-Um jovem bem pródigo...-José Salviano

 

06 de Março de 2021-Ano B

 

Evangelho Lc 15,1-3.11-32

 

Evangelho

E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.
E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Um certo homem tinha dois filhos;
E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.
E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
E, tornando em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;
E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
Mas ele se indignou, e não queria entrar.
E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;
Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.

 

Reflexão

 

Jesus  nos mostra  por meio desta parábola, que nós só reconhecemos o bem que temos, depois de o ter perdido.  Muitas vezes ficamos muito acomodados na nossa zona de conforto, que nem nos preocupamos com o Pai Eterno. Quando temos de tudo, quando desfrutamos de pleno conforto, a nossa tendência é de pensar que Deus  não nos serve para nada. Dispensamos  Deus, pois afinal nós temos de tudo. Assim pensava aquele jovem que um dia quis dar uma variante em sua vida, quis dar uma guinada de 180 graus, e decidiu pedir  ao seu pai  a sua parte da herança a que lhe pertencia, pois ele havia decidido sair pelo mundo para conhecer e desfrutar a vida com tudo que tinha direito: Bebidas, mulheres, muitos “amigos”,  muito pecado a vontade, pois afinal, a vida era sua, e ele poderia fazer com ela o que bem lhe desse na cabeça...

Não é assim que pensam muitos quando estão desfrutando de plena  juventude, de plena saúde e com seu belo carrão, com o tanque cheio, muito dinheiro a disposição, e muita virilidade?

Pois é! Aí, o cenário mudou. Tudo agora deu errado, e ele estava ali comendo a lavagem que dava para os porcos.  E pensar que na casa do seu Pai, as coisas continuavam com muita fartura, e até os seus empregados comiam fartamente, ao contrário dele que estava condenado a morrer de fome! Assim, ele pensou em voltar para casa, pedir perdão, e solicitar ao seu pai para que o ingressasse no quadro dos seus empregados.  Só que ele se esqueceu da possível reação do seu irmão...

Caso semelhante.

Aquele que seguia desfrutando a sua liberdade, estava saindo da balada com o cérebro embaçado de muita droga, com seu carrão vermelho sem capota, a linda garota do lado, curtindo a brisa  da madrugada...

E eis que assim sem menos esperar, surgiu um penhasco (uma chapada)  pela frente, e  o carrão despencou de uma altura de uns 67 metros, por aí...

Ele despertou não se sabe quanto tempo depois do acidente, viu sua linda fonte de prazer com o rosto lambuzado de sangue e morta. Procurou o seu celular, e não encontrou. Procurou a bolsa dela para pegar o seu celular, mais no carro não havia nenhuma bolsa. Bateu o desespero! Deveria ser por volta de 4 horas da madrugada. Ninguém num raio de muitos quilômetros.   Não adiantava gritar, aliás, ele não tinha força para fazer isso, embora lhe tenha dado vontade de dar um grande grito...

E foi assim que aquele jovem soberbo, arrogante, física e economicamente poderoso caiu na realidade em que estava passando, e pensou na sua avó. E pensou no PAI. ELE PENSOU EM DEUS!

Esta é uma nova parábola baseada em fatos reais, que aconteceu em algum lugar deste mundo, com um arrogante jovem rico, mais que no fundo era um bom menino... pois,  apesar da sua arrogância, ele tinha fé em Deus. Só que o havia esquecido por que  a sua vida super abundante, lhe mostrava que  não era necessário recorrer a Deus para nada... rezar não era mais necessário, apesar da sua avó continuar insistindo...

Caríssima irmã, e irmão. Não espere que o pior lhe aconteça para se lembrar do Criador, do Todo Poderoso, daquele que lhe salva, lhe acolhe, e lhe perdoa. Pense em Deus agora quando tudo está dando certo. Pensa em Deus nas alegrias, na fartura e na saúde.  Pense em Deus em todos os momentos de  sua existência!

 

E tenha um lindo dia. José Salviano