10 de junho - Evangelho - Mt 5,13-16
Depois de nos ter apresentado o seu plano pastoral no Sermão da
Montanha. Jesus agora nos faz responsáveis pela vida dos nossos irmãos e irmãs.
E por isso usa as figuras do sal, da cidade e da luz. Mas padre, o que é ser sal e luz para o
meu irmão e minha irmã? E então eu responderia: Ser sal é ser o que dá gosto às
coisas. Ser luz é ser o que ilumina. Todavia, cuidado. Porque a prerrogativa de
ser sal e de ser luz pode tanto se inclinar para o bem, quanto para o mal.
Aquele que se volta para o mal se torna também uma pessoa salgada, porém, salga
a si mesma, dá gosto a si própria. Veja bem, aquele que se projeta como um
grande político ateu, um maçom em alto grau, um empresário inescrupuloso, um
déspota, ou mesmo um criminoso famoso são exemplos de ser sal, mas para o mal.
Quer coisa mais salgada do que Hitler?
Ele foi luz e sal, porém, em oposição ao bem. Quantas pessoas brilham por aí…
brilhos efêmeros. Por exemplo, quantos cantores, compositores, atores,
apresentadores, jogadores de futebol brilham ou brilharam como um cometa?
Gostar de futebol, tudo bem! Mas quantos assalariados se privam de coisas para
ir ao campo de futebol, fazendo com que certos jogadores ganhem fortunas. Isto
é acender luzes. São luzes que acendemos impróprias, mas que “iluminam”. Poderiam
ser chamadas de trevas, pois estão em oposição à luz de Deus, que é a
verdadeira luz.
Devemos ter muito cuidado com o nosso
agir, com o nosso ser. Deus quer que sejamos sal e luz para glorificá-lo, para
a construção do Seu Reino. E isto só é possível vivendo conforme nos ensina.
Por isso termina dizendo que a luz deve ser mostrada. Devemos mostrar isso às
pessoas em louvor a Deus.
Ser luz e ser sal para glorificar a Deus
é muito diferente do que se pensa e é difícil agir com este entendimento,
porque a tentação está sempre a nos sugerir que sejamos luz e sal para nós
mesmos. A todo momento sentimos aquela tentação: Por que ser luz de outra
forma? Seja luz para si mesmo, assim vai brilhar muito mais. Por que ser gosto
de outra forma? Seja gosto para si mesmo. Você é bonito, inteligente e vai
perder tudo isto por uma bobagem? Não! Pense em você, colha para si mesmo os
louros de seu trabalho, de sua vitória, de seu sucesso. O pecado original
surgiu daí: da vaidade e da soberba.
Este Evangelho é muito claro. Essa luz e
esse sal podem ser dados para ambos os lados, adquirindo, obviamente,
conotações opostas e consequências distintas. Jesus disse que não se acende uma
luz para colocá-la debaixo da mesa, mas na luminária. Disse ainda que não se
pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, quer dizer, se estivermos
crescendo diante de Deus ou do demônio, vamos aparecer de forma positiva ou
negativa, naturalmente.
Este é também o Evangelho do
discernimento. Devemos discernir a luz que brilha para Deus e o sal que salga
para o bem. Precisamos desse discernimento, para refletirmos a luz de Deus e
sermos o sal da terra louvando-o; caso contrário vamos brilhar e salgar para
outras finalidades, que não conduzem ao Pai que está no Céu. Mas sim ao pai da
mentira, ao pai das trevas que é satanás.
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