigilância na espera de Jesus deve ser igual, pois ele virá de
repente.
A recompensa ao cristão fiel é generosa: “O senhor lhe confiará a administração
de todos os seus bens”. Para nós, a recompensa será muito maior: a vida eterna
junto com Deus e com a sua e nossa família, que são os anjos e os santos.
Também o castigo ao cristão infiel será exemplar: O senhor “o partirá ao meio e
lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes”. O
inferno é muito pior do que esta figura.
As três parábolas têm a mesma mensagem: O senhor virá no dia em que não
esperamos e na hora em que não sabemos.
Esta advertência de Jesus, de vigilância, é de grande atualidade, pois o
desenvolvimento da ciência e da técnica traz para nós certo comodismo. Se as
coisas são fáceis aqui, pensamos que serão fáceis também com Deus. E é aí que
dançamos.
Junto com o conforto, a ciência e a técnica trazem grandes tentações:
droga, sexo desenfreado, infidelidade matrimonial, sacerdotal e religiosa,
ociosidade... “Não nos deixeis cair em tentação!”
Hoje celebramos a memória de Santa Mônica. Ela nos apresenta um grande
meio de perseverança e de vigilância: a oração. Mônica viveu no Séc. IV, na
cidade de Tagaste que hoje pertence à Argélia. Seu esposo se chamava Patrício.
Ela era católica e o marido pagão. Patrício era um homem violento, rude e de
vida devassa. Tiveram três filhos: Agostinho, Navígio e Perpétua. Quando os
filhos se tornaram jovens, o pai faleceu, já convertido ao cristianismo, graças
à oração de Mônica.
Logo cedo, Agostinho, imitando o pai, tornou-se um jovem peralta,
teimoso e indisciplinado. A mãe se esforçava pela sua conversão, através do
aconselhamento, mas principalmente através da oração. Terminado o curso
fundamental, Agostinho foi para Cartago, cidade grande, a fim de cursar a
faculdade. Ali, longe da família, caiu de uma vez: aventuras e prazeres de todo
tipo. Um dia ficou sabendo que era pai. Como a mãe era uma prostituta e não
tinha condições de criar o filho, Mônica o trouxe para a sua casa e o criou.
Chamava-se Adeodato.
Terminada a faculdade, Agostinho foi nomeado professor na universidade
de Milão, na Itália. Como Navígio e Perpétua já eram casados, Mônica foi com
Agostinho para Milão. Lá, vários anos depois, aconteceu a conversão do filho.
Ele resolveu voltar para a sua terra natal. No navio, sua mãe faleceu. No seu
livro Confissões, Agostinho escreve as últimas palavras de sua mãe: “Meu filho,
não sei mais o que fazer nesta vida. Por um só motivo eu desejava viver. Era
para ver você cristão. Agora que Deus me concedeu esta graça, parto feliz deste
mundo”. Podemos dizer que Mônica gerou duas vezes Agostinho: para a terra e
para o céu.
Maria Santíssima era tão vigilante que, no final de sua vida terrena,
foi direto para o céu em corpo e alma. Isso porque a sua vida aqui já era a
vida do céu. Santa Maria e Santa Mônica, rogai por nós!
Ficai preparados!
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