4 DE MARÇO
Lc 4,24-30
Bom dia!
Certa vez ouvi
frei Alceu dizer: “Pela oração vamos ao encontro de Deus e ao sermos expostos
ao sofrimento, Deus vem a nosso encontro”. Sim! Deus bem sabe a quem envia os
seus profetas, no entanto, mesmo sendo Deus a enviá-los, nem sempre serão bem
recebidos, ouvidos, acolhidos (…).
Primeiro ponto…
Levar a palavra
de Deus aos irmãos requer muita coragem, pois essa mesma palavra que edifica,
consola e renova a vida também pode exortar, chamar a atenção, corrigir. Falo
isso, pois enquanto as pessoas ouvirem palavras de edificação, consolo ou vida
não terás problemas, mas todas as vezes que o profeta levantar sua voz para
denunciar, causará a revolta daqueles que vivem na penumbra.
Devemos omitir a
exortação? Não!
Anunciar a
Palavra é “acostumar-se” com expressões “santo de casa não faz milagres”, “quem
é você”, “quem você pensa que é”, entre outras. É acostumar ouvir criticas sem
fundamento, apelidos pejorativos, ofensas, perseguições, deslocamentos e
projeções. É “acostumar” com a idéia de isolamento social, fofocas,
“disse-me-disse”, no entanto… VALE MUITO A PENA CONTINUAR…
Segundo ponto…
Deus nos manda,
portanto devemos ir. Nunca disse que seria fácil. Nunca escondeu as
perseguições e as dificuldades pelo caminho. Nunca disse que seria um mar de
flores, (…), mas SEMPRE nos alertou. Alertou dos falsos profetas, das noites
mal dormidas, das perseguições por causa do Seu nome. Ordenou que vigiássemos e
orássemos; que não pulássemos do barco; que as inconstâncias seriam passageiras
(…). Disse que pela fé caminharíamos sobre as águas, removeríamos montanhas,
venceríamos o inimigo.
“(…) Vede, eu
vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as
serpentes e simples como as pombas”. (Mateus 10, 16)
Se tivermos que
falar, falemos; denunciar, denunciaremos! Se pudéssemos buscar um culpado para
a vida que o povo de Deus leva hoje em relação às diferenças sociais, pobres e
ricos, assistidos e abandonados, teríamos muitos personagens, mas se
procurássemos cúmplices teríamos começar por nós.
Reparemos como
nos comportamos. Somos bem próximos àquele povo narrado na primeira leitura. Um
povo que dificulta o trabalho de Deus! Um povo que sabe desestimular mais que
ajudar a contruir; um povo que fala, mas não consegue por em prática. Ainda nos
falta coragem pra assumir que DE FATO o REINO DE DEUS É POSSÍVEL.
Espelho em Dom
Bosco que “testava” a batina dos seus seminaristas para ver se eram resistentes
aos puxões das crianças, se eram próprias e fortes o suficiente para a lida com
os adolescentes.
Deseja o reino?
Ponha-se a serviço! A começar em mim!
Isso me fez
lembrar quando dois discípulos, através de sua mãe, foram citados para ocupar
um lugar de destaque perante aos outros:
“(…) Jesus lhes
disse: ‘Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou
beber? Ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?’
Responderam: ‘Podemos’. Jesus então lhes disse: ‘Sim, do cálice que eu vou
beber, bebereis, com o batismo com que eu vou ser batizado, sereis batizados.
Mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não depende de mim; é para
aqueles para quem foi preparado”. (Marcos 10, 38-40)
A mudança não
começa no outro.
Um imenso abraço
fraterno!
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