Domingo, 04 de
fevereiro de 2018.
Evangelho: Mc 1,29-39
Neste 5º domingo do tempo comum
Deus nos revela como um Pai preocupado com seus filhos e que não mede esforços
para ajudar nos momentos de dificuldades. Sabemos que a vida terrena não é
feita somente de flores e mel, encontramos tempestades, tropeções,
desfiladeiros e muita escuridão, mas
temos um Deus misericordioso e muito bom que está sempre na frente para abrir
os caminhos. Por isso, devemos segurar com muita fé no princípio da
evangelização para colhermos frutos saborosos no momento certo.
O sofrimento do povo de Deus
amadurece na esperança e na fé da construção de um Reino preparado para todos.
Quando buscamos um Deus que cura e que possa garantir nova vida, estamos
querendo participar da missão de Deus. Na essência missionária de Deus está a
prática libertadora que caracteriza
banir o mau do meio social, não permitindo que o homem vive como escravo a
serviço do encardido.
Somos gratos a Deus pela sua Graça
e misericórdia, pela sua doação e persistência de ser solícito com aquele que
precisa da sua bondade, de enviar seu filho ao mundo para ensinar o bem e praticar a justiça. De braços abertos
Deus acolhe todos com ternura e afaga com tenacidade, livrando dos fardos
pesados que, às vezes, insistem em perseguir o filho do Homem.
O que Deus quer para seu povo é uma
vida cheia de alegria e felicidade, onde todos possam ser irmãos, uns cuidando
do outro, para que o encanto perpassa as
indiferenças e as divergências e se completa com a caridade.
Veja o que aconteceu com Job, um
homem piedoso, amável e cheio de prudência,
com uma família grande e com muito bens, de repente perdeu tudo e veio a doença. A desgraça
entrou em sua vida e o fez desacreditar de Deus. Para ele a vida não tinha mais
sentido, pois a miséria colocava cada vez mais fardos pesados em suas costas.
Job passou a não enxergar Deus que não vinha ao seu socorro. Precisou ficar
frente a frente com Deus para perceber a sua
finitude e sua limitação. O que restava então? Entregar-se nas mãos de
Deus, mesmo não acreditando, e confiar
n’Ele.
A fé deve prevalecer sempre em
nosso dia a dia. Cada novo amanhecer devemos renovar a fé em Deus e ter a
certeza da sua vitória. Trazer para o convívio diário a grandeza de Deus e
nunca perder a esperança de que fomos abandonados. Isso não deveria fazer parte
da nossa vida. Job desacreditou em Deus e viu-se num lamaçal, mas tinha um Deus
pronto para agir no momento certo.
Também aconteceu com a sogra de
Pedro, pois ao entrar na casa de Simão
Jesus encontra-se com a mulher com
febre. Dirige-se a mesma, a sogra de Simão, pega em sua mão e a cura. Assim que
se sentiu curada, levantou-se e se pôs a servir. De repente a notícia espalhou por toda
redondeza e muitos procuraram Jesus para libertar do mal.
A febre
representa o demônio apossando no corpo da mulher. Ao apossar-se do corpo o indivíduo perde o
interesse ao trabalho. A sogra de Simão,
inerte na cama, não tinha atitude de servir os convidados por estar presa ao
espírito do mal. Somente livre das tentações poderia ir ao encontro das
pessoas. Caso contrário, morreria paralisada sem ação.
Jesus ajuda a
levantar os caídos. Ajuda com determinação. Não aceita que o mal apodera do
cristão que tem muito a servir. Ao levantar a sogra de Simão, Jesus mostra o
caminho a seguir. Demonstra ação na atitude.
O comodismo não faz crescimento da
pessoa, prende-o e esgota-se no definhamento. Levantar da cama e servir os
convidados revela-se atitudes de cristão que objetiva melhoria para si e para
os próximos. Não suporta vegetar na sociedade enquanto muitos necessitam da
ajuda.
Servir é a
temática da cena na casa de Simão. Jesus foi um libertador dos pobres que
serviu muito bem os necessitados. Diante de homens e mulheres rejeitados pelo
poder centralizador, diante de enfermos, coxos, cegos, surdos e descrentes com o Divino, Jesus se
colocou a disposição. Não exigiu nada em troca dos acertos concedidos. Ele mesmo,
por si só, atraia os “curados” para dar
continuidade ao serviço do Reino. Jesus tinha adoração pelo Reino que estava em construção e tudo que fazia estava
voltada para ele.
Todavia, ao
finalizar o Evangelho Marcos apresenta um Jesus em oração. Ele saiu de
madrugada e foi ao deserto rezar. Na oração pessoal, silencioso e em sintonia
com o Pai, Jesus aproxima do Pai, abastece-se do poder espiritual para dar
sustentabilidade no seu projeto de vida.
A pequenez de Jesus torna-se grande
pelo esforço do serviço. Nada é substancial
importante do que a ação em prol
da comodidade de um povo que está alienado pelo espírito do mal. Este espírito
do mal é inteligente e sabe que Jesus
tem poder de expulsá-lo, mas o que ele quer mesmo não é todo o sujeito, talvez
uma pequena parte para incomodar o projeto de Jesus.
Enfim, o
serviço pôs o projeto de Jesus à disposição de todos que libertaram das
tentações. O mundo alienante cega e ordena o homem a fazer o que está à
disposição do outro aproveitador. Para não ser atraído para o mal, somente
crendo e aprendendo com o maior mestre do mundo que foi Jesus. Ele sim foi um
excelente servidor dos excluídos,
libertando-os dos demônios. Amém.
Abraços
Claudinei
M. Oliveira
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