A GLÓRIA DE CRISTO FOI A SUA CRUZ REDENTORA – Maria de Lourdes Cury
Macedo.
Domingo, 21 de março de 2021.
Evangelho de Jo 12, 20-33.
A Liturgia deste 5º Domingo da Quaresma nos ensina que a vida
ofertada é como o grão de trigo que cai na terra e, morrendo, produz muito
fruto.
Havia em Jerusalém alguns gregos (não judeus), que vieram para
adorar a Deus. Certamente já havia escutado falar de Jesus, dos seus milagres,
dos seus gestos de amor, do Mestre bom, amável, misericordioso, que falava e
vivia bonito. Eles queriam conhecer Jesus, encontrar-se com tão famosa
personalidade. Procuraram Felipe, que era de Betsaida da Galileia e disseram:
“Senhor, gostaríamos de ver Jesus.” Felipe, apóstolo de Jesus, combinou com
André, também apóstolo e os dois foram falar com Jesus para marcar um encontro.
Assim devemos ser nós cristãos leigos e leigas, conduzir as pessoas para se
encontrarem com Jesus por meio do nosso testemunho, exemplo, palavras,
ensinamento da Palavra, enfim indicar o caminho do Senhor.
Quantas pessoas apesar de frequentarem a Igreja não conhecem Jesus,
sabem muito pouco dele, por isso amam pouco, fazem pouco, não se comprometem
com Jesus e sua Igreja. E existem muitas pessoas que desejam conhecer Jesus e
sua mensagem de libertação. Por isso a necessidade de falar quem é Jesus,
ensinar o que Ele fez e ainda faz, por todos nós.
Na cultura bíblica conhecer quer dizer amar. Portanto,
conhecer Jesus inclui um compromisso de amor e fé com o seu Reino e seus
valores como: justiça, fraternidade, amor, misericórdia...
Nós cristãos leigos devemos fazer a nossa parte para ajudar os
irmãos a encontrar Jesus, como nos aconselha o papa Francisco, começando dos
mais próximos. Em comunidade, não fechado em si mesmo, podemos ajudar nossos
irmãos a se encontrar com Jesus, pois o serviço em favor do próximo dá sentido
a nossa vida, ao nosso existir. Devemos ser Igreja missionária, a qual o nosso
papa a chama de “Igreja em saída”.
Jesus aproveita a ocasião para falar da universalidade da Redenção,
mostrando que no Novo Reino, a Igreja, não haverá mais distinção de
raças, de nações, sexo, cor, todos serão acolhidos, amados e redimidos. O
discurso de Jesus é também para os gregos, Jesus lhes dá o sentido profundo de
sua morte e ressurreição, que estava próxima. Quando Jesus diz: “Chegou a hora
em que o Filho do homem será glorificado...” queria dizer de sua morte, o
instante de sua entrega ao Pai na solidariedade pela salvação da humanidade, é
o momento do sofrimento, da dor, da cruz, mas também da sua glória.
Ao se referir ao grão de trigo, queria dizer de si mesmo.
Com essa comparação ele está pedindo aos seus ouvintes, principalmente aos
gregos, que não se escandalizem quando, dias depois, virem o seu sofrimento,
humilhações e morrer: é necessário que ele morra, como o grão de trigo, para
ressuscitar o grande fruto que é a Salvação do mundo. Jesus se compara
com o grão de trigo, se ele não morre, permanece somente semente, grão, mas se
morre libera todo o germe da vida, toda a potencialidade que existe nele,
produzindo muitas sementes, muitas vidas novas. O grão de trigo também simboliza
a nossa vida cristã. Se quisermos construir a Igreja no mundo, temos de
seguir o mesmo caminho de nosso Mestre, lutar contra as forças da morte e a
derrotar.
O que Jesus queria dizer com “amar a sua vida, perdê-la-á e quem,
neste mundo, não ama sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.” “Mundo” aqui
significa o mundo dos pecadores, dos que não creem em Jesus. “Amar a sua vida
neste mundo” é viver apegado aos bens da terra, aos bens passageiros, com
prejuízo dos bens eternos. “Odiar a sua vida neste mundo” é uma forma oriental
de falar, um exagero. Significa simplesmente amar mais a Deus que ao mundo e
até à própria vida. Quem seguir Jesus nesta vida, aqui na terra estará ao
lado dele também no Céu e o Pai o honrará.
Jesus entrega sua vida nas mãos do Pai, está angustiado com tudo
que terá de enfrentar, mas foi para isso que Ele veio. Com sua morte e
ressureição Jesus arrancará o mundo do poder do demônio e passará a ser o Rei
do Universo. Será a vitória definitiva de Jesus e a derrota de Satanás. Com
sua morte e ressurreição Ele atraiu todos para si, querendo dizer que irá
reunir todos em torno dele na grande comunidade que é a Igreja. Cada vez que uma pessoa crê em Jesus e se
converte, foi por Ele atraído e assim terá sua vida transformada, mudada. Para
Jesus sua morte será uma glória, uma exaltação, uma vitória (cf 2, 7-10). A
glória de Cristo só foi possível porque ele passou pela cruz. Uma glória sem
cruz não é libertadora, não é glória. Nós seremos autênticos cristãos à medida
que colocarmos Jesus na nossa vida e segui-Lo na cruz e na glória.
“O caminho indicado por Jesus é o do amor radical, que rompe as
fronteiras geográficas e existenciais. Como nos recorda o papa Francisco, somos
enviados a proclamar Jesus Cristo nas periferias existenciais da humanidade.
Trata-se de oferecer o dom da nossa vida, que às vezes passa pelo fracasso,
pelo não reconhecimento, pela crítica, assim como o grão caído que morre, mas
faz brotar algo novo. Não há missão sem sacrifício, sem doação, sem entrega.
Jesus, porém, dá-nos a certeza de que a vida doada por amor ao Reino de Deus
produzirá fruto”.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Belas palavras
ResponderExcluirMaria de Lourdes, você Ilumina! Seu conhecimento e docilidade nas palavras, nos aponta Jesus de forma Bela e fervorosa. Obrigada. Deus te Abençoe e Guarde, sempre!
ResponderExcluirBela reflexão!!! Sejamos como o trigo que se quebra e nasce em vida!!! Transformar nossas ações em glorificação ao Pai!!@
ResponderExcluirTudo pela evangelização e pra maior glória de Deus! Nós Vos adoramos, Senhor e Vos bendizemos, pq pela vossa Cruz remistes o mundo!
ResponderExcluirMaria de Lourdes