Dia: 12/02/2013
Mc 7,1-13
Bom dia!
Quantas vezes já li esse evangelho, mas
como é interessante vê-lo ser novo todo dia.
Comentava eu, com algumas pessoas esses
dias, sobre a quantidade de justificações que damos e temos dado sem ninguém
ter pedido. Parece estranho, mas é uma coisa importante a ser observada hoje.
Um irmão exclama: “você andou sumido”!
Reparemos que não é uma pergunta que ele nos fez, mas rapidamente a
justificamos: “Sim! Mas foi por causa disso e disso”… A justificativa parece
brotar como um meio natural de se defender do que achamos que pensarão ou
falarão de nós, mas viver se justificando pode parecer que somos inseguros,
imaturos ou neuróticos.
Um segundo exemplo: recebendo uma
crítica construtiva!
Esse mesmo irmão diz que ficou perfeito
o que fizemos, mas deixamos passar despercebido um ou outro detalhe, que no
fim, ninguém viu ou reparou. Nossa percepção imatura, insegura ou neurótica,
esquece o elogio recebido primeiro passando a se defender do pequeno erro
visto, pois é inadmissível que haja algo a melhorar. O padre, o pregador, o
músico que não aceita um comentário relevante sobre seu trabalho; o chefe que
se abraça ao orgulho para não reconhecer uma falha; uma mãe ou pai que
descarrega o cansaço do dia nos filhos e mesmo assim orgulhosos não pede
desculpas; o funcionário que se esqueceu de fazer uma tarefa; o troco dado
errado; a trombada dentro do ônibus lotado; a batida por desatenção no
trânsito… “(…) Deus disse: Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na
verdade o seu coração está longe de mim. A adoração deste povo é inútil, pois
eles ensinam leis humanas como se fossem mandamentos de Deus.”
Jesus não incomodava a ninguém, mas era
preciso encontrar defeitos para atacá-lo. As mãos sujas eram a justificativa
que precisavam para ocultar de suas mentes os milagres, os prodígios, os
ensinamentos. Para o medíocre não é preciso muito para tampar os olhos – um
dedo basta. Um dedo era suficiente para ocultar toda a bondade realizada e
operada naquele povo. Um grão de areia e suficiente para cegar um cético, um
descrente, um invejoso que não precisa de muitos argumentos para difamar,
caluniar… Basta um grão chamado QUERER para poder seu cérebro VER APENAS O QUE
DESEJA VER.
Os fariseus bordavam ou estampavam em
suas vestes as leis que seguiam, mas o que estava escrito nem sempre era
seguido. Lembrou-me as pessoas que ainda hoje pegam a Bíblia e como diz padre
Zezinho, sorteiam palavras que lhes agradam. Retiram a mensagem que lhes convém
ou agrada e que muitas vezes pode agredir aos irmãos. Quem não conhece alguém
que parece conhecer a bíblia de “trás pra frente” mas usa suas mensagens apenas
para justificar seus atos, inclusive os errados?
Às vezes parece que estamos no caminho
certo, mas Deus sempre nos convida a olhar novamente onde já havíamos
procurado, lançar novamente as redes onde já havíamos jogado e nos surpreender
com o resultado
“(…) subiu a uma das barcas que era de
Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da
barca o povo. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai
as vossas redes para pescar. Simão respondeu-lhe: Mestre, TRABALHAMOS A NOITE INTEIRA
E NADA APANHAMOS; MAS POR CAUSA DE TUA PALAVRA, LANÇAREI A REDE. Feito isto,
apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia“. (Lucas 5,
3-6)
Justificar é normal, mas é preciso ter
disciplina também quanto a isso. Sejamos mais humildes as correções e mesmos
doutores em algum assunto, ousemos a jogar novamente a rede.
Não fechemos nossos olhos facilmente.
Limpemos constantemente o que limita nosso olhar.
Um imenso abraço fraterno
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