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terça-feira, 13 de novembro de 2012

“Eis minha mãe e meus irmãos”. - Padre Queiroz



21 de novembro


Segunda-feira,  21/11/2011
Mt 12,46-50

E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse:


Hoje nós celebramos com alegria a festa de Nossa Senhora do Carmo. É interessante conhecermos um pouquinho da história desta festa, porque ela está ligada ao escapulário, que muitos cristãos usam.
A palavra Carmo é uma abreviação de Carmelo. Trata-se do Monte Carmelo, que fica na Palestina. Esse morro tem uma história muito bonita no Antigo Testamento. Sobre ele, Deus derramou muitas graças para o seu povo, através do Profeta Elias.
Elias viveu mais ou menos seiscentos anos antes de Cristo. 1Rs 18,16-40 conta que grande parte do povo de Deus havia abandonado a religião verdadeira e passado para outra religião cujo deus se chamava Baal. O profeta Elias ficou muito magoado com isso. Então ele resolveu desafiar os sacerdotes de Baal. Conseguiu um decreto do rei, convocando todo o povo a se reunir no Monte Carmelo. Lá, ele ficou sozinho de um lado e os sacerdotes de Baal do outro. Eram cerca de 450 sacerdotes de Baal. Elias disse-lhes: "Matem um bezerro e ofereçam-no como vítima ao deus de vocês. Coloquem-no sobre um altar, ponham lenha embaixo e peçam a Baal que mande fogo do céu para queimar o bezerro".
Os sacerdotes assim fizeram. Depois de tudo pronto, rezaram até não querer mais, mas o fogo não veio. Ajoelharam-se, fizeram de tudo em volta do altar onde estava o bezerro, mas não adiantou. Elias começou a zombar deles, dizendo: "Gritem mais alto. Pode ser que Baal esteja ocupado. Quem sabe ele teve de se ausentar, ou está viajando! Talvez esteja dormindo e seja preciso acordá-lo!" E os bobos iam na onda. Gritavam, rasgavam suas roupas e tudo o mais.
Quando se cansaram, Elias disse: "Agora me dêem licença". Construiu  um altar para Javé. Matou um bezerro e colocou sobre o altar, pondo lenha embaixo. Depois pediu ao povo que jogasse água na lenha, no bezerro, no altar e em tudo mais. Jogaram mais de cem litros de água. Elias disse: "Ainda é pouco! Joguem mais". Assim fizeram de novo. Jogaram tanta água que formaram-se poças de água em volta do altar e a água corria no meio da multidão. Elias rezou dizendo: "Javé, mostra o teu poder, mandando fogo para devorar este sacrifício, a fim de que todo este povo saiba que só tu és o Deus verdadeiro!" Na hora, veio um raio do céu e consumiu o bezerro, a lenha, o altar e tudo. A lição valeu. O povo abandonou Baal e voltou a seguir Javé.
A segunda bênção dada por Deus no Monte Carmelo está narrada em 1Rs 18,41-46. Fazia muito tempo que não chovia, e o povo já estava passando fome. E mais: estava novamente abandonando a Javé por causa disso. Elias subiu o Monte Carmelo e rezou pedindo chuva. Na hora, o céu se escureceu e veio uma abundante chuva.
Assim, o monte Carmelo ficou sendo considerado um lugar sagrado, de bênçãos de Deus, principalmente para recuperar a fé.
No Séc. XXII, um grupo de monges, liderados por S. Simão Stock, resolveu construir um mosteiro no Monte Carmelo. Ao lado do mosteiro, fizeram uma igreja dedicada a N. Senhora. A imagem da Virgem, esculpida por eles, ganhou o nome de N. Senhora do Monte Carmelo. Com o tempo, o povo abreviou esse nome, chamando-a simplesmente de Nossa Senhora do Carmo.
Aconteceu que, alguns anos após a construção do mosteiro, os monges passavam por sérias dificuldades. Além do relaxamento na vida cristã, estavam quase passando fome. O abade Simão Stock rezou à Virgem do Carmo e obteve a certeza, vinda de Maria: "Um grupo disposto a seguir o meu Filho, e que tem devoção a mim, encontrará a salvação". E Maria deu ao abade um pano, com um buraco no meio para ser passado na cabeça e ficar dependurado dos dois lados, na frente e atrás. O monge que usasse aquele "escapulário" (porque escapa, cai dos dois lados) e seguisse as normas acima, seria protegido pela Virgem e ganharia com certeza o Céu. O grupo começou a usar o escapulário, pronto, tudo se resolveu. Para facilitar, o escapulário foi reduzido em tamanho, adquirindo a forma usada hoje.
O escapulário não é nada mais que um avental, o que ressalta o valor do trabalho e do serviço doméstico. Certamente aqueles monges andavam meio relaxados nos trabalhos comunitários. Até hoje, os carmelitas contemplativos usam o escapulário daquela forma original.
O Evangelho de hoje narra que um dia Jesus estava falando para muita gente dentro de uma casa, e sua mãe estava lá fora querendo falar com ele e não conseguia. Certamente eram coisas de mães, tipo avisar que o almoço estava pronto.
Jesus aproveitou o fato para nos evangelizar. Estendendo a mão para os discípulos, disse: "Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". Portanto, nós como Igreja somos da família de Jesus. Mas não basta receber o batismo, precisamos fazer a vontade de Deus, obedecendo aos mandamentos.
A cena não insinua qualquer desprezo de Jesus à sua mãe, pois isso seria até contra o quarto mandamento. Jesus amava muito a sua mãe; basta ver o seu gesto, na cruz, pedindo a João que cuidasse dela.
A família humana está na ordem da criação. Ela foi criada por Deus, logo após criar o homem e a mulher (Cf Gn 2,24). Jesus criou a família espiritual, que é a Igreja. Foi a esta família espiritual que Jesus se referiu, sem desmerecer a família humana, evidentemente.
Nós, que amamos a nossa família carnal, vamos amar também a Comunidade cristã, que é a nossa família espiritual, ou Família de Deus. Nela, somos todos irmãos de Jesus e entre nós.
Isso não diminui, mas consagra a consangüinidade, e a faz atingir a sua maior dignidade, que é ser Igreja doméstica, imagem da Família divina, a Santíssima Trindade.
Esses irmãos de Jesus, de que fala o Evangelho, são seus parentes mais próximos, que, na língua hebraica, são chamados também de irmãos. No Antigo Testamento aparecem várias provas disso. E Mt 13,55 apresenta os nomes desses "irmãos de Jesus", inclusive citando as mães deles, que não era Maria Santíssima. Também não daria para compreender como Jesus, na Cruz, iria entregar sua mãe aos cuidados de João, se ela tivesse outros filhos.
Maria Santíssima fez a vontade de Deus desde criança. Por isso foi escolhida para ser a mãe carnal do Messias. E ela se envolveu tanto na obra do Filho que se tornou também a Mãe espiritual da nova Família que ele criou. Mãe da Igreja, rogai por nós!
E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: "Eis minha mãe e meus irmãos".

Padre Queiroz

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