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segunda-feira, 15 de março de 2021

Para que se cumpra a lei da misericórdia-Helena Serpa

 

22 DE MARÇO DE 2021

 

2ª. FEIRA DA QUINTA SEMANA DA

 

QUARESMA

 

Cor: Roxo

 

 

 

1ª Leitura - Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62

 

Leitura da Profecia de Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62

Naqueles dias: 1Na Balilônia vivia um homem chamado Joaquim.
2Estava casado com uma mulher chamada Susana, filha de Helcias,
que era muito bonita e temente a Deus. 3Também os pais dela eram pessoas justas e tinham educado a filha de acordo com a lei de Moisés. 4Joaquim era muito rico e possuía um pomar junto à sua casa. Muitos judeus costumavam visitá-lo, pois era o mais respeitado de todos. 5Ora, naquele ano, tinham sido nomeados juízes dois anciãos do povo, a respeito dos quais o Senhor havia dito: 'Da Babilônia brotou a maldade de anciãos-juízes, que passavam por condutores do povo.' 6Eles frequentavam a casa de Joaquim, e todos os que tinham alguma questão se dirigiam a eles.
7Ora, pelo meio-dia, quando o povo se dispersava, Susana costumava entrar e passear no pomar de seu marido. 8Os dois anciãos viam-na todos os dias entrar e passear, e acabaram por se apaixonar por ela. 9Ficaram desnorteados, a ponto de desviarem os olhos para não olharem para o céu, e se esqueceram dos seus justos julgamentos. 15Assim, enquanto os dois estavam à espera de uma ocasião favorável, certo dia, Susana entrou no pomar como de costume, acompanhada apenas por duas empregadas.
E sentiu vontade de tomar banho, por causa do calor. 16Não havia ali ninguém, exceto os dois velhos que estavam escondidos,
e a espreitavam. 17Então ela disse às empregadas: 'Por favor, ide buscar-me óleo e perfumes e trancai as portas do pomar, para que eu possa tomar banho'.19Apenas as empregadas tinham saído,
os dois velhos levantaram-se e correram para Susana, dizendo:
20'Olha, as portas do pomar estão trancadas e ninguém nos está vendo. Estamos apaixonados por ti: concorda conosco e entrega-te a nós! 21Caso contrário, deporemos contra ti, que um moço esteve aqui, e que foi por isso que mandaste embora as empregadas'.
22Gemeu Susana, dizendo: 'Estou cercada de todos os lados!
Se eu fizer isto, espera-me a morte; e, se não o fizer,
também não escaparei das vossas mãos; 23mas é melhor para mim, não o fazendo, cair nas vossas mãos do que pecar diante do Senhor!' 24Então ela pôs-se a gritar em alta voz, mas também os dois velhos gritaram contra ela.  25Um deles correu para as portas do pomar e as abriu. 26As pessoas da casa ouviram a gritaria no pomar e precipitaram-se pela porta do fundo, para ver o que estava acontecendo, 27Quando os velhos apresentaram sua versão dos fatos, os empregados ficaram muito constrangidos, porque jamais se dissera coisa semelhante a respeito de Susana. 28No dia seguinte, o povo veio reunir-se em casa de Joaquim, seu marido.
Os dois anciãos vieram também, com a intenção criminosa de conseguir sua condenação à morte. Por isso, assim falaram ao povo reunido: 29'Mandai chamar Susana, filha de Helcias, mulher de Joaquim'! E foram chamá-la. 30Ela compareceu em companhia dos pais, dos filhos e de todos os seus parentes. 33Os que estavam com ela e todos os que a viam, choravam. 34Os dois velhos levantaram-se no meio do povo e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana. 35Ela, entre lágrimas, olhou para o céu, pois seu coração tinha confiança no Senhor. 36Entretanto, os dois anciãos deram este depoimento: 'Enquanto estávamos passeando a sós no pomar, esta mulher entrou com duas empregadas. Depois, fechou as portas do pomar e mandou as servas embora. 37Então, veio ter com ela um moço que estava escondido, e com ela se deitou.
38Nós, que estávamos num canto do pomar, vimos esta infâmia.
Corremos para eles e os surpreendemos juntos. 39Quanto ao jovem, não conseguimos agarrá-lo, porque era mais forte do que nós e, abrindo as portas, fugiu. 40A ela, porém, agarramos,
e perguntamos quem era aquele moço. Ela, porém, não quis dizer.
Disto nós somos testemunhas'. 41A assembleia acreditou neles,
pois eram anciãos do povo e juízes. E condenaram Susana à morte.
42Susana, porém, chorando, disse em voz alta: 'Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas e sabes tudo de antemão,
antes que aconteça! 43Tu sabes que é falso o testemunho que levantaram contra mim! Estou condenada a morrer, quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram a meu respeito!'
44O Senhor escutou sua voz. 45Enquanto a levavam para a execução, Deus excitou o santo espírito de um adolescente,
de nome Daniel. 46E ele clamou em alta voz: 'Sou inocente do sangue desta mulher!' 47Todo o povo então voltou-se para ele e perguntou: 'Que palavra é esta, que acabas de dizer?' 48De pé, no meio deles, Daniel respondeu: 'Sois tão insensatos, filhos de Israel?
Sem julgamento e sem conhecimento da causa verdadeira, vós condenais uma filha de Israel? 49Voltai a repetir o julgamento,
pois é falso o testemunho que levantaram contra ela!' 50Todo o povo voltou apressadamente, e outros anciãos disseram ao jovem:
'Senta-te no meio de nós e dá-nos o teu parecer, pois Deus te deu a honra da velhice.' 51Falou então Daniel: 'Mantende os dois separados, longe um do outro, e eu os julgarei.' 52Tendo sido separados, Daniel chamou um deles e lhe disse: 'Velho encarquilhado no mal! Agora aparecem os pecados
que estavas habituado a praticar. 53Fazias julgamentos injustos,
condenando inocentes e absolvendo culpados, quando o Senhor ordena: 'Tu não farás morrer o inocente e o justo!' 54Pois bem,
se é que viste, dize-me à sombra de que árvore os viste abraçados?' Ele respondeu: 'É sombra de uma aroeira.' 55Daniel replicou 'Mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça.
Por isso o anjo de Deus, tendo recebido já a sentença divina,
vai rachar-te pelo meio!' 56Mandando sair este, ordenou que trouxessem o outro: 'Raça de Canaã, e não de Judá, a beleza fascinou-te e a paixão perverteu o teu coração. 57Era assim que procedíeis com as filhas de Israel, e elas por medo sujeitavam-se a vós. Mas uma filha de Judá não se submeteu a essa iniqüidade.
58Agora, pois, dize-me debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?' Ele respondeu: 'Debaixo de uma azinheira.' 59Daniel retrucou: 'Também tu mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus já está à espera, com a espada na mão, para cortar-te ao meio e para te exterminar!'
60Toda a assistência pôs-se a gritar com força, bendizendo a Deus, que salva os que nele esperam. 61E voltaram-se contra os dois velhos, pois Daniel os tinha convencido, por suas próprias palavras, de que eram falsas testemunhas. E, agindo segundo a lei de Moisés, fizeram com eles aquilo que haviam tramado perversamente contra o próximo. 62E assim os mataram,
enquanto, naquele dia, era salva uma vida inocente.
Palavra do Senhor.

 

Reflexão – “nem sempre o testemunho dos homens é digno de confiança”

Só Deus conhece as coisas escondidas, por isso, nem sempre o testemunho dos homens é digno de confiança! Diante disso, podemos nos inserir na situação deste relato da história de Suzana para fazer uma reflexão profunda sobre os nossos pensamentos, julgamentos e ações nas diversas circunstâncias do nosso dia a dia. Algumas vezes como no caso de Suzana, alguém que é inocente pode ser condenada, por causa do falso testemunho de pessoas que são consideradas fidedignas, isto é, dignas de confiança. Podemos, porém, nos encontrar nas duas situações; podemos ser o inocente, mas também, dependendo da ocasião, podemos ser o falso acusador, cheio de autoridade. Quando estivermos no lugar do inocente uma única coisa, nos ajudará: entregarmo-nos a Deus, que conhece as coisas escondidas e Ele virá em auxílio da nossa orfandade e nos enviará o anjo, como fiel testemunha para nos salvar.  Daniel, um jovem que tinha a “honra da velhice”, ao contrário dos dois juízes, fez um julgamento fiel ao que Deus lhe inspirava. Os juízes, pessoas conceituadas, maduras, respeitadas no meio do povo foram levados pela “paixão” da carne, “ficaram desnorteados desviando os olhos para não olharem para o céu, e se esqueceram dos seus justos julgamentos.”  Qualquer um de nós, se desviarmos os olhos do céu, poderemos também tramar contra a vida das pessoas quando queremos ver atendidos os nossos interesses.   Assim como Suzana, nós também não precisamos cair nas armadilhas do mundo que muitas vezes vem nos aliciar e perverter. Deus é maior que tudo e espera que nós também lhe peçamos o auxílio necessário para não cair na tentação. – O que você teria feito no lugar de Suzana? – Você alguma vez na vida deixou-se subornar com medo da execração pública? – Você aprendeu alguma coisa com a história de Suzana e os dois juízes?

 

Salmo - Sl 22, 1-3a. 3b-4. 5. 6 (R. 4a)

 

R. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei, estais comigo.


1O Senhor é o pastor que me conduz;*
não me falta coisa alguma.
2Pelos prados e campinas verdejantes*
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha,*
3ae restaura as minhas forças.R. 

3bEle me guia no caminho mais seguro,*
pela honra do seu nome.
4Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,*
nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado,*
eles me dão a segurança!R. 

5Preparais à minha frente uma mesa,*
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça,*
e o meu cálice transborda.R. 

6Felicidade e todo bem hão de seguir-me,*
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei*
pelos tempos infinitos.R.

 

Reflexão - A confiança na providência e na proteção do Senhor deverá ser a bandeira que nós empunhamos em todos os momentos da nossa vida. Passamos diariamente por vales tenebrosos, por situações difíceis que às vezes, nos fazem desanimar e arrefecer o ânimo. Porém, a lembrança de que temos um Pastor que olha por nós, Suas ovelhas, e que provisiona para nós, água, óleo, casa, descanso, fartura, saúde, fortuna e felicidade nos faz seguir com esperança atravessando montes e colinas para chegar no nosso destino final. O Senhor é o meu pastor e nada me faltará! Esse deve ser o nosso lema.

 

EVANGELHO DA MISSA 

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 8,1-11

Naquele tempo: 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. 3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, 4disseram a Jesus: 'Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?'
6Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: 'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.' 8E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho,
com a mulher que estava lá, no meio do povo. 10Então Jesus se levantou e disse: 'Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?'
11Ela respondeu: 'Ninguém, Senhor.' Então Jesus lhe disse: 'Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais.' Palavra da Salvação.

 

Reflexão – para que se cumpra a lei da misericórdia

A história da mulher surpreendida em adultério nos leva a refletir sobre a nossa própria história quando o mundo quer nos apedrejar por causa das coisas erradas que cometemos ou então, quando apontamos o dedo para alguém a quem consideramos o pior pecador e desejamos também que seja apedrejado, para que se cumpra a lei.  Todos nós desejamos que a Lei seja cumprida!   No entanto, ao perdoar aquela mulher adúltera, Jesus, o único Santo, O Justo, nos mostra o que precisamos fazer para que se cumpra a Lei de Deus que tem como fundamento a Sua Misericórdia. Nem precisou argumentar muito nem debater com os acusadores daquela mulher, mas, somente com o gesto de escrever na areia e de falar aos circunstantes, Jesus esclareceu: “quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”.   Assim, Ele conseguiu com que o povo se afastasse a começar pelos mais vividos, mais experientes. Jesus não eximiu a mulher do pecado, mas não a condenou, usou de misericórdia.   Esta é a prova de que só o Senhor conhece o nosso coração, os nossos motivos, as nossas razões. “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais!” Nós nunca podemos condenar alguém, porque pecou nem tampouco atirar pedra em alguém que erra.  Todos nós, como aquela mulher, poderemos ter a vida completamente transformada por causa do amor e da misericórdia de Deus que se expressa por meio de alguém. Muitas vezes a nossa conversão depende do acolhimento e da compreensão de alguma pessoa que nos revela a face da misericórdia de Jesus. Se Jesus tivesse deixado que apedrejassem a mulher adúltera, ela, com certeza, não teria se convertido.  Talvez, pudesse ter se emendado por algum tempo com medo de infringir a lei, no entanto a revolta e a dor permaneceriam dentro do seu coração.  Todos nós que desejamos seguir a Jesus precisamos aprender a compreender as fraquezas do nosso próximo e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a reencontrar o caminho novo que o Senhor abre por meio da Lei do Amor e da Misericórdia.  -  Você tem aprendido com Jesus a ser misericordioso (a)? – Você costuma também condenar e jogar pedras nas pessoas que erram? – Com quem você tem traído a confiança de Deus? – Qual o seu menor pecado? – Será que o pecado tem tamanho? 

 

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