Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros.
Neste Evangelho, Jesus nos apresenta o seu mandamento: amar-nos uns aos
outros como ele nos amou. No Antigo Testamento era “amar o próximo como a si
mesmo”; Jesus deu um passo à frente, porque tirou todos os limites do nosso
amor ao próximo. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos
amigos”.
Um pouco antes, Jesus havia chamado este seu mandamento de novo:
“Filhinhos... eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu
vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,33-34). O
título “filhinhos” mostra o amor que Cristo tem por nós.
“Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns
aos outros” (Jo 13,35). Portanto, o que nos identifica como discípulos de Jesus
é o amor ao próximo, e ponto final. O amor é a ponte que liga esta vida terrena
com a futura, o Céu. Quem vive no ódio, já vive neste mundo numa situação de
inferno, que depois da morte vai apenas continuar. Já quem vive no amor, já
vive neste mundo numa situação de Céu, que depois da morte vai apenas
continuar.
“Todo aquele que odeia o seu irmão é um homicida” (1Jo 3,15). Isso
porque o amor é tão necessário ao ser humano como a água para o peixe. Vamos
então amar o próximo. Se alguém não nos amar, que não o deixemos de lado. É
assim que mantemos com vida as pessoas que nos cercam.
“Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando.” Quem de nós não quer
ser amigo ou amiga de Jesus! Por isso vamos fazer o que ele nos manda, que é
amar-nos uns aos outros.
“Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu
Pai.” Os amigos não escondem nada um para o outro. Quantas vezes nós guardamos
para nós informações que fariam bem ao nosso próximo!
O carvão, quando o fogo toma conta dele, muda de cor: fica vermelho,
brilha e aquece. Não é propriamente o carvão, mas o fogo que está nele. Com
quem vive no amor acontece a mesma coisa; torna-se uma brasa que aquece o
mundo.
A nossa comunhão com Deus exige que tenhamos comunhão com o nosso
próximo, dando preferência para aqueles e aquelas que mais precisam de nós,
mesmo que seja de um simples sorriso. Onde existe amor, Deus aí está.
“O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá.” Temos
portanto aí o instrumento para receber as graças de Deus: o amor ao próximo. E
Jesus volta a insistir: “Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.
Quem ama pensa mais no outro que em si mesmo, e encontra a sua alegria
em servir. A transformação acontecida dentro de quem ama é como a transformação
de um filme branco e preto em colorido: as cenas são as mesmas do dia-a-dia,
mas adquirem colorido, plenificam a vida.
Certa vez, um casal estava viajando de carro, numa viagem longa, e à
noite, pelas três da madrugada, um dos pneus furou. Ele foi dirigindo devagar
até encontrar um posto. Ao chegar ao posto, viram, ao lado da bomba de
gasolina, um homem. O motorista parou o carro e pediu se ele podia trocar o
pneu. “Sim” – respondeu o homem – “mas o senhor me empresta as ferramentas?”
“Pois não”, disse o motorista. E lhe entregou o macaco e a chave em cruz.
Enquanto ele fazia o serviço, viram que uma lanchonete do outro lado da
rua abriu as portas. Então o casal foi até lá tomar um café. Enquanto tomavam o
café, contaram para o garçom o fato, e a sorte de terem encontrado um frentista
naquela hora. O garçom disse: “Não, aquele senhor não trabalha ali não! Ele
estava esperando nós abrirmos aqui para vir tomar café”. O casal quis
gratificá-lo, mas ele não aceitou. “Eu tenho com que viver” – disse ele –
“podem ir e boa viagem!”
Durante a nossa vida, as oportunidades de amar o próximo e servi-lo
surgem das mais diversas formas. Se o casal não tivesse ido tomar o café, não
teria descoberto que aquele senhor não era o frentista.
Maria Santíssima passou a vida servindo o próximo, seja em casa como mãe
e esposa, seja junto aos vizinhos e parentes. Mãe do belo amor, rogai por nós!
Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros.
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