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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Comentário Prof.Fernando


Comentário Prof.Fernando(*) 1ª de 4semanas para a PÁSCOA 17fevereiro2013
– crer que somos livres –
1ªSEMANA QUARESMA          Dt 26,4-10   Dt 26,4-10   Rm 10,8-13   Lc 4,1-13
o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, miséria e angústia e nos tirou da escravidão com mão poderosa e conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra Passarás sobre cobras e serpentes,/ pisarás sobre leões e outras feras É crendo no coração que se alcança a justiça, é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação, pois diz a Escritura: Todo o que nele crer não ficará confundido. Não importa a diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam. Todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo. Não só de pão vive o homem -- Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás -- Não tentarás o Senhor teu Deus

·                    Crer é cair na conta de que só Deus é capaz de nos tirar da escravidão a que conduzimos uns aos outros, humanos, pelo egoísmo e maldade (o que, na linguagem bíblica se chama “Pecado”). Crer é acreditar que podemos superar todas as cobras e serpentes (nossos inimigos) que continuamente querem nos prejudicar, pois ao nosso redor não existem só amigos, família, pessoas que nos desejam o Bem, a paz, “muitos anos de vida”, abraços e beijos.  Cada dia enfrentamos leões e outras feras na luta pela vida. Sobretudo para não perder a  dignidade e não ter pacto com a corrupção.
·                    Crer não é “pertencer” a uma religião ou a uma determinada igreja, como diz Paulo: não importa se somos judeus ou gregos, religiosos crentes ou pagãos agnósticos ou ateus. Quem procura, de coração, a justiça, mesmo sem saber está invocando o nome do Salvador que é capaz de humanizar nossa vida e resgatar-nos para a liberdade. Ele é que nos conduz e nos deu esta terra e tudo o mais. A Quaresma vem nos lembrar que só Deus é Deus e só ele liberta e nos livra do mal.
·                    As “tentações de Cristo” resumem a proposta do Homem de Nazaré, o anúncio de uma boa Notícia (=”evangelho”). São três perigos (“tentações”) básicos numa vida humana. O primeiro é reduzir tudo ao mundo imediato do “pão”, isto é, da sobrevivência: do alimento, dinheiro, condições materiais, conforto, do progresso, seguro do carro, plano de saúde. Precisamos muitas coisas, é verdade. Mas não é só disso que vivemos. A vida nunca será humana sem outro tipo de “alimento”. Sem alegria, solidariedade (ela se confirma ou não, exatamente nos momentos de penúria e abandono), sem a cultura, a poesia, a música, a dança (o carnaval deveria nos lembrar exatamente disso), sem a religião, sem as relações de amizade ou da política. Nem só de “pão” se vive. Mas da Palavra (se radicada em Deus, trará a luz que orienta a vida quotidiana).
·                     O segundo perigo é a “idolatria”. Ela transforma em fetiches de adoração o que é relativo (não absoluto). Adorar, só a Deus, não o Poder ou a Fama, ou o Dinheiro. Se forem nossos deuses, acabamos por lhes oferecer culto e sacrifícios. A vida não é reservada ao “super-homem”. Hitler a queria só para “arianos de raça superior”. A vida inclui a fragilidade e seus mistérios. Não se explica só pelo sucesso (aliás, não há “explicação” para terremotos ou para a tragédia dos mortos em Santa Maria). Como escreveu um místico de nosso tempo: Grande é a diferença entre ter sucesso e produzir bons frutos. Um provém da força e controle que resultam em poder e fama. Mas frutos nascem na fragilidade e vulnerabilidade, como é conceber uma criança, manter a solidariedade entre refugiados, cuidar das feridas uns dos outros. (H..Nouwen).
·                     O terceiro é “brincar” de ser deuses. Isso é “tentar a Deus”. Ligue a TV. Há políticos que se apresentam capazes de resolver todos os problemas do povo; há cientistas que se jjulgam capazes de explicar todas as perguntas (biologia, física, química), de criar qualquer tecnologia. Há religiosos ou pastores de igrejas que se dizem capazes de fazer milagres e ensinar o caminho da prosperidade. Quando perdemos a humildade (=a verdade) em relação a nós mesmos, perdemos o foco. O tempo da Quaresma é para trocar de óculos. Ajustar o foco e as lentes – seja dos microscópios, para melhorar a vida, seja dos telescópios que analisam as galáxias. Tempo de “con-versão”: voltar o olhar em outra direção. Olhar com atenção para descobrir o rosto das pessoas no meio da multidão.

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 http://homiliadominical2.blogspot.com.br  (*) Prof.(Usu-Rio) Educação, teologia e ética fesomor2gmail.com

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