Domingo, 07 de março de 2021.
Evangelho de Jo 2,13-25.
A Liturgia do 3º Domingo da Quaresma o Evangelho propõe a narrativa
da purificação do Templo e nos ensina que o corpo morto e ressuscitado de
Cristo é o verdadeiro santuário onde o Pai habita e pelo qual irradia o perdão
e a misericórdia sobre o mundo. Na 1ª leitura a Lei foi dada por Moisés para
educar na liberdade o povo que, por graça, foram libertos da escravidão do
Egito. No Salmo respondemos ao Senhor exaltando suas palavras de vida eterna e
na 2ª leitura é anunciada a força e sabedoria de Cristo crucificado em nossa
fraqueza e simplicidade.
Para os judeus o Templo era o símbolo maior, tanto da religião como
da união política do povo judeu como nação. Os judeus que moravam fora de
Jerusalém costumavam por ocasião da Páscoa, ir ao Templo em Jerusalém. Jesus
como bom judeu, também fez várias peregrinações à Jerusalém, a fim de celebrar
das festas litúrgicas dos judeus, ou seja, a Páscoa judaica.
Celebravam a antiga libertação da escravidão egípcia pelo poder
divino. Esta era a maior festa dos judeus. Era a primeira visita de Jesus a
Jerusalém, acompanhado de seus discípulos, depois de ter começado sua missão em
Caná na Galileia.
Para o povo judeu o templo era “a morada de Deus” entre eles. Era
do templo que Deus falava ao povo pela boca dos profetas, distribuía suas
bênçãos e recebia as orações e sacrifícios. O Templo era o centro da religião
israelita. O templo era figura de Jesus Cristo.
A maneira como os judeus estavam usando o Templo por ocasião da
Páscoa, não significava mais a Aliança de Deus com o povo, que os libertou da
escravidão do Egito. O Templo estava
sendo usado como fonte de grandes negócios para os sacerdotes. Eles tinham boa
parte do lucro de tudo o que estava sendo negociado no Templo. Enfim, o templo
se transformou em mercado, se converteu em negócio. Uma profanação total. Deus
não pode ser protetor de uma religião de interesses e egoísmos.
Jesus constatou que no Templo havia uma forma de opressão dos mais
pobres, que eram obrigados a comprar as oferendas para enriquecer os grandes
sacerdotes e a relação dos pobres com Deus era pelo dinheiro. Os pobres eram
explorados. A religião praticada no Templo pelos sacerdotes era uma religião
que não religava o povo a Deus.
Diante o injusto comércio praticado no Templo, o que
descaracterizava o ambiente religioso do Templo, centro espiritual da religião
judaica, convertendo-o em um mercado, propenso aos abusos e injustiças
produzidos quando se têm em vista o lucro e o enriquecimento, Jesus faz uma
forte denúncia dessa profanação do Templo expulsando vendedores e animais.
Jesus estava dizendo que aqueles sacrifícios não tinham mais valor. E chamando
Deus de Pai, Ele dá o fundamento de sua autoridade para realizar aquela ação: é
o Filho de Deus. Jesus se apresenta como o novo Templo.
Jesus disse: destruam esse Templo, e em três dias Eu o erguerei de
novo. Jesus queria dizer: “vocês vão me matar, mas em três dias depois eu
ressuscitarei”. A ressurreição de Jesus foi o melhor sinal ou a maior prova de
que ele tinha autoridade para proceder daquele modo, pois mostrou que Ele é
Deus. Assim Jesus anuncia a própria Páscoa: passando da morte de cruz à
ressurreição. Com a ressurreição, todas as promessas estarão cumpridas e Jesus
passará a ser o maior símbolo da nova Aliança do Pai com o povo.
Quando Jesus ressuscitou, por obra do Espírito Santo, os apóstolos
se lembraram, acreditaram e entenderam a profunda mudança de significado.
Agora, o Templo é seu corpo ressuscitado, é a garantia da Nova e eterna
Aliança. Jesus é o verdadeiro Santuário, por meio do qual a presença de Deus
habita no meio de nós, seus filhos.
Jesus demonstrou claramente o zelo que Ele tinha pela casa do Pai e
nos ensina a fazer o mesmo. Zelar significa cuidado, atenção, vigilância,
respeito. Além do prédio, igreja (tijolos), está o cuidado, o zelo pelas
pessoas que são Templos de Deus. Cuidar que não se percam, zelar pela vida de
cada um, pela salvação. Temos que transformar nossas comunidades cristãs em
espaço onde todos nos sintamos irmãos, na casa do Pai. Uma casa acolhedora onde
ninguém seja excluído, uma casa onde aprendamos a escutar o sofrimento dos
irmãos, dos necessitados e não só um lugar para tratar do nosso próprio interesse,
só pensando nos nossos problemas pessoais, ignorando o irmão.
Nós somos Templos do Espírito Santo, que habita em nós desde o
nosso Batismo. Precisamos dar lugar no nosso coração, para Ele nos guiar,
orientar, iluminar para sermos templos lindos, puros, santos como Jesus, pois
fomos criados à imagem e semelhança de Deus, nosso Pai. Somos templos vivos de
Deus, participamos do corpo de Cristo e que por meio de nós Deus possa chegar
aos irmãos que ainda não conhecem Jesus.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Temos que viver nossa religião e por esta vivência sermos exemplo vivo do templo de Deus!!!
ResponderExcluirTemos que viver nossa religião e por esta vivência sermos exemplo vivo do templo de Deus!!!
ResponderExcluirtemos que viver conforme Jesus nos ensinou, não é fácil mas não podemos desistir da nossa fé .
ResponderExcluirExcelente explicação, somente templo do Espírito Santo. Que possamos sempre viver como consagrados. Amém
ResponderExcluirEu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirachei hoje essa página liturgia diaria. obrigado.
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