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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Comentários Prof.Fernando

Comentários Prof.Fernando*    Pentecostes – 24 de maio de 2015
todos nós, judeus ou gregos,
fomos batizados num único Espírito
(da segunda leitura, 1coríntios12)
Obs.prévia:
Exatamente neste dia 24,de Pentecostes, encerra-se a SEMANA DE ORAÇÃO (18 a 24 de maio) PELA UNIDADE dos cristãos promovida pelo Conic (Conselho nacional das igrejas cristãs formado pelas igrejas Católica Apostólica Romana (ICAR), Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA), Presbiteriana Unida (IPU).. Oremos.

que significa Pentecostes (cf. Atos 2)
·                   É o “quinquagésimo dia”, termo grego para a tradição judaica da Festa da Colheita (agradecimento pelos primeiros frutos da terra), também chamada de Festa das Semanas porque celebrada 7 semanas (ou 50 dias) depois da Páscoa. Já no judaísmo o costume originado na cultura agropastoril a celebração foi espiritualizada comemorando-se a Aliança no monte Sinai. A “Aliança” entre Deus e os hebreus foi entendida segundo o modelo dos pactos entre um rei que iria defender seu povo, o qual, por sua vez assumia seus compromissos.

que significa Espírito
·                   O termo grego pnéuma (de onde, em português, pneumático, pneumologia) tem dois usos (como os coprrespondentes ruáh, em hebraico e spiritus, em latim): 1º é o vento, o ar ou sopro, hálito. Na bíblia conceitos antigos descrevem o vento como o “halito de Jahwé” (cf. Exodo15,8;2Samuel22,16;Salmo8,16; cf. também Oseias13,15;Isaías30,28;Jó4,9). Como a respiração é o sinal da vida o hálito é considerado o princípio da vida, em paralelismo com neshamáh, termo hebraico da raiz nasham (=hálito ou respiração) e nefésh (hálito ou alma). Ó o “sopro vital” ou “energia vital” é o dom recebido por todos os viventes sobre a Terra.
·                   Como a respiração tem íntima relação com os sentimentos o “espírito” também a sede dos sentimentos e emoções. Em Êxodo 6,9 ou Miqueias 2,7, por ex., a pessoa irada está “com hálito curto”. No árabe também a expressão “alonga a tua respiração” é usad para dizer a alguém que se acalme, como nós dizermos: “respire fundo”. Ao contrário de influências que herdamos da cultura grega e também de preconceitos de origem “maniqueísta” (doutrina que postula dois deuses, o “deus do bem” e o “deus do mal”), a oposição espírito-carne não é o mesmo que a oposição bem-mal ou bom-mau. Na bíblia Deus equivale ao Espírito porque é o poderoso e imperecível em oposição a “Carne”, que equivale ao ser humano frágil e perecível. Diz Van der Born (cf. Dicionário Enciclopédico da Bíblia) que nas Escrituras, “embora não se afirme que Deus seja um espírito, muitas vezes é dito que Ele possui um espírito, que Ele dá o espírito ou o seu espírito, e que ele opera no homem e na natureza pelo seu espírito. É que a linguagem hebraica não se interessa pela definição ou essência dos seres e fenômenos, mas pela atividade exercida, seja de Deus seja dos homens. Neste sentido podemos concluir que “Espírito” indica a força vital ou Vida originada em Deus (por isso chamado criador). Espírito é poder e energia que existe em tudo que é bom, pois tudo vem dele. Tanto no Antigo Testamento hebraico, como no Novo cristão, a fé bíblica começa crendo na ação do Espírito na criação, na Aliança mosaica, nas promessas anunciadas pelos profetas e, finalmente, na pessoa de Jesus como o Cristo. É o próprio Deus falando, agindo ou entregando-se ao ser humano e nele habitgando com sua Força, seu “Espírito”.

Que significa “O Verbo se fez Carne”
·                   Tendo Deus falado antigamente muitas vezes e de muitas formas/ aos nossos antepassados, pelos profetas/ nestes últimos tempos falou-nos por seu Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo o que existe e por meio de quem também fez o Mundo (cf Hebreus 1).
·                   A bíblia refere a atividade do Espírito na história de Israel em e “etapas”: A) “no princípio” na criação do universo e do ser humano. Aí faz-se “visível” como Força vital e dinamismo expresso na profusão variegada de criaturas (luz, cosmo, viventes). B) numa “segunda” etapa o Espírito de Jahwé se manifesta na vocação e animação dos líderes, desde as sagas dos patriarcas até a marcha dos hebreus, da escravidão para a liberdade na terra prometida. C) Dirigentes e povo, no entanto, abandonaram a Aliança (e seus Mandamentos) e praticaram o inverso da “justiça” de Deus, descurando a proteção aos órfãos, viúvas, pobres e estrangeiros. Então o Espírito suscita profetas: vozes que anunciam a misericórdia, na esperança de uma definitiva reconciliação.
·                   Podemos dizer também que são 3 as formas de ação do Espírito, e que culminam em Pentecostes: na 1ª o Espírito deu TESTEMUNHO DE SEU PODER por meio dos líderes escolhidos (tais como Abraão, Moisés, os Juízes); na 2ª o Espírito COMUNICOU sua palavra por meio dos profetas; a 3ª forma de atuação encontra-se na culminância da pregação profética, a GRANDE PROMESSA “escatológica” (= relativa aos “últimos dias”) e que aparece sobretudo em Isaías, Ezequiel e Joel (reafirmada pelo próprio Jesus – cf.Marcos1: pregando a todos as boas novas de Deus: ‘CUMPRIU-SE O TEMPO, e está chegando o Reino de Deus’). A grande Promessa diz que a humanidade será “empapada” pela chuva do Espírito (cf. Pedro em seu discurso de Pentecostes: foi predito pelo profeta Joel: ‘Nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei, do meu Espírito, sobre toda a Carne’).
·                   A Promessa concretiza-se, então, 1º) na própria vida de Jesus; 2º) na comunidade dos seus discípulos; 3º) em cada um deles. A primeira parte da Promessa se cumpre em Jesus desde seu nascimento (Lucas 1: o Espirito Santo virá sobre ti). Nele “acontece” a plenitude da presença do Espírito na vida humana (Ele é a imagem do Deus invisível manifestada na história pelo primogênito de toda criação – cf. Colossenses 1,15). E dele “transborda” o cumprimento da segunda e terceira partes a partir do dia de Pentecostes, sobre TODOS os que creem e sobre CADA UM individualmente. Por isso Lucas escreveu: ficaram TODOS cheios do Espírito; e todos viram línguas de fogo que, distribuídas entre eles pousou SOBRE CADA UM.

Da “Torre de Babel” à reconciliação universal
Diz o relato de Lucas sobre o Pentecostes que os Apóstolos e os discípulos voltaram a se reunir em Jerusalém (Atos cap.1) todos em harmonia (homothymadón = com a mesma mentalidade, em harmonia) perseveravam em oração juntamente com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus e com todos os irmãos dele. A comunidade, reunida em torno dos Apóstolos e de outras testemunhas da Ressurreição (é de se notar que Lucas destaca a presença de Maria e das outras mulheres numa sociedade de tradição patriarcal e numa época em que eram “menores”) encontra sua unidade na oração e depois vai em busca dos outros divulgando a Boa Notícia de Deus a todos, de todas as culturas e línguas. O grande milagre foi cada ouvinte entender a mensagem em sua própria língua. Diz o espanhol Frei G.S.Mielgo OP: “este milagre do Espírito está mais nos ouvidos dos ouvintes do que nos lábios dos Apóstolos [a chamada ‘glossolalia’]. A finalidade deste fenômeno está em relação com a enumeração dos povos que se encontram representados em Jerusalém. Trata-se de uma lista que inclui a totalidade dos povos então conhecidos. Lucas quer sublinhar sutilmente que se restaura a comunhão rompida (Babel) e que que esta comunhão entre os povos será levará a cabo pela disseminação da Boa Nova, estando os discípulos (a Igreja), impulsionados pelo Espírito.
·                   Babel é o símbolo da divisão entre os povos, línguas e culturas. Pentecostes passa a ser o símbolo da unidade em toda a Terra. “Evangelização” atualmente é um termo muito desgastado, querendo dizer muitas coisas. Às vezes a evangelização pode até ser reduzida a venda de livros e CDs. Sempre corremos o risco de banalizar as palavras, e nos esquecemos até da oração, na contemplação do Mistério da Fé e na renovação constante daquela missão deixada por Jesus Cristo para os seus discípulos. Evangelização leva à reconciliação dada por Deus a todas as nações e ao Ensino como ele ensinou (cf. a conclusão no último capítulo de cada um dos 3 evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas). É bom relermos nas cartas joaninas a orientação: não se pode amar só em palavras, mas em ações e na verdade).
·                   Recentemente vimos na TV os socorristas que, da China e de outros países, foram ajudar a população do Nepal. Também vimos voluntários e bombeiros procurando as pessoas sob deslizamento de terra, na Bahia, na Colômbia, em tantos lugares! Será que enxergamos – para além do pragmatismo de governos e de outros eventuais interesses – que, por trás de cada gesto que visa preservar a vida, está o Espírito movendo pessoas à solidariedade? Cada ação ecológica, e principalmente cada gesto humanitário, são in-spirados pelo E-spírito.
·                   Vem Espírito, e renova a face da terra (cf. Salmo 104).


oooooooooo ( * ) Prof.(1975-2012-Edu/Teo/Fil) fesomor2@gmail.com

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