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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

JESUS CURA O FILHO DE UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO-Canção Nova

07 de Março - Segunda - Evangelho - Jo 4,43-54


Estamos mais uma vez diante de um milágre ou simplesmente sinal, característica fundamental do Evangelho de Jesus Segundo São João. Jesus conforme nos narra o evangelho, sai da sua terra e vai para Galileia. Como era de esperar, depois de tantos milagres e prodígios que fizera em Jerusalém, aquando da celebração da pascoa é bem recebido. E por encontrar receptibilidade continua fazendo milagres. É de salientar que apesar de Galiléia ser uma região predominantemente gentílica, com presença de descendentes de colonos judeus, fora em Caná da Galileia que tinha transformado a àgua em vinho por causa da fé daqueles homens.

Hoje neste trecho do Evangelho salienta-se mais um sinal, um milagre. O milagre da vida como sendo o dom de Deus.
Evangelho de São João, respondendo ao apóstolo Tomé, afirma com toda a sua autoridade: “EU SOU A VIDA” (Jo 14,6). Muitas vezes me pergunto sobre o profundo sentido dessa afirmativa. Em outro tópico Ele parece completar o que ali está dito: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude” (Jo 10,10). Outra afirmação categórica de Jesus a Maria, irmã de Lázaro, é esta: “Eu sou A RESSURREIÇÃO e A VIDA” (Jo 11,25). Isto vale a dizer: “Sou o princípio, o autor também da nova vida, após a morte”.
Quem n’Ele procura a vida sempre a encontra. Veja a certeza com que pronuncia as belas palavras ao funcionário do rei: Podes ir, que teu filho está vivo.
Para os homens com grande fé como o alto funciona´rio do rei, novos céus e nova terra existirão. Porque na verdade reconhecem o Evangelho como Palavra de Salvação eterna.
A  plenitude da vida que Jesus nos veio trazer não se restringe aos horizontes fechados da vida presente, como pensavam muitos humanistas e utopistas. A vida humana, acima de tudo, é dom de DEUS: vem de Deus e se realiza na posse terrena e eterna de Deus. Foi essa a vida que Deus concedeu a nossos primeiros pais e Jesus nos veio reconquistar pela Encarnação, pelo mistério de sua vida, morte e Ressurreição. Por isso Santo Agostinho afirma, com tanta propriedade: “O nosso coração está inquieto até que descanse em Vós”.
Escolha, pois a vida descansando nos braços e no colo de Jesus para que tenha vida e vida em abundância.


O PAI MISERICORDIOSO-Canção Nova

06 de Março - DOMINGO - Evangelho - Lc 15,1-3.11-32



Prefiro denominar assim o texto de hoje porque na verdade, O Senhor é misericórdia e clemência, indulgente e cheio de amor. O Senhor é bom para com todos e, misericordioso para todas as suas criaturas (Sl 144,8s)

Este Evangelho narrado por Lucas, conhecido como “parábola do filho pródigo”, poderia muito bem ser denominado “parábola do pai misericordioso”. Nele temos a revelação do Deus de Jesus que a todos acolhe em seu infinito amor. Respeita plenamente a liberdade de seus filhos e está com o coração aberto para acolhê-los a qualquer momento, sem censuras, independentemente de sua história passada. Este é o meu Deus de quem eu devo aprender todos os dias e horas. Diferencia-se do deus dos escribas e fariseus, que castiga os que dele se afastam, impondo-lhes variados sofrimentos; e, se há arrependimento, reata sua aliança sob ameaças.
É por seu amor misericordioso que o Deus de Jesus move à conversão e ao reencontro com a vida plena. Assim a parábola do Pai Misericordioso vai mostrar como Deus pai age diante do filho pecador. A situação que relata é absolutamente real e facilmente encontrável em qualquer família humana. Um homem tinha dois filhos. Um pede a parte na herança e vai embora. Gasta os bens, passa fome e resolve pedir para voltar para que viva apenas como empregado de seu pai – ele sabe que errou muito e que, por ser um homem justo, seu pai não deixava os empregados passar fome; por isso, quer viver ali nem que seja como um deles, para não morrer de forme. O pai, contudo, vai além: não só o recebe como o aceita novamente e o coloca no lugar onde sempre esteve: o de seu filho. O outro filho – que permanecera fiel ao pai – cobra, sente inveja, sente raiva. E o pai o convida a participar daquela festa, porque seu irmão havia sido recuperado e a família estava novamente composta.
O processo de conversão começa com a tomada de consciência: o filho mais novo sente-se perdido econômica e moralmente. A acolhida do pai e as medidas tomadas mostram não só o perdão, mas também o restabelecimento da dignidade de filho.
É necessário, filho, que te alegres: teu irmão estava morto e reviveu, perdido e foi achado. O filho mais velho é justo e perseverante, mas é incapaz de aceitar a volta do irmão e o amor do pai que o acolheu. Recusa-se a participar da alegria. Esta é a tua é minha atitude quando tachados de corretos e justos não aceitamos no nosso meio todos os que arrependidos nos pedem desculpas e perdão pelas falhas cometidas. Quantas vezes oiço dizer. Padre, eu não consigo perdoar o que meu marido me fez, minha esposa me fez. Tenho mágoas do meu pai, da minha mãe, dos meus filhos. O que faço? Está aqui a resposta da tua pergunta. Com esta parábola, Jesus nos faz apelo supremo para que assim como os doutores da Lei e os fariseus deveriam aceitar e partilhar da alegria de Deus pela volta dos pecadores assim tu, assim eu devemos nos alegrar com o arrependimento, a conversão e o retorno à dignidade da vida dos nossos irmãos e irmãs.
A atitude do pai é incondicional: meu filho estava perdido e voltou! Com a festa ele demonstra a sua alegria – que deve ser a alegria de toda a comunidade, até daqueles que se sentem diminuídos em valor diante do que se considera pecador.
Devemos acreditar na misericórdia do Pai que nos recebe sempre de braços abertos e com muita festa. E devemos, sobretudo, pedir que essa mesma misericórdia seja derramada infinitamente em nosso coração para que possamos ver com os olhos de Deus os nossos irmãos que julgamos pecadores e reconhecer que todos somos merecedores do mesmo amor do Pai.



O fariseu e o publicano--Canção Nova

05 de Março - Sábado - Evangelho - Lc 18,9-14


O Evangelho de hoje nos mostra com clareza qual é o pensamento que Jesus tem a respeito da nossa oração, e não somente no que se relaciona ao nosso vínculo com os outros, mas especialmente diante de Deus, que nos conhece mais do que nós mesmos.
Lendo o evangelho de hoje eu fiquei muito feliz porque acredito que essa mensagem seja capaz de mudar de forma concreta a minha vida e a tua, uma vez que passamos a compreender o sentido real e concreto do ato de ser humilde e não apenas do conceito de humildade, podemos ser transformados interiormente e executar gestos no nosso cotidiano que irá nos proporcionar sentimentos bons e alegres.
É interessante verificar os dois tipos de oração! O Fariseu nomeia todas as suas observâncias, tudo que ele faz, conforme manda o a Lei! Ele não conta nenhuma mentira – ele faz isso mesmo. Só que ele confia absolutamente no poder da sua prática para garantir a salvação. Assim dispensa a graça de Deus, pois se a Lei é capaz de salvar, não precisamos da graça! E ainda se dá o luxo de desprezar os que não viviam como ele – ou porque não queriam, ou porque não conseguiam!: Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos.
O publicano também não mente quando reza! Longe do altar, nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito em sinal de arrependimento de dizia: Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador. E era a verdade mesmo – ele era vigarista, ladrão opressor do seu povo, traidor da sua raça – mas ele tem consciência disso, e não só disso, mas do fato de que por ele mesmo é incapaz de mudar a sua situação moral. A sua única esperança é jogar-se diante da misericórdia de Deus. Para o espanto dos seus ouvintes, Jesus afirma que o desprezado publicano voltou para a casa “justificado” por Deus, e não o outro. Pois é Deus que nos torna justos por pura gratuidade, e não em recompensa por termos observado as minúcias duma Lei.
E como entrou o farisaísmo nas nossas tradições de espiritualidade! Como as nossas pregações reduziam a fé e o seguimento de Jesus à uma observância externa duma lista de Leis! Como reduzimos Deus a um mero “banqueiro”, que no fim da vida faz as contas e nos dá o que nós “merecemos”, segundo uma teologia de retribuição! Quem tem a conta em haver com Ele, ganhará o céu, e quem está em dívida irá para o inferno! E a graça de Deus? E a cruz de Cristo? Paulo mudou de vida quando descobriu que a Lei, por tão importante que fosse como “pedagogo”, não era capaz de salvar, mas que é Deus que nos salva, sem mérito algum nosso, através de Jesus Cristo! Com esta descoberta, se libertou! E defendia este seu “evangelho” a ferro e fogo! O texto de hoje nos convida para que examinemos até que ponto deixamos o farisaísmo entrar em nossas vidas; até que ponto confiamos em nós mesmos como agentes da nossa salvação; até que ponto nos damos o direito de julgar os outros, conforme os nossos critérios. Uma advertência saudável e oportuna que alerta contra uma mentalidade “elitista” e “excludente”, que pode insinuar-se na nossa espiritualidade, como fez na dos fariseu, sem que tomemos consciência disso!
Portanto, esse evangelho é transformador, ele vem ensinar para nós que a nossa oração é um meio de comunicação eficaz com o Pai, mas só subirá aos céus se nascer de um coração humilde, simples e puro! Se quisermos ser justificados e elevados diante de Deus, precisamos diminuir para que Deus cresça em nós! Meu Deus, é preciso que eu diminua e que Cristo cresça em mim. Dai-me Senhor um coração puro e humilde e assim como aquele cobrador de impostos clamou a ti eu também Te peço agora: tende piedade de mim que sou pecador.


O MANDAMENTO MAIS IMPORTANTE-Canção Nova

04 de Março - Sexta - Evangelho - Mc 12,28b-34


No evangelho de hoje vemos um facto ímpar em Marcos. Um mestre da Lei de Moisés reconhece em Jesus como Mestre e por isso tentando acalmar a discussão que se tinha levantado à volta d’Ele o interroga sobre qual seja o maior mandamento da Lei. Partimos do princípio de que os escribas eram intelectuais, conhecedores profundos e pormenorizados dos textos da Lei de Moises. Jesus olhando bem para ele, poderia até se questionar como é possível, este homem sendo doutor da Lei não sabia qual era o maior. Mas tudo bem:

“Escute, povo de Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.
Na resposta de Jesus está duas realidades. A relação do homem com Deus. E do homem como o homem para depois voltarem os dois para Deus o princípio e o fim do homem. Portanto o segundo mandamento completa o primeiro e que, em conjunto, resumem toda a lei. Este se refere ao amor do próximo Jesus esclarece o escriba, que o interroga, que não é possível cumprir o primeiro mandamento sem o segundo.
O Apóstolo João nos vai dizer quem afirma amar a Deus, que não vê, e não ama o próximo que vê, é um mentiroso. Logo, os dois mandamentos se abraçam e se completam. Este é o modelo que o próprio evangelho nos apresenta na relação amistosa entre Jesus e o escriba, pois ambos se elogiam reciprocamente. Nisto consiste o amor: no reconhecimento de uma recíproca igualdade e numa mútua e perpétua fidelidade. É assim com amor: dá e recebe como Jesus.  N’Ele está constantemente a cumprir-se o tudo dar de Deus ao mundo no Filho e o tudo receber por parte do Filho para tudo dar ao Pai nos seus irmãos.
Ante a sábia resposta do Verdadeiro Mestre, o mestre da Lei, no diálogo com Jesus enxerga e afirma que o amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios. Reconhece, assim, os dois maiores mandamentos. Jesus, então, afirma que ele não está longe do Reino de Deus.
A expressão de nossa adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, mas sim o amor concreto e solidário ao nosso próximo. Pois o próximo é o meu passaporte para o Reino do Céu e o Visto de entrada são as obras de misericórdia!



O PODER DE JESUS -Canção Nova

03 de Março - Quinta - Evangelho - Lc 11,14-23


Diante de um bem feito por Jesus, testemunhas oculares, habituadas à práticas demoníacas, ou seja a adivinhação, bruxaria, candomblé, umbandas e os seus derivados, se questionam sobre em nome e poder de quem Jesus estaria actuando. Ele acabava de libertar o homem endemoniado do poder de Satanás príncipe dos demônios. Vendo o homem curado e liberto, impávida e pasmada uma parte da multidão exclama:
 É Belzebu, o chefe dos demônios, que dá poder a este homem para expulsar demônios.
Outros, querendo conseguir alguma prova contra Jesus, pediam que ele fizesse um milagre para mostrar que o seu poder vinha de Deus.
E a atitude de como sempre é aconchegante e oportuna. Ele age na hora e no momento certo. Portanto, Jesus conhecendo-lhes os pensamentos, afirma: Todo o reino dividido acaba por se arruinar a si mesmo; a família que se divide em grupos que lutam entre si também acaba por ser destruída. Se o reino de Satanás tem grupos que lutam entre si, como continuará a existir? Se vós dizeis é por Belzebu que eu expulso demônios. Por quem os expulsam os vossos mestres. Assim, os vossos seguidores provam que vós estais completamente enganados. Na verdade é pelo poder de Deus que eu expulso demônios. O que prova que o Reino de Deus está no meio de vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda a sua própria casa, tudo o que ele tem está seguro. Mas, quando um homem mais forte o ataca e vence, leva todas as armas em que o outro confiava e reparte tudo o que tomou dele.
Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando.
A prática libertadora de Jesus restaurando a dignidade e a liberdade das pessoas suscita, por um lado, a admiração das multidões e, por outro, a repressão dos chefes religiosos de Isael.
Jesus afirma que veio para libertar todos que estão retidos sob o poder do encardido, ou seja, em poder daqueles chefes religiosos. Pois é preciso que todos saibam que é em nome e no poder de Deus que Ele veio, tornando presente o Reino de Deus Seu Pai entre nós.


A AFIRMAÇÃO DE PEDRO -Canção Nova

02 de Março- Quarta - Evangelho - Mt 5,17-19


Na narrativa de Mateus encontramos duas de suas características dominantes. Ele acentua a dimensão messiânica de Jesus e já apresenta sinais da instituição eclesial nascente. Escreve na década de 80, quando os discípulos de Jesus oriundos do judaísmo estavam sendo expulsos das sinagogas que até então frequentavam. Ele pretende convencer estes discípulos de que em Jesus se realizam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel. Daí o acentuado caráter messiânico atribuído a Jesus por Mateus. Os cristãos, afastados das sinagogas, começam a estruturar-se em uma instituição religiosa própria, na qual a figura de referência é Pedro, já martirizado em Roma. Pedro é apresentado como o fundamento da Igreja e detentor das chaves do Reino dos Céus.
Ó Deus, hoje nos concedeis a alegria de festejar S. Pedro e S.Paulo… apóstolos que nos deram as primícias da fé. Estamos aqui como Igreja a reconhecer a unidade de fé que viveram na diversidade de missão. Por isso os celebramos juntos. Sua fé em Jesus foi força que encontraram para suas vidas e para sua missão. O Espírito moldou seus corações de tal modo que puderam, como diz Paulo, dizer: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 1,21). Pedro faz a primeira expressão de fé do discípulo: “Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo” (Mt 16.16). Eu tenho a tentação de ver Pedro mais ligado à tradição e Paulo como um tipo mais avançado e rebelde. Os dois eram parecidos. Vemos Pedro romper com a tradição judaica e entrar em casa de pagãos consciente de que não devia chamar de impuro o que Deus declarara puro (At 10,15). Pedro abre as portas do paganismo ao Evangelho, no Concílio de Jerusalém, tachando a tradição judaica de um jugo impossível de suportar (At.15,10). Era uma grande libertação que fazia dentro de si mesmo pela ação do Espírito. Essa posição liberou a Igreja. Esse ato dá liberdade total a Paulo para evangelizar os pagãos (v.12). Paulo tão forte na liberdade, mantém tradições judaicas como cortar cabelos para cumprir um voto (At 18,18) e, por causa dos judeus, circuncidar Timóteo que tinha pai grego (At 16,3). A fé professada por Pedro se dá em um momento crucial da vida de Jesus, e O anima a seguir rumo à Paixão. Pedro recebe uma bem-aventurança: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus”. Tem o dom de ser pedra de alicerce sobre a qual Jesus constrói a Igreja e lhe dá o poder de ligar e desligar (Mt 16,17-19). Paulo reconhece a ação do Espírito: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).
Deram a vida pela Igreja e por Cristo. Rezamos no prefácio: “Unidos pela coroa do martírio, recebem igual veneração”. Eles têm consciência durante sua vida de que a perseguição que sofrem é por causa do Evangelho. Herodes desencadeou a perseguição sobre a Igreja; Matou Tiago e prendeu Pedro para apresentá-lo ao povo e ser morto. Ele foi libertado da prisão por um anjo (At 12,1-11). Paulo tem consciência do fim: “Já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida” (2Tm 4,8). Os dois têm a experiência de que são protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (v. 17); Pedro reconhece: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (v.11).
O ensinamento desta festa à Igreja é a abertura à tradição e ao acolhimento da novidade para ser fiel. A Igreja tem que se voltar sempre para o dinamismo destes dois homens que deram a vida pelo evangelho. Eles nos ensinam. Não podemos ficar na superficialidade e celebrar sem refletir o que os fez grandes. Eles não só são colunas da fé, mas também dão rumos para seu futuro. Vivemos tempos nos quais há tendências de voltar à tradição pela tradição e à novidade pela novidade. Mas devemos partir da fé que professamos em cada celebração.
A Igreja celebra Pedro e Paulo no mesmo dia porque trabalharam na unidade da fé e na diversidade de modalidades. Sua força apostólica está na fé em Jesus. Pedro e Paulo não se diferem pelo apego à tradição ou inovação, mas pelo campo. Ambos têm a tradição que preserva e a inovação que assume caminhos novos. Ambos vivem da fé.
Unidos pelo martírio recebem igual veneração. Sofrem por causa do Evangelho. Herodes prende Pedro e Paulo está preso em Roma com a consciência de ter combatido o bom combate e guardado e fé. Ambos sabem que o Senhor esteve sempre com eles.
O ensinamento desta festa é a abertura à tradição e o acolhimento da novidade para ser fiel. Eles são colunas da Igreja, mas também dão rumos. Há tendência de voltar à tradição pela tradição ou ir à novidade pela novidade. Como Pe. Vitor Coelho dizia: a Igreja não é de bronze, pois enferruja. É uma árvore que cresce porque tem ramos novos e permanece porque tem tronco.
Celebrando S. Pedro e S. Paulo nós celebramos a ação de Deus em Jesus para implantar o seu Reino no mundo. Ele usou duas luvas de briga: uma grosseira, Pedro, e outra mais caprichada, Paulo. Por que essa diferença?
Os dois implantaram a Igreja de Deus em dois mundos diferentes, mundo judeu e mundo pagão. Missão diferente, mas o mesmo fim. Diferente é o modo de compreender a fé. Isso enriquece. O judaísmo tende ao ritualismo; o paganismo tende a um modo mais livre de vida. A Igreja se enriquece com esses dois modos de entender.
Eles se fundam na fé. Pedro e Paulo vivem Jesus. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam grosso e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?
Pai consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.


PERDOAR É UMA DECISÃO -Canção Nova

01 de Março-Terça - Evangelho - Mt 18,21-35


O evangelho de hoje nos faz refletir muito sobre um aspecto de nossa vida que está bastante presente no nosso dia-a-dia: O PERDÃO.

Varias vezes por dia, e com diversas pessoas, nós sentimos a necessidade de pedir perdão. Isto acontece principalmente quando nossas atitudes magoam as pessoas que amamos e/ou quando vemos nos rostos destas pessoas a tristeza que causamos. Esse pedido de perdão nem sempre é tão simples, principalmente se temos o orgulho latente em nós e não queremos reconhecer o erro. Quando as pessoas magoadas não são as que amamos, esta atitude de humildade torna-se ainda mais difícil.
Mas apesar de tudo saiba que Perdoar é uma decisão. Ora veja!
Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete. Há pessoas que dizem que é difícil perdoar. No entanto, creio que esta afirmação surge porque muita gente não sabe ao certo o que é perdoar.
Neste ensinamento de Jesus aprendemos que devemos perdoar setenta vezes sete. mas, então, o que é perdoar? Perdoar não é um sentimento. Perdoar não é esquecer tudo, ou melhor, não é ter uma amenésia!
Perdoar é uma decisão. O que sente não interessa, porque a decisão de perdoar está no seu coração e você está livre. Você pode perdoar e continuar a sentir-se incomodado, aborrecido com a pessoa, mas pela Palavra de Deus, podemos ver que perdoar é fácil: não é um sentimento, é uma decisão.
Há pessoas que se recusaram a perdoar a outros e acabaram doentes ou paralisadas, sem que nada funcionasse na sua vida. Você sabia que a falta do perdão pode causar doenças terríveis em nós? Muitas doenças estão relacionadas com a falta de perdão. Você tem que perdoar a esposa, ao marido, ao seu vizinho, ao colega, ao patrão, seja a quem for. Senão é você que vai ficar mal na vida, pois se não perdoarmos os nossos pecados uns dos outros, também Deus não nos perdoará os nossos.
Em Mateus 18:33-35, Jesus disse que se nós não perdoarmos do coração, cada um ao seu irmão, as suas ofensas, Deus também não nos perdoaria as nossas ofensas e até nos deixaria nas mãos dos atormentadores que são demônios. Deus perdoou-nos as nossas maiores ofensas e nos deu salvação. Nós não temos o direito de não perdoar aos outros.
Veja este exemplo: Você também pode ter que acordar cedo para ir trabalhar e não lhe apetecer, mas você sabe que tem que ir, por isso, levanta-se não porque lhe apeteça, mas porque é uma obrigação. Quando tiver que perdoar alguém faça-o quer sinta ou não. Diga a Deus: Oh Deus, eu perdôo aquela pessoa que me magoou e partir de agora não guardo nada no meu coração contra ela. Mesmo que no dia seguinte você se sinta ainda magoado, o que interessa é a sua decisão feita na véspera e a pessoa está perdoada e o seu coração está limpo. Se a outra pessoa não quiser perdoar o problema é dela, já não é seu.
Ouvimos a pouco que certo homem devia muito dinheiro ao rei, e quando foram fazer contas, o rei teve misericórdia, e perdoou-lhe toda a dívida. Quando este homem saiu da presença do rei foi ter com aqueles que lhe deviam pequenas quantias, e como não lhe podiam pagar, lançou-os na prisão. Quando o rei soube disto entregou este homem aos carrascos, confiscou todos os seus bens, e toda a sua família foi vendida como escravos, até que pagasse toda a dívida.
E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um, a seu irmão, as ofensas.
Algumas pessoas dizem: Eu perdôo, mas não posso esquecer. Mas, quando Deus lhe perdoa alguma falta, você fica como se nunca tivesse pecado. Ele não se lembra mais disso. Nós também temos que fazer o mesmo, i.é., perdoar e esquecer o mal que nos fizeram; é apagar de coração as ofensas cometidas contra si.
A razão de algumas pessoas sofrerem de artrite, úlceras no estômago e até esgotamentos cerebrais, noites sem dormir, etc., é porque elas se recusam a perdoar. E porque não perdoam Deus também não lhes pode perdoar; por conseguinte, sofrem as maldições que o diabo lhes quiser pôr.
Se alguém o ofender perdoe-lhe nesse mesmo instante, não deixe passar um dia sem perdoar. Por quê? Porque está a dar lugar ao diabo, que virá a si com pensamentos errados acerca dessa pessoa. E à medida que o tempo passa, rancor começa brotar do seu coração e a sua comunhão com Deus fica cortada.
Quando Jesus ensinou que nos devemos perdoar 70 vezes sete, estava a dizer que, se for necessário devemos perdoar 490 vezes por dia, isto é perdoar sempre sem esmorecer, porque é assim que Deus faz também. Portanto, trata-se de tomar uma decisão. Perdoar é uma decisão hoje aqui e agora! Decida-se!


domingo, 28 de fevereiro de 2016

Evangelhos Dominicais Comentados-Jorge Lorente



06/março/2016 – 4o Domingo da Quaresma

Evangelho: (Lc 15, 1-3.11-32)

Todos os publicanos e os pecadores se aproximavam de Jesus para ouvi-lo. Os fariseus e escribas resmungavam, dizendo: “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então Jesus lhes contou a seguinte parábola: “Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Depois de alguns dias, o filho mais jovem juntou tudo e partiu para uma terra distante. Lá dissipou os seus bens numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome naquela terra e ele começou a passar necessidade. Ele foi pôr-se ao serviço de um dos cidadãos daquela terra, que o mandou para os seus campos cuidar dos porcos. Desejava encher o estômago com o que os porcos comiam, mas ninguém lho dava. Caindo em si, disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão em abundância, e eu aqui morro de fome! Vou partir em busca de meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Então se levantou e voltou para a casa do pai. Ainda longe, o pai o viu e ficou comovido. Correu-lhe ao encontro e o abraçou, cobrindo-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai falou para os escravos: ‘Trazei depressa e vesti nele a túnica mais preciosa, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um bezerro bem gordo e matai-o. Vamos comer e nos alegrar, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, quando se aproximava da casa, ouviu a música e as danças. Chamando um dos criados, perguntou do que se tratava. O criado respondeu: ‘Teu irmão voltou, e teu pai mandou matar o bezerro gordo porque o recuperou são e salvo’. Ele ficou indignado e não queria entrar. Então o pai saiu e insistiu que entrasse. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos eu trabalho para ti, sem nunca desobedecer uma ordem tua, e nunca me deste sequer um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora que voltou este teu filho, que devorou tua fortuna com prostitutas, matas para ele o bezerro gordo’. O pai lhe explicou: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso fazer festa e alegrar-se, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida; tinha-se perdido e foi encontrado”.
COMENTÁRIO

Hoje é Domingo, dia do Senhor e aqui estamos para juntos, vivermos sua Palavra. Já estamos, praticamente, na metade do período da quaresma. Mais três semanas e estaremos comemorando o dia da salvação, o dia da Páscoa do Senhor.

O Domingo de Páscoa é o grande dia para o cristão, o grande dia para a humanidade. O Pai, como prova de seu infinito amor, entregou seu próprio Filho para nos salvar. O Filho, vencendo a morte, voltou ao Pai e tornou real o seu sonho de reconciliação.



Neste evangelho vemos que bastou ter de volta um único filho para o pai fazer uma grande festa. Imagine então como será a festa de Deus Pai para receber seus milhares de filhos. Mais que uma túnica, mais do que um anel e uma sandália, vai receber amor e carinho o filho que se arrepender, que pedir perdão, e voltar. Será recebido de braços abertos e com muita alegria.

Os fariseus e os mestres da lei viviam observando e seguindo os passos de Jesus, para poder acusá-lo. E, para não fugir da rotina, no episódio de hoje, eles criticam Jesus por acolher pecadores e por comer com eles.

Para explicar porque veio, e para demonstrar a infinita misericórdia de Deus, Jesus conta a mais bela e comovente parábola de todo evangelho. Apesar de chamar-se a parábola do filho pródigo, nós não vamos analisar o comportamento do filho, mas sim a atitude do Pai. Esta passagem devia chamar-se a parábola do Pai misericordioso.

O filho mais novo representa cada um de nós, assim como, o comportamento do irmão mais velho tem tudo a ver com o nosso modo de ser. Somos humanos e por isso, chegamos até achar normal sua reação. No entanto, é quase impossível entendermos o amor desse Pai logrado, ludibriado pelo próprio filho. Coloque-se no lugar desse pai e imagine qual seria a sua reação.

Receber o filho sem um belo sermão? Sem exigir desculpas e sem pedir de volta tudo aquilo que ele levou? Esse Pai, nem de longe, se preocupou com essas coisas. Sua única preocupação era com o bem estar daquele filho desmiolado que partiu, que esbanjou a sua herança e que caiu na miséria.

Quando o jovem não tinha mais nada, nem sequer um centavo, foi cuidar de porcos. Essa era uma das mais humilhantes ocupações daquele tempo, pois o porco era considerado um animal impuro. Aos pecadores, aos miseráveis e marginalizados, era reservada a tarefa de cuidar dos porcos.

Diariamente o Pai ia esperá-lo. Sonhava poder revê-lo e apertá-lo junto ao peito. Olhava ao longe sem perder a esperança de reencontrar seu filho, até que finalmente o avistou. O jovem deveria estar malcheiroso, sujo e suado da viagem. Nem por isso o Pai deixou de correr ao seu encontro e recebê-lo com beijos e abraços.

Um Pai misericordioso e cheio de bondade que, diante das primeiras palavras, diante do primeiro sinal de arrependimento do filho... perdoou. Era tudo o que queria. Seu filho arrependido estava ali, em seus braços. Gratuitamente, numa demonstração de extremo amor, acolheu aquele que estava perdido e fora encontrado, que estava morto e revivera.

Veja que boa notícia: apesar dos pecados que nos tornam sujos e malcheirosos, Deus Pai nos ama e, de braços abertos, espera pacientemente por você e por mim. Basta o arrependimento e o desejo de aproximação para participar da Grande Festa que Ele preparou.

Além de túnica, sandália e anel, milhares de abraços e beijos estão reservados para quem seguir o exemplo desse jovem e pedir perdão e que, a exemplo do Pai, também souber perdoar.

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“QUEM NÃO ESTÁ COMIGO ESTÁ CONTRA MIM.”- Olivia Coutinho

 
Dia 03 de Março de 2016
 
Evangelho de Lc11,14-23
 
 Somos nós que tecemos a nossa vida! E para que sejamos tecidos fortes, bonitos, precisamos aprender com Jesus, a não nos deixar enganar pelas linhas falsas que nos são oferecidas por aí! São essas “linhas” falsas que comprometem a beleza e a resistência do nosso tecido!Optar pelo fio da graça de Deus, é a certeza de construirmos um belo tecido, isto é: uma vida frutuosa. 
No evangelho que a liturgia de hoje, nos convida a refletir, vemos que  algumas pessoas que  presenciaram Jesus libertando um homem possuído pelo demônio, disseram que Jesus estava possuído pelo Belzebu: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.” Em resposta a esta contradição, Jesus diz: “Todo reino dividido contra si mesmo, será destruído; e cairá uma casa por cima da outra.” Estas palavras de Jesus, nos alerta sobre o perigo da divisão, seja na família ou nos grupos que fazemos parte.
Uma família, ou um grupo, significa um todo,  por isto se torna forte, mas se essa família ou esse grupo se divide, as duas partes enfraquecem e ao invés de produzirem frutos juntos, passam a serem  adversárias, é aí que se abre uma brecha para o mal!
Para muitos de nós, quando criança, a figura do demônio, (aquele que divide) que nos foi passada, era de um bicho feio com chifres e orelhas compridas, mas hoje, nós sabemos que o demônio não se apresenta assim, pelo contrario, ele é sedutor, aparece de forma bonita e sutil para nos atrair!
Todos nós sabemos que o demônio existe e que ele tem poder, só Deus é mais forte do que ele, por isso, é importante estarmos sempre em sintonia com Deus, pois só em Deus conseguiremos vencê-lo!
O mal e o bem estão sempre confrontando dentro de nós, somos nós que escolhemos qual dos dois queremos cultivar!
Quando permitimos que o mal cresça dentro de nós, é sinal de que não estamos alimentando o bem que Deus plantou em nossos corações e sim, aquilo que é nocivo, como o ódio, o ressentimento...
Assim como as plantas bem adubadas, conseguem crescer em meio as ervas daninhas, nós também, quando enraizados em Cristo, conseguimos crescer em meio aos adversários de Deus.
Estamos vivendo um tempo propício para fazermos uma revisão de vida, confrontar o nosso comportamento com a palavra de Deus, para que possamos ajustar o nosso viver com o viver de Jesus!
Temos ao nosso alcance um “antivírus” poderosíssimo contra todo tipo de mal, que é JESUS! Configurados Nele, venceremos o inimigo!
O mal nunca sobreporá  o bem, se estivemos sempre  embebidos no amor do Pai, amparados na  força do Filho e guiados pelo Espírito Santo.

 

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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“NÃO PENSEIS QUE VIM ABOLIR A LEI...”- Olivia Coutinho

 
Dia 02 de Março de 2016
 
Evangelho Mt5,17-19
 
Não pode haver sintonia entre o homem e Deus sem a vivência do amor! É o amor que nos une como irmãos, que  nos torna testemunhas vivas do amor de Deus no mundo, possibilitando-nos viver a nossa humanidade de forma Divina!
No evangelho de hoje, Jesus nos ensina o caminho que devemos percorrer, se quisermos de fato, fazer parte do Reino dos Céus, que é o caminho do amor!
O texto nos alerta sobre o perigo de nos deixar contaminar pela mentalidade farisaica, ainda presente nos dias de hoje, até mesmo dentro de instituições  religiosas.
 “Se a vossa justiça, não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no reino dos céus.” Mt5,20. Ao contrário do que muitos  pensavam, Jesus não tinha pretensão de  abolir as leis e sim, de aprimorá-las!
Como sabemos, o legalismo  é um instrumento de alienação e opressão, que desvia a atenção do povo. Enquanto o povo está voltado para o  cumprimento de tantas leis, normas,  os que detêm o   poder,  sentem-se  livres para praticarem seus atos ilícitos, não considerando o projeto de Deus, que tem como prioridade a vida em toda sua dimensão!
 As leis de organização social e religiosas só têm validade se forem elaboradas em favor da vida.  E Jesus veio  implantar a justiça, libertar e fazer desabrochar a vida!
 Em todos os seus ensinamentos Ele sempre  deixou claro que a vida  deve estar  acima de toda e qualquer  lei!
  A  interpretação que Jesus faz dos mandamentos, deixa clara  a intenção de Deus; Deus não quis somente nos deixar mandamentos, Ele quis também, nos oferecer,  por meio de Jesus,  diretrizes precisas e importantes para a nossa caminhada de santidade.  
Todo mal que praticamos, começa no pensamento, no pensamento está a raiz de todo pecado, e Jesus  vem nos ensinar como cortar este mal pela raiz. O antigo Testamento diz:  “não matarás”, Jesus diz o mesmo, usando  essas palavras: "Amem-se uns aos outros." O amor é a arma que bloqueia toda ocasião de pecado, pois quem ama não mata, não escandaliza o outro, preserva a família, perdoa, respeita o que é do outro, enfim, quem ama realiza  a vontade de Deus.
“Amem-se uns aos outros” Jesus nos deixa este  mandamento novo, no sentido de destacar  a importância do amor na vida de cada um de nós,  o que não se trata de uma recomendação e muito  menos de uma lei imposta por Ele, mas sim, de uma condição para que Ele possa estar em nós e nós Nele.  Este  mandamento novo, supera todos os outros, ou seja, quem ama, pratica a justiça, portanto, cumpre os demais mandamentos. 
O mandamento do amor é um mandamento sempre novo, pois o amor é atual, não entra em decadência.
O reino de Deus não se espalha através de cumprimento de normas, de rituais e nem por meio de  propagandas, o Reino de Deus  se espalha pelo contagio do amor, pois amor é “contagioso”, pega de um para o outro!
A nossa identidade, o que nos distingue como cristão, é a nossa vivencia no amor!
Onde não há amor, não há vivencia cristã.
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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A REJEIÇÃO A JESUS, NÃO INTERROMPEU O ANUNCIO DO REINO!- Olivia Coutinho

 
Dia 29  de Fevereiro de 2016
 
Evangelho de Lc4,24-30
 
Neste tempo da Quaresma, somos convidados a percorrer o caminho que Jesus percorreu sem o temor da cruz!
Sabemos que durante este percurso, não estaremos isentos do sofrimento, mas sabemos também, que o nosso sofrimento não será em vão, pois Deus o transformará em trampolim para a nossa ascensão!  
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, vem confirmar,  que o caminho do profeta é marcado pela perseguição, pela rejeição...
Jesus, o profeta maior de todos os tempos, passou por esta  experiência, por ser bom, Ele foi perseguido, rejeitado até mesmo pelos os seus conterrâneos, aqueles, que deveriam ser os primeiros a acolhe-lo!
A cruz, está sempre presente no caminho do profeta,  pois são muitos, os que tentam calar a sua voz, o que não conseguem, pois nem mesmo a morte faz calar a voz de um profeta! Podem tirar a sua vida, mas não conseguem  tirar a força de suas palavras que tornam mais fortes ainda, depois da sua morte!
 O texto narra o retorno de Jesus a sua cidade de origem. Lá, Ele experimentou no corpo e na alma, a dor da rejeição! Uma dor, que certamente doeu mais forte ainda, por esta rejeição partir dos seus próprios conterrâneos!
 A princípio, o povo ficou encantado com as palavras de Jesus, mas este encantamento caiu por terra,  quando a identidade do Messias começou a se  revelar na pessoa Dele!
Para o povo de Nazaré, era inadmissível, alguém como Jesus, o "filho" de um simples  carpinteiro, se apresentar como o enviado de Deus! Eles, diziam conhecer Jesus, mas ficaram somente  na sua condição social, não quiseram enxergar o Rosto humano do Pai se desenhando na sua pessoa!
Os habitantes de Nazaré, esperavam por um Messias, mas um Messias extraordinário, milagreiro, que lhes fosse favorável, por isto, eles não aceitaram um Messias de aparência simples, que tinha o olhar voltado para os pequenos, os pobres, os marginalizados.
Os compatriotas de Jesus, tiveram nas mãos a chave da felicidade, mas  não se deram conta desta preciosidade, por isto desperdiçaram a graça de Deus! Ali, Jesus não pode realizar muitos milagres, fez apenas algumas curas, não, por repreensão, mas pela falta de fé daquele povo. 
Será que nós também, não temos atitudes semelhantes ao do povo de Nazaré? Será que aceitamos o recado de Deus, que chega até a nós por meio das pessoas simples? 
Temos a tendência de confiar somente nas palavras das pessoas que julgamos “grandes”  com isso, deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através dos “pequenos”, esquecendo de que Jesus, o Mestre de todos os mestres, o profeta Maior de todos os tempos, serviu-se de meios humanos bem simples para anunciar o reino de Deus!
A rejeição à Jesus, narrada no evangelho de hoje, não interrompeu o anúncio do Reino, que continua através dos incansáveis profetas de hoje: homens e mulheres que se embrenham pelo caminho da cruz, dispostos a dar a vida, se preciso for, pela causa do Reino.
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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