DOMINGO - 8 de Junho de 2014 - Evangelho - Jo 20,19-23
Como o Pai me enviou, também eu vos
envio: Recebei o Espírito Santo!
Hoje celebramos com alegria a solenidade
de Pentecostes, que é a vinda do Espírito Santo. O fato está narrado na
primeira Leitura e no Evangelho. O Evangelho narra que Jesus nos mandou o
Espírito Santo a fim de continuarmos a sua missão na terra: “Como o Pai me
enviou, também eu vos envio. E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e
disse: Recebei o Espírito Santo!”
O Evangelho destaca também que o
Espírito Santo veio sobre os Apóstolos para lhes dar o dom de perdoar os
pecados: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes será perdoados; a quem não os
perdoardes, eles lhes serão retidos”.
Jesus é o “Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo” (Jo 1,29); e a Igreja é a continuadora de Jesus, levando esse
perdão a todos os homens e mulheres do mundo.
Neste pequena trecho do Evangelho, Jesus
fala duas vezes: “A paz esteja convosco”. Dá impressão que essa foi a
finalidade de tudo: dar-nos a paz, uma paz completa e permanente. O pecado gera
sentimento de culpa, o que nos tira a paz. Sem paz, a pessoa não tem alegria,
nem felicidade, nem força para agir e fazer o bem. Como que é importante o
sacramento da confissão!
Também o perdão que nos damos uns aos
outros faz bem. Ele traz a paz tanto para quem é perdoado como para quem
perdoa. Há pessoas que só vêem as limitações do próximo. Isso é uma “miopia”,
porque as pessoas têm muito mais qualidades do que defeitos. Destacar as
qualidades de uma pessoa é um incentivo para que ela vença as suas falhas e
melhore de vida.
A paz é melhor que as riquezas, que as
honras e melhor até que a saúde. Mas a paz não nos vem isolada; ela é fruto da
justiça e do perdão. Quem é justo e perdoa torna-se uma fonte de paz no mundo.
“Estando fechadas, por medo dos judeus,
as portas...” Com esse medo todo, dá impressão que, se o Espírito Santo não
tivesse vindo, a Igreja teria acabado ali mesmo.
O Espírito Santo tira o medo exagerado,
e acrescenta à nossa coragem a confiança de que Deus fará também a parte dele e
nos defenderá. “Se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará
mal algum” (Mc 16,18).
Na primeira Leitura, o Espírito Santo
vem como Luz e Força para os discípulos. Luz para nos mostrar o caminho, e
força para seguimos esse caminho.
Outro dado interessante é que o Espírito
Santo não veio sobre indivíduos, mas sobre a Comunidade cristã reunida. Ele não
deseja destacar pessoas, mas sim a Comunidade, que é o Corpo Místico de Cristo
e o principal instrumento de construção do Reino de Deus no mundo.
A Igreja (Comunidade) é a grande agente
transformadora do mundo; nós somos membros, ou peças dessa máquina.
Eu vou contar um fato acontecido no
Estado do Acre, em 1981. João Eduardo era um senhor, pai de família e líder da
Comunidade rural onde ele morava.
O governo desapropriou uma grande área
de terra e encarregou o João Eduardo de fazer a distribuição para as famílias
de agricultores sem terra.
Durante esse trabalho, João descobriu
que havia um atravessador vendendo lotes do assentamento. João o procurou,
pediu que ele parasse com aquele ato ilegal, e ameaçou denunciá-lo. O
atravessador o ameaçou de morte, caso o denunciasse. Mesmo assim, João Eduardo
o denunciou. E não deu outra: ele foi assassinado dia 18/01/1981.
O Espírito Santo nos dá coragem para enfrentar
até ameaça de morte, para fazermos o bem e implantarmos a justiça. João Eduardo
sabia que a nossa existência não a morte, mas é eterna. E ele acreditava que,
se lhe acontecesse alguma coisa, a providência divina não abandonaria a sua
família, como de fato não abandonou.
Após a ascensão, os discípulos foram
para Jerusalém e se reuniram, a espera do Espírito Santo que Jesus havia
prometido. E ali, “todos eles perseveravam na oração em comum, junto com
algumas mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14). Que Maria
Santíssima esteja também em nosso meio, ela que é a esposa do Espírito Santo.
Como o Pai me enviou, também eu vos
envio: Recebei o Espírito Santo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário