DIA 12 QUARTA - Evangelho - Mc 7,14-23
No Evangelho de hoje, Marcos nos mostra
que o processo de contaminação pela impureza era uma questão grave, que ultrapassava
toda a imaginação dos escribas e fariseus. Eles temiam ficar impuros pelo
contato físico com coisas e pessoas. Dessa forma, conduzidos por um pensamento
tão equivocado, não percebiam os verdadeiros agentes da contaminação.
Era urgente que Jesus lhes apontasse em
que consistiam os elementos contaminadores e onde estes estavam. Segundo nos
ensina o Messias, o que contamina o homem não está fora dele, mas sim no mais
íntimo de seu coração. Infelizmente, não é fácil se precaver quando não se tem um
coração puro. Daí provêm as impurezas que incapacitam o ser humano para um
relacionamento adequado com Deus.
É relativamente fácil segregar-se das
coisas e pessoas tidas como “transmissoras da impureza”. Por outro lado, é
extremamente difícil manter a devida distância do que sai da pessoa e tem o
poder de contaminá-la. Vigilância e discernimento são duas atitudes
imprescindíveis. Sem elas, a hipocrisia apodera-se da ação humana. Não raro, a
pessoa fiel às regras de purificação acaba sendo a mesma que nutre maus
pensamentos contra o próximo.
O discípulo do Reino de Deus previne-se
contra esta falta de autenticidade. Dele se exige, em primeiro lugar, a
purificação das motivações de sua ação. Seu agir deve brotar de um coração
puro, sem dolo nem “má fé”; e buscar unicamente o bem do próximo. Essa é a
pureza requerida por Deus. A outra se reduz à mera questão de higiene, sem a
menor relevância.
Portanto, somente somos
verdadeiros discípulos quando trazemos e nutrimos no coração uma experiência
inspirada nos sentimentos do coração de Deus. A
interioridade é, na verdade, a força sustentadora da autêntica experiência de
fé, do culto a Deus e da sinceridade no relacionamento com os outros. Jesus
pede dos Seus discípulos esta construção e esta conquista. O “de fora” se
sustenta autenticamente a partir do que está no fundo do coração. Manter as
aparências e enganar é hipocrisia.
Cristo recorda – em linguagem
bem direta – que o que sai do interior é que é impuro: as más intenções,
imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades,
fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. E conclui: “Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam
impuro o homem”.
“A mais longa jornada é a jornada
interior”, escreveu Dag Hammerskjold. Como isso é verdade! Jesus entendeu as
condições do coração humano. O que, em nosso interior, pode realmente nos fazer
necessitar de uma “cirurgia espiritual do coração”.
De nossos corações vêm os maus
pensamentos, a imoralidade sexual, crimes, violência, cobiça, más intenções,
fraudes e muito mais. Corramos em direção ao “maior Cirurgião de todos os
tempos” – Jesus Cristo – para que Ele faça um novo transplante do nosso
coração. Que o Senhor arranque de nós o coração de pedra e nos dê um coração de
carne!
Senhor Jesus, tira-me o coração velho e
me revista de um novo coração capaz de amar e perdoar até os meus inimigos e
perseguidores. Capaz de compreender, acolher, dialogar e, sobretudo, a não
olhar somente o exterior, mas sim o interior, preocupando-me com a sua
purificação contínua. JESUS, MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO, FAZEI O MEU CORAÇÃO
SEMELHANTE AO VOSSO. FAZEI-ME VIVER O AMOR E A RECONCILIAÇÃO. AMÉM!
Padre Bantu Mendonça
MARAVILHOSO!
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