SEGUNDA FEIRA DO TEMPO
PASCAL 26/05/2014
1ª Leitura Atos 16, 1-15
Salmo 149,4a “Porque o
Senhor ama o seu povo”
EvangelhoJoão 15, 26-16, 4 a
Dizia-me um aluno da minha
classe de Teologia Pastoral para leigos, quando eu falava sobre a História da
Igreja e essa tensão entre a Igreja Misteriosa e a Igreja institucional: “Nós
não podemos fazer a parte que é do Espírito Santo, e Ele também não vai fazer a
nossa”.
Achei isso fantástico, não
sei como ele deduziu isso, ou ouviu alguém dizer, mas pelo jeito assimilou esse
ensinamento como membro de uma comunidade. Fantástico! É isso mesmo... Quando
deixamos para o Espírito Santo certas tarefas e incumbências que o Pai nos deu,
enquanto missão, não estamos sendo cristãos fervorosos, mas apenas cristãos
omissos, e quando queremos e insistimos em fazer algo que compete única e
exclusivamente ao Espírito Santo, estamos voltando as origens do Gênesis,
tentando ser Deus em sua essência, o mesmo pecado de Adão e Eva.
Talvez o leitor comente
consigo mesmo: “ Graças a Deus nunca fiz isso...”. Esse é um pecado que todos
nós cometemos. Por exemplo, os irmãos e irmãs da comunidade não são e nunca o
serão, do jeito que nós queremos: convertidos, virtuosos, atitudes e
pensamentos sempre em harmonia com o que NÓS pensamos e fazemos. Pronto ! Aí
estamos nós ,querendo dar uma de Espírito Santo para mudar aquela pessoa.
Por outro lado pensemos:
como é difícil conviver com pessoas diferentes de nós, algumas são até
irritantes, intransigentes, e até mesmo insuportáveis! Eis aí algo que compete
a nós, mas que precisamos do Espírito Santo para nos tornar flexíveis e
maleáveis. Nos dois casos é o Espírito que age, porém no segundo, que é a
questão da flexibilidade e docilidade para com os outros, temos que fazer a
nossa parte, esforçando-nos para controlar nossos instintos egoístas e egocentristas.
No primeiro caso nada temos a fazer, poisé o Espírito Santo que vai agir, que
vai trabalhar no coração e na vida daquele irmão insuportável, e o Espírito
Santo tem um jeitinho especial, personalizado, para renovar cada um de nós,
pois ele trabalha a partir daquilo que somos, por uma razão bem simples: Deus
nos ama desse jeito, não exige que sejamos do jeito dele, diferente do modo
como tratamos as pessoas.
Há neste evangelho uma
realidade que motiva a nossa reflexão, a comunidade Judaica, que contém em si o
Cristianismo enquanto uma seita, está sempre em conflito com essa. Qual a razão
desse conflito, que no ano 90 irá culminar com a expulsão dos cristãos das
sinagogas? É simples, a referência do Cristão, única e verdadeira é o Cristo
Jesus e Deus Pai que o enviou, e que eles conhecem, não porque ouviu dizer, mas
porque conviveram com ele, todos os da Era Apostólica, tiveram esse privilégio,
que não foi só dos apóstolos, mas devemos lembrar que uma multidão de homens e
mulheres tornaram-se discípulos de Jesus. Já os da Comunidade Judaica conhecem
apenas o Pai, o Deus da Antiga Aliança, mas não têm o coração fervoroso por
causa de Jesus, já que a única referência que têm sobre Deus é a Lei de
Moisés.
Nenhum comentário:
Postar um comentário