QUINTA - 12 de Junho de 2014 - Evangelho - Mt 5,20-26
Bom dia!
É muito profunda essa reflexão de hoje e
talvez a mais difícil de cumprir, pois foge ao nosso controle. Jesus apresenta
a morte como um grande pecado, mas a indiferença também.
Sim, às vezes pelos desentendimentos,
pelas posturas contraditórias e até pelas perseguições sofridas, escolhemos
gostar de alguns e segregar a outros de nossa vida. Ele deixa entender que
entre a EMPATIA e ANTIPATIA, a AÇÃO e a OMISSÃO existe uma linha tênue, que aos
seus olhos, morte ou omissão acabam agredindo ao outro da mesma forma, mudando
apenas na intensidade, ou seja, como se pode dizer EU AMO sendo indiferente ao
que realmente sofre?
“(…) Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas
odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não
poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que dele recebemos:
quem ama a Deus, ame também seu irmão”. (I João 4, 20-21)
Sei que posso dar um tiro no pé, mas
quantas vezes ouvi, talvez por ingenuidade ou falta de informação, irmãos de
longos anos de caminhada dizer que seu único compromisso é com o seu grupo de
oração, pastoral ou movimento?! Como posso dizer que minha identidade é essa ou
aquela se nada na igreja foi feito para apenas um povo eleito de uma
determinada pastoral?
Os dons que temos não têm finalidade
alguma se não aplicados aos irmãos! Temos imensas falhas, nosso humano fala
muito alto nas nossas decisões até mais corriqueiras. Temos mania de fazer
grupinhos e “reservar a graça” a aqueles que dali congregam. Separamos cristãos
dos “pagãos” e muitas vezes agimos como os próprios homens da lei a qual Jesus
se refere no texto.
Ser igreja não é tomar uma identidade
política partidária; não é ser pastoral e esquecer-se de rezar; não é se fechar
dentro de um grupo e fingir que não existe gente lá fora ou apenas vê-la quando
participar do seu modo de pensar… Ser igreja é se importar com mais alguém além
de mim mesmo.
“(…) Meus irmãos, que adianta alguém
dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria capaz de salvá-lo?
Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que lhes falta a
comida de cada dia; se então algum de vós disser a eles: “Ide em paz,
aquecei-vos” e “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que
adianta isso? Assim também a fé: se não se traduz em ações, por si só está
morta”. (Tiago 2, 1417)
Ai, de Paulo e da Nossa igreja se ele,
movido pelo Espírito Santo, não saísse pelo mundo a levar a boa nova? Quem
melhor entendeu isso que São Francisco de Assis que chamava a todos e a tudo de
irmãos?
Nada do que disse aqui é para enaltecer
ou diminuir esse ou aquele, pois na verdade, nossas pastorais somos nós mesmos
e se às vezes precisamos de um toque de atenção para voltar a direção certa,
devemos acolher.
Eu amo ser igreja!
Um imenso abraço fraterno!
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