Sexta-feira - Semana Santa
2 Abril 2021
Sexta-feira - Semana Santa
O CORAÇÃO DE JESUS ABERTO PELA LANÇA
Sed unus militum lancea latus ejus aperuit;
et continuo exivit sanguis et aqua. Et qui vidit testimonium perhibuit... Facta
sunt enim haec ut Scriptura impleretur: Os non comminuetis ex eo. Et iterum:
Videbunt in quem transfixerunt (Jo 19, 34- 36).
Mas um dos soldados perfurou-lhe o lado
com uma lança e logo saiu sangue e água. Aquele que o viu é que o atesta... E
isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: nem um só dos meus ossos se
há-de quebrar. E ainda: Hão-de olhar para aquele que trespassaram (Jo 19,
34-36).
Primeiro Prelúdio. O último acto da
Paixão de Cristo, a abertura do seu lado, explica e resume toda a vida do
Salvador. Tomou um Coração para o abrir como a fonte de todas as graças.
Segundo Prelúdio. Dai-me, Senhor, a
graça de beber nas fontes da santidade e do amor.
PRIMEIRO PONTO: A ferida. - Vamos ao
Calvário, depois da morte de Jesus. A multidão afastou-se, os amigos ficam.
Alguns soldados vêm verificar ou, se é o caso, apressar a morte dos pacientes,
para que o espectáculo do seu suplício prolongado não entristeça o dia do
sabbat.
Um dos soldados adiantou-se, portanto, e
abriu o lado de Jesus com uma lança. É um grande mistério da história sagrada,
onde tudo é mistério e acção divina. A ferida exterior é aqui a revelação
simbólica da ferida interior, a do amor. O amor, eis o algoz de Jesus! Cristo
morreu porque quis, foi o amor quem o matou ... É assim que a Igreja canta,
para saudar o Coração trespassado do seu esposo: «ó Coração vítima de amor,
Coração ferido por amor. Coração morrendo de amor por nós! O Cor amoris vidime,
amore nostro ssuaum, amore nostri languidum! (Hino do Sagrado Coração).
Nosso Senhor permitiu este golpe de
lança para chamar a nossa atenção para o seu coração, para nos fazer pensar no
seu amor que é a fonte de todos os mistérios da salvação: as promessas do Éden,
as profecias e as figuras da antiga lei, a acção providencial sobre o povo de
Deus, a incarnação, a vida, os ensinamentos e a morte do Salvador. A abertura
do lado de Jesus, é como a fonte que regava o paraíso terrestre, é como a fenda
do rochedo que deu a água para saciar o povo de Israel.
SEGUNDO PONTO: O sangue e a água. - E
saiu sangue e água, diz S. João. O ferro ao retirar-se deixou jorrar uma dupla
fonte de sangue e de água, na qual os Padres da Igreja viram o símbolo desta
outra maravilha de amor, os sacramentos, canais preciosos da graça da salvação.
- Rio de água que, no santo baptismo e no banho da penitência, lava a alma da
mácula original; rio de sangue que cai todas as manhãs nos cálices dos altares,
para se expandir pelo mundo fora, consolar a Igreja sofredora do Purgatório e
reanimar a Igreja que combate sobre a terra; rio refrescante, onde o coração,
ressequido pelos trabalhos e pelas tentações, vai saciar-se de piedade, de
caridade e de santa alegria.
Senhor, concedei-me beber desta água e
deste sangue, para não mais tenha esta sede doentia das coisas do mundo que me
tortura, e que eu seja inebriado pelo vosso amor.
TERCEIRO PONTO: «Olharão para dentro
daquele que trespassaram». - É a palavra do profeta Zacarias, recordada por S.
João. O profeta não disse: «Olharão para aquele que trespassaram», mas «olharão
para dentro daquele que trespassaram: Videbunt in quem transfixerunt» (Jo 19,
38). S. João aplica estas palavras à abertura do lado de Jesus; devia pensar no
interior de Jesus, no Coração mesmo de Jesus que ele pôde entrever pela chaga
aberta do lado, no momento do embalsamamento.
Esta ferida entrega-nos e abre-nos o
Coração de Jesus. Espiritualmente, nós aí lemos o amor que tudo deu, mesmo a
vida. Neste amor mesmo, nós reconhecemos o motivo e o fim de todas as obras
divinas: Deus criou-nos, resgatou-nos, santificou-nos por amor. No Coração de
Jesus, é o fundo mesmo da natureza divina que nós penetramos na sua mais
maravilhosa manifestação. «Deus é emot». S. João leu isto no Coração de Jesus.
Tenho necessidade de contemplar esta
ferida para ver como eu sou amado e como por minha vez devo amar. Lá hei-de
aprender como um coração amante deve agir, sofrer, tudo dar, até à morte, por
Deus e pelas almas.
Vamos mais profundamente ainda, e
vejamos tudo o que sofreu o mais delicado dos corações: os desprezos, as
calúnias, as traições, os abandonos, as desistências. Todas as dores estão
reunidas neste Coração e transbordam. Sentiu-as todas, a todas santificou. Nas
nossas dores, por mais extremas que sejam, tenhamos confiança na simpatia e na
compaixão deste Coração, que quis assemelhar-se a nós no sofrimento, para ser
mais compassivo e mais misericordioso (Heb 2, 17).
Comecemos nós mesmos lamentar este amor
que não é amado e por compadecer com as suas dores.
Resoluções. - A abertura do Coração de
Jesus recorda-nos o seu amor, a sua bondade, o seu sofrimento. Ele espera de
mim o amor em troca, a gratidão, a compaixão. Eisme aqui, Senhor, para viver
convosco e em Vós. Não permitais que eu jamais me separa de vós e que vos
esqueça.
Colóquio com Jesus na cruz.
(Leão Dehon, OSP 3, p. 367ss. Tradução
do Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ)
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirDEUS te abençoe e te ilumine. Obrigado pela reflexão.
ResponderExcluirSanta Maria, Rio Grande do Sul.
Obrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
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