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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Se alguém quer me seguir renuncie-se a si mesmo -Igreja Matriz de Dracena

06 de março:

Jesus vinha exercendo seu ministério na Galiléia, onde se misturavam gentios e colônias judaicas, e nas regiões gentílicas vizinhas. Agora, tendo chegado bem ao norte, em Cesaréia de Filipe, como que dando por encerrado seu ministério nestas regiões, Jesus toma a decisão de voltar ao sul e, atravessando a Galiléia, seguir o caminho de Jerusalém. Nesta nova etapa de seu ministério, Jesus decide fazer seu anúncio libertador e vivificante diretamente entre as multidões de fieis do judaísmo que acorriam a Jerusalém, para atenderem ao preceito religioso de cumprir o dever de celebrar a Páscoa. Esta era a principal festa religiosa da tradição de Israel, e era a ocasião de todos os fieis, particularmente os que moravam em regiões mais distantes, trouxessem suas ofertas e dízimos anuais ao Templo. Jesus tinha consciência de que os chefes das sinagogas e do Templo de Jerusalém tinham a intenção de, em algum momento oportuno, matá-lo. A pregação e a prática libertadora de Jesus suscitara o ódio destes chefes, que tinham garantidos sua autoridade e seu poder a partir da Lei opressora, elaborada ao longo da tradição de Israel. Agora, a ida a Jerusalém poderia ser fatal. Contudo Jesus não renuncia ao propósito de anunciar ao mundo, sem restrições, o projeto de Pai, de libertar o mundo de toda opressão e promover a vida plena para todos. Jesus, então, fala aos discípulos sobre as provações que o aguardam em Jerusalém. Ë o chamado “anúncio da Paixão”. Este “anúncio” pode ter dois sentidos. Na perspectiva messiânica é o sofrimento necessário redentor, de acordo com a tradição do Primeiro Testamento. Porém pode significar a comum prática repressora dos poderosos deste mundo que não toleram e procuram destruir todo aquele que promove a libertação do povo oprimido, tal como foi Jesus em toda sua vida. Mateus, em seu evangelho, faz um contraste. Pedro, ao identificar Jesus com o Cristo, tinha uma revelação de Deus, era proclamado como pedra da Igreja, a as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela (cf. 7 ago.). Agora, ao rejeitar o confronto de Jesus em Jerusalém, não tem a compreensão das coisas de Deus, é pedra de tropeço, e satanás. Jesus convida os discípulos a consagrarem sua vida à causa da justiça e da vida. Seduzidos pelo chamado de Jesus (primeira leitura), empenham-se em renovar as estruturas deste mundo conformando-o a tudo que é bom, justo, e agradável a Deus (segunda leitura).


A PIEDADE DISCRETA- Igreja Matriz de Dracena


05 de março: Evangelho - Mt 6,1-6.16-18

A PIEDADE DISCRETA
A piedade judaica valorizava, de maneira especial, três práticas: a esmola, a oração e o jejum. Cada uma apontava para um tipo diferente de relação. A esmola indicava a relação de misericórdia com o próximo, cujas necessidades se tentava remediar. A oração expressava a relação amorosa com Deus, com quem se procurava estar em contínuo diálogo. O jejum se colocava no nível da relação do indivíduo consigo mesmo e consistia na busca do domínio dos instintos e das paixões, de modo a preparar para uma relação cada vez mais correta com Deus e com o próximo. 
O discípulo de Jesus não estava dispensado destas práticas tradicionais de piedade. Elas se mantinham válidas quando sua finalidade era garantida. Entretanto, havia no tempo de Jesus quem desvirtuasse seu sentido e se servisse delas para alimentar seu espírito de vanglória. Jesus tentou precaver seus discípulos desta deturpação da piedade, ensinando-lhes a discrição. Mostrar-se piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, era inútil e revelava uma motivação hipócrita. A inutilidade resultava da obtenção de louvores por parte dos admiradores, dispensando assim a recompensa divina. A piedade, neste caso, não atingia seu objetivo. Pelo contrário, quando praticada no escondimento e de maneira discreta, a piedade era observada apenas pelo Pai, de quem proviria a verdadeira recompensa.

Oração

Senhor Jesus, livra-me de praticar a piedade buscando fazer-me admirado pelas pessoas e ensina-me a praticá-la de maneira discreta, para obter a recompensa do Pai.-Igreja Matriz de Dracena

Receberá cem vezes mais-Igreja Matriz de Dracena


04 de março: Evangelho - Mc 10,28-31

A RECOMPENSA PROMETIDA
Os discípulos não se contentaram de seguir Jesus na gratuidade e lhe apresentaram a questão da recompensa pela ajuda prestada a ele. Pensando bem, os discípulos tinham razão. Para seguir Jesus, tiveram que romper os laços familiares, abandonar as atividades profissionais, deixar para trás suas propriedades e por-se à disposição do Mestre. Era justo quererem conhecer, de antemão, o prêmio reservado para si.
Jesus não descarta a questão, mas a responde de maneira enigmática. O discípulo, já nesta vida, receberá o cêntuplo de quanto renunciou e, no futuro, a vida eterna. Esta resposta deve ser interpretada não numa perspectiva puramente materialista e, sim, na perspectiva das nova relações propiciadas pela opção do discípulo. O Reino estabelece vínculos consistentes de comunhão entre seus membros, formando uma grande família onde todos se sentem irmãos, irmãos, mães, pais, filhos e filhas. Ninguém se apega a seus bens a ponto de se tornar insensível à carência do próximo. A solidariedade é um imperativo do Reino. A ruptura exigida pelo Reino, portanto, não deveria deixar o discípulo na insegurança.
A recompensa terrena prometida por Jesus chega em meio a perseguições e dificuldades. O discípulo, neste caso, dá-se conta de que o cêntuplo terreno ainda não é o bem definitivo a ser almejado. O Pai lhe reserva a vida eterna.

Oração
Senhor Jesus, possa eu experimentar, na solidariedade dos irmãos e irmãs, o cêntuplo reservado para mim, sem perder de vista a vida eterna.

Que devo fazer para ganhar a vida eterna?-Igreja Matriz de Dracena

3 de MARÇO : Evangelho - Mc 10,17-27

A PRÁTICA DA MISERICÓRDIA 

A parábola do bom samaritano mostra-nos o amor misericordioso como o único meio de obter a vida eterna. Engana-se quem pretende alcançar este objetivo mediante a prática minuciosa dos mandamentos, a busca da pureza ritual, o respeito às tradições, se tudo isto carecer do respaldo da vivência da misericórdia. Seguramente, o primeiro a ser questionado pelo ensinamento de Jesus e ver-se obrigado a mudar de mentalidade foi o mestre da Lei, que pretendia colocá-lo à prova.
A parábola apresenta-nos alguns aspectos da misericórdia, como Jesus a entendia. O samaritano põe-se a ajudar um judeu, sem se importar com as rixas que sempre existiram entre os dois povos, mostrando, assim, que a verdadeira misericórdia é dirigida a todas as pessoas, sem exceção. O assistido pelo samaritano é alguém expoliado, vítima da maldade humana, jogado à beira do caminho, como algo sem valor. Isto mostra que a misericórdia deve dirigir-se mormente aos pobres e deserdados deste mundo.
O samaritano muda todos os seus planos, ao deparar-se com alguém necessitado de sua assistência. Essa atitude indica que a misericórdia exige que deixemos de lado nossos programas e esquemas, ao nos depararmos com o irmão carente. O samaritano faz todo o possível e ainda se oferece para custear a hospedagem de seu assistido. Isto sugere que a misericórdia desconhece limite, indo além de quanto se possa previamente imaginar.
Oração
Espírito de amor misericordioso, que a indigência e o sofrimento de meus semelhantes levem-me a manifestar-lhes meu amor, com gestos concretos de misericórdia.


Não vos preocupeis com o dia de amanhã-Igreja Matriz de Dracena

2 DE MARÇO - Evangelho - Mt 6,24-34


A opção do discípulo pelo Reino não o permite estabelecer concorrentes para Deus. Sua vida está toda polarizada pelo Pai e não é permitindo que nada se intrometa nesta relação de exclusividade. O Pai reina absoluto no coração do discípulo.
Existe incompatibilidade entre Deus e o dinheiro, donde a exortação de Jesus sobre a impossibilidade de servir a ambos ao mesmo tempo. O projeto de Deus funda-se na partilha; o do dinheiro na concentração dos bens. A ação movida por Deus pauta-se pelo amor e pelo serviço ao próximo; a movida pelo dinheiro transforma o próximo em objeto de exploração. O grande desígnio de Deus é a união de todos em torno de objetivos comuns, enquanto a sede de dinheiro aprofunda a cisão entre ricos e pobres, os primeiros não se importando com a penúria dos demais. Deus é um bem precioso, do qual ninguém pode privar o discípulo; já o dinheiro é um bem precário, extremamente frágil, que se pode perder a qualquer momento.
O motivo da impossibilidade de reconciliar Deus e o dinheiro pode ser facilmente percebido. É vítima de engano quem pensa poder seguir a ambos ao mesmo tempo. Eles se fundam em pressupostos contrários entre si. Uma pretensa conciliação entre Deus e o dinheiro acontece em detrimento de Deus. Quem age assim demonstra tendência para a idolatria, que encoberta com a capa de Deus.
Oração
Senhor Jesus, que eu tenha um coração indiviso, entregue somente a ti, e forte para rejeitar toda tendência idolátrica instalada dentro de mim.


Deixai vir a mim as crianças-Igreja Matriz de Dracena


1º DE MARÇO - Evangelho - Mc 10,13-16

UM REPÚDIO À MARGINALIZAÇÃO
A atitude de Jesus de acolher as criancinhas, que eram apresentadas para que lhes impusesse as mãos e rezasse por elas, foi chocante para os discípulos. Estes as repeliam. A reação deles não foi motivada pelo receio de que estivessem esperando de Jesus um gesto mágico, nem eram movidos por ciúme ou por impaciência. Simplesmente, eram ainda incapazes de compreender o verdadeiro sentido do ministério de Jesus. A atitude do Mestre deveria ser bem considerada, para dela tirar as devidas lições.
O gesto de impor as mãos sobre as criancinhas aconteceu quando Jesus estava a caminho de Jerusalém, onde se consumaria o seu ministério. Momento terrivelmente sério de sua vida! No entanto, pelo caminho, mostrava-se sempre pronto a deter-se para acolher os humildes, os doentes e quem carecia de sua misericórdia. Embora a situação fosse grave, os pequeninos continuavam a ocupar o mesmo lugar no seu coração. Gesto semelhante deveriam fazer os seus discípulos.
Contrariando a mentalidade de seu tempo, Jesus repudiava a marginalização à qual as criancinhas eram relegadas. As que lhe foram apresentadas, tornaram-se símbolo das crianças de todos os tempos e lugares, as quais deverão ser tidas como modelo de atitude existencial dos discípulos do Reino. Estes devem primar pela humildade e pequenez diante de Deus, rejeitando toda atitude soberba e orgulhosa.
Oração
Espírito de pequenez diante de Deus, leva-me a ser humilde como as criancinhas, desprovido de soberba e de orgulho que me induzem a marginalizar o meu próximo.

“OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS!” - Olívia Coutinho

 
Dia 04 de Março  de 2014
 
Evangelho– Mc 10,28-31
 
Quando optamos por Jesus, optamos pela vida! Jesus é a fonte de água viva que irriga todo o nosso ser, longe Dele não há vida!
De quando em vez, precisamos fazer uma revisão de vida, nos reorganizarmos interiormente,  priorizando sempre os valores  do Reino, sobre os quais, devemos construir os pilares que nos darão sustentação durante a  nossa caminhada terrena.
Fazer um caminho de volta às nossas raízes, é a melhor forma de redescobrir o verdadeiro sentido do nosso existir!
  A vida é a maior expressão do amor de Deus, não conduzi-la para o bem é a maior ingratidão do homem ao seu criador.
É Jesus quem  nos liberta de tudo aquilo  que tenta  nos desviar dos bens eternos, é Ele que nos possibilita viver já aqui na terra, as maravilhas do Reino!
No evangelho de hoje, Jesus nos alerta sobre os perigos da riqueza. “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. Foi o que Jesus disse aos discípulos logo após o diálogo com um jovem rico que esteve às portas do Reino, mas não entrou, por não conseguir  liberta-se dos bens matérias, “coisas,”  que não passam pela porta deste reino.
 Diante desta afirmação de Jesus, os discípulos mostram-se apreensivos, e Pedro, preocupado quanto ao futuro deles, pergunta a Jesus: “Nós deixamos tudo e te seguimos. O que haveremos de receber?” Tudo indica que os discípulos, mesmo estando juntos do Mestre,   não compreendiam bem o seu  messianismo  ainda carregavam consigo a mentalidade do mundo, uma mentalidade que visa  recompensa  por tudo  que se faz.  Os discípulos estavam longe de entender que o  Reino De Deus se  fundamenta na gratuidade,  no amor e na partilha.
No texto, confronta-se a lógica de Deus e  a  lógica dos homens! A lógica do homem, é guardar, acumular, ter sempre mais,  enquanto que a lógica de Deus, é deixar-se, é abandonar-se, é desprender-se, é partilhar o que tem!
Fazendo uma contraposição entre os valores do Reino e os valores classificados aos olhos do mundo, Jesus tranquiliza os discípulos, garantindo-lhes que nenhum deles ficaria sem  recompensa por terem deixado tudo para segui-Lo: “Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna”.   Essa tranqüilidade que Jesus passou para  primeiros discípulos, se estende até nós, discípulos de hoje.
O seguimento à Jesus,  exige  renuncia, mas em momento algum Ele nos pede para abandonar os  nossos entes queridos. O que Jesus nos pede,  é que, coloquemos o Reino de Deus como prioridade em nossas vidas, o que devemos abandonar mesmo, é o  egoísmo, o comodismo, a nossa mania de grandeza, grandes inimigos  que distancia o humano do humano e consequentemente o humano do Divino.
Do nosso convívio  em comunidade, vão surgindo novos irmãos, novas mães, novos pais, valores que ampliam a nossa família nos trazendo uma valiosa recompensa!  
Quem faz  opção por Jesus, não está livre de perseguições, pois o seu testemunho  incomoda àqueles que se sentem bem instalados, que não querem mudanças, que vive  fechado no seu mundo, insensível ao sofrimento do outro.
Um seguidor de Jesus,  com certeza vai  encontrar inúmeros desafios pelo caminho, mas não vai  se abater diante às dificuldades, pois a certeza de que Jesus estará  sempre com ele,   lhe dará a segurança necessária para seguir em frente.
Os primeiros no reino dos céus, são todos aqueles  que o mundo despreza.
 Os últimos aos olhos do mundo, são os primeiros aos olhos de Deus!
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS – Olívia

“... E TERÁS UM TESOURO NO CÉU.” - Olívia Coutinho


Dia 03 de Março  de 2014
Evangelho de Mc 10,17-27
Vivemos numa cultura em que  tudo gira em torno das coisas materiais. E no  vazio existencial, muitos, vão perdendo o senso  do amor, do valor da fé, da solidariedade... Se não ficarmos atentos quanto as nossas escolhas, corremos o risco de nos contaminar pela mentalidade egoística do mundo, uma mentalidade  que valoriza o “ter” e não  o “ser.”
A  todo instante, Jesus nos convoca a mudarmos  esta realidade que aí está, a  darmos  um sentido novo à  nossa existência, abrindo mão dos nossos apegos para adquirirmos um tesouro no céu! A vida de quem aceita esta convocação  de Jesus,  se  transforma  numa verdadeira oferta de amor, numa  fonte de vida no mundo!
Quem coloca o Reino de Deus como prioridade em sua vida, vive em Jesus e Jesus vive nele, tornando assim,  um raio de luz na vida de quem vive nas trevas.
  O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, vem nos alertar sobre o perigo da riqueza. A riqueza quando não partilhada, se transforma num  grande abismo  entre  o homem e Deus.
O texto nos fala do encontro de um jovem rico com Jesus, um encontro, que tinha tudo para ser marcante e definitivo na vida deste jovem, se não fosse  a força do fascínio da riqueza que o  puxou para trás, que o impediu  de usufruir da riqueza maior: fazer parte do reino de Deus!
No relato, nota-se que a tristeza tomou conta daquele jovem que esteve tão perto da verdadeira felicidade, mas que a deixou escapar de sua vida, por não conseguir desapegar-se dos bens matérias!
“É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” Estas palavras de Jesus, deixaram os discípulos apreensivos, certamente eles pensaram: se para os ricos, que de acordo com a mentalidade judaica, eram vistos como privilegiados de Deus era tão difícil entrar no reino de Deus, imagine para eles que eram pobres!
A dificuldade que os discípulos tiveram em entender estas palavras de Jesus, originou-se da imaturidade da fé. Os discípulos, nesta ocasião, eram imaturos na fé, eles   ainda não compreendiam o messianismo Jesus, ainda carregavam consigo a mentalidade do mundo. Mesmo convivendo diretamente com Jesus, eles não se sentiam suficientemente  seguros, quanto ao  que lhes reservaria o futuro.  
Os ensinamentos que Jesus nos passa no dia de hoje, são desafiadores, principalmente  para  muitos de nós, que tem “alma de rico” isto é,  que se deixa levar  por atitudes egoísticas.
É importante conscientizarmos de que Jesus não condena a “riqueza,”, isto é, a  riqueza lícita.  O que Jesus  condena,  é o apego, o apego é um grande inimigo que nos impede de colocarmos o Reino de Deus como prioridade em nossas vida.
Abrir mão de  interesses pessoais, para nos colocar diante de Deus como servo, é acima de tudo, fazer a difícil viagem de sairmos  de nós mesmo para  ir ao encontro do outro. É diante do outro, que ficamos diante de  Jesus!
A nossa riqueza maior é a nossa liberdade, um presente de Deus, pago com o sangue de Jesus. Preservemos esta liberdade, eliminando tudo que  distancia o humano do humano
FIQUE NA PAZ DE JESUS!- Olívia 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Reconhecer a nossa condição de pecador - Helena Serpa

08 DE MARÇO- Evangelho - Lc 5,27-32

 Isaías 58, 9-14 – “a Deus o que é de Deus e ao mundo o que é do mundo”

A partir das nossas ações o mundo pode ser reconstruído e, assim, podemos desfrutar da herança dos justos. O profeta Isaías descreve para nós as condições para que isso possa acontecer. Todos os “ses” aqui expostos são ações que nos levam a uma conversão verdadeira e, por conseguinte, a uma vida frutuosa colaborando na construção de um mundo melhor. As coisas boas podem acontecer dependendo também de que as nossas ações sejam boas. “Se destruíres os instrumentos de opressão, os hábitos autoritários e a linguagem maldosa”; “se acolheres de coração”; e muitas outras recomendações ele nos faz a fim de que as nações sejam restauradas e as gerações encontrem a paz. Depende de cada um de nós, das nossas intenções e sempre existirá um se, como condição para que haja o bem e não o mal. A partir do nosso acolhimento às Suas instruções, o Senhor também nos promete fazer com que a nossa luz brilhe nas trevas e que a nossa vida obscura seja como um dia claro. Assim sendo, Ele nos conduzirá e saciará a nossa sede na aridez da nossa vida renovando a potência do nosso corpo. A leitura nos exorta ainda a que saibamos dar ao Senhor o lugar que é d’Ele deixando de lado os negócios, as atividades e as conversações, quando for o dia a Ele consagrado. Portanto, é dando a Deus o que é de Deus e ao mundo o que é do mundo que podemos ser homens e mulheres ajustados (as) ao plano do Pai. – Como têm sido as suas ações nos seus relacionamentos familiares e sociais? – Você tem falado “mal” de alguém? – Você se sente no direito de humilhar as pessoas mais simples, mais pobres? – Se você melhorar você acha que o mundo também irá melhorar?

Salmo 85 – “Ensinai-me os vossos caminhos e, na vossa verdade, andarei!”

Precisamos sempre estar suplicando ao Senhor que a Sua verdade nos oriente na nossa caminhada. Não podemos querer prosseguir sozinhos (as) no nosso dia a dia, mesmo que estejamos bem de saúde, de dinheiro, de amizades. Sempre seremos seres dependentes do auxílio e da proteção do Senhor que nos fez e nos criou. Confiando na bondade de Deus, devemos a todo o momento invocar o Seu nome porque sem Ele seremos sempre além de pobres, infelizes.

Evangelho – Lucas 5, 27-32 – “reconhecer a nossa condição de pecador”

Jesus Cristo veio ao mundo para nos revelar o grande amor do Pai por cada um de nós e nos fazer participar do reino dos céus cuja porta é a Sua Misericórdia. E a maior condição para que possamos usufruir da misericórdia de Deus é justamente a de nos sentirmos pecadores e necessitados de perdão. A cada um a quem Jesus diz, “segue-me”, Ele dá oportunidade de conversão e de vida nova. Os fariseus, no entanto, não entendiam assim, pois queriam ser justos com suas próprias forças. O grande segredo de Levi (Mateus), cobrador de impostos, pecador público foi o de reconhecer a sua condição de miséria e mesmo sendo considerado “um caso sem jeito” acolheu o convite de Jesus e O seguiu. Quando caminhamos aqui na terra seguindo as concepções do mundo, isto é, de como a maioria das pessoas pensa e age, a Palavra de Deus nos confunde porque fala justamente o avesso do que todos pregam. Ao contrário do que todos nós imaginamos, Jesus vem nos dizer que não veio chamar os justos, mas os pecadores e é a estes que Ele procura. Portanto, precisamos nos reconhecer a nossa condição de pecador para que Jesus também nos diga: “segue-me” Assim, Ele nos dará oportunidade de conversão e de vida nova. Assim também Jesus nos diz: “os que são sadios não precisam de médicos, mas sim os que estão doentes!” A nossa necessidade de conversão é perene e nós nunca podemos nos contentar com o que já progredimos. A cada dia precisamos ouvir o chamado do Senhor, necessitamos recebê-Lo na nossa casa e sentarmo-nos à mesa com Ele. Quanto mais reconhecermos a nossa enfermidade mais teremos Jesus como médico da nossa alma e conseguiremos a cura do nosso coração. - Você também se considera doente e necessitado (a) de salvação e de cura? – Você já experimentou levar Jesus para sua casa e apresentá-Lo à sua família e aos seus amigos? – Os seus amigos são também doentes como você? – Há alguém que você conheça que é considerado pelo mundo como um caso sem jeito? Convide-o para cear com Jesus na sua casa.

Helena Serpa

Jejum de coração - Helena Serpa

07 DE MARÇO  Evangelho - Mt 9,14-15
Isaías 58, 1-9 – “o verdadeiro jejum”

 Por meio do profeta Isaías o próprio Senhor denuncia os crimes do povo de Israel que se vangloriava de cumprir a lei e de praticar a justiça somente porque jejuava e buscava a Deus.    Para eles, o fato de que jejuassem e fizessem sacrifícios e mortificações era o suficiente para agradar a Deus ainda que, ao mesmo tempo, litigassem uns com os outros e cada um se preocupasse apenas com os seus próprios negócios.  Diante disso, o Senhor lhes recomendou: “Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu!”   A leitura de hoje, portanto, nos motiva a fazer uma reflexão atenciosa sobre a  maneira como estamos oferecendo sacrifícios ao Senhor neste tempo da Quaresma. A oração e o jejum que oferecemos a Deus devem ser acompanhados de um espírito de caridade, de acolhida, de reconciliação, de partilha, do contrário não terão valor nem sentido.  Aos olhos de Deus o verdadeiro jejum é aquele que nos leva a pôr um termo às injustiças, para acolher o que estão necessitados, vendo no rosto de cada irmão, outro Cristo. Jejum e oração não têm razão de ser se não forem vivenciados acompanhados de um verdadeiro espírito de caridade e de obras de justiça. Assim fazendo a nossa luz brilhará nas trevas e veremos atendidos os nossos pedidos de socorro.  – Com que espírito você jejua?  – O que você acha mais importante: jejuar às sextas feiras ou perdoar a alguém que o (a) ofendeu? – O jejum que você pratica tem alguma razão de ser ou é apenas para cumprir uma tabela?



Salmo 50 – “Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!”

O arrependimento é a porta para o perdão e é muito mais importante do que holocaustos ou sacrifícios. O salmista, arrependido, diz que o seu sacrifício é a sua alma penitente, isto é, arrependida, suplicante. O pecado nos afasta dos irmãos e por isso, nos afasta de Deus, mas a misericórdia do Senhor nos faz voltar ao convívio com os nossos irmãos e nos aproxima do céu porque Deus nunca despreza um coração arrependido.

Evangelho – Mateus 9, 14-15 – “jejum de coração”

Jesus Cristo veio ao mundo também para nos ensinar a dar sentido a todas as nossas ações. No Evangelho de hoje Ele nos orienta a como praticar os atos religiosos, de coração, e não por obrigação.  Precisamos ter em conta de que Deus conhece o nosso coração e percebe claramente as nossas motivações, portanto, quando jejuamos devemos fazê-lo com muita disposição e por amor, sem lamentos nem justificativas.    Há momentos na nossa vida que não nos cabem jejuar nem fazer sacrifícios, mas sim aproveitar a ocasião que nos é oferecida. De que adianta para nós o jejum se o nosso coração não está contrito no sacrifício? Um coração ressentido, vingativo, revoltado não consegue amar nem fazer nada por amor, muito menos jejuar.  Para nós,  cristãos o jejum deve ter um significado de vida e de alegria e uma motivação coerente para a nossa ação. Em outras palavras, deve haver uma razão de ser para o jejum e não somente jejuar por jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração.  Os discípulos de Jesus partilhavam com Ele de todos os eventos com alegria e submissão à Sua vontade e aos Seus ensinamentos. Eles estavam perto de Jesus e usufruíam da Sua presença e da Sua companhia, portanto, não tinham clima para jejuar, nem precisavam disso. Há que se ter uma causa nobre e sincera para que  pratiquemos o jejum e o sacrifício.  – Quando você jejua você se sente em paz? – Você gosta de mostrar aos outros que está jejuando? – O que Jesus acha do seu jejum? - Você é uma pessoa que sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?


Helena Serpa

A cruz de cada dia - Helena Serpa

6 DE MARÇO - Evangelho - Lc 9,22-25
Deuteronômio  30,15-20 -  “escolhe, pois, a vida”
Nesta passagem da Escritura nós lemos que Deus, que nos criou com liberdade, nos propõe caminhos a seguir, mas nos recomenda o caminho melhor, contido nos seus mandamentos, leis e decretos. Por isso, vemos que a vida e a felicidade; a morte ou a desgraça é o destino do homem que aceita ou não caminhar nos mandamentos do Senhor Deus. A escolha que fizermos nos levará a vivermos a bênção ou a maldição. Deste modo, todos nós temos o mapa para descobrir o caminho da vida e da felicidade.    A nossa própria vida se constitui uma prova da veracidade do que a Palavra nos afirma, e somos testemunhas disso quando caminhamos com Deus e seguimos a lei do amor, pois, apesar das dificuldades temos paz e esperança.  Do contrário, sofremos desespero, angústia e aflição. A proposta do Senhor para nós é que O amemos e provemos isto, seguindo os Seus caminhos e guardando as Suas leis e os Seus decretos. E a recompensa que teremos será uma descendência numerosa e a Sua bênção durante o tempo em que caminharmos aqui na terra. Porém, o Senhor também nos adverte: “Não vivereis muito tempo na terra onde ides entrar”, significando isto que a nossa vida aqui na terra é passageira e que o tempo em que nós vivemos é o momento ideal para aceitarmos a Sua proposta. A hora é esta! É pegar ou largar!  -  Como está a sua vida, seus sentimentos? - Você tem paz ou aflição no coração?  O que está lhe faltando?  – Você tem vivido na bênção ou na maldição? - Você, tem certeza que já fez a opção certa?  

Salmo 1 – É feliz quem a Deus se confia!”

A felicidade é a necessidade primordial da nossa alma e o salmista nos ensina o caminho certo para alcançá-la: confiar em Deus! O homem e a mulher que confiam a sua vida ao Senhor e que vivem em função da Sua Lei, com certeza encontrarão a felicidade verdadeira. Deus é a fonte da bem-aventurança e quem se apoia Nele é comparado a uma árvore plantada à beira do rio, por isso, tem a garantia de uma existência promissora. Tudo o que empreender, prosperará e as suas obras permanecerão para sempre.

Evangelho – Lucas 9, 22-25 -   “a cruz de cada dia” 


Neste Evangelho Jesus nos propõe a segui-Lo, mas não esconde de nós as consequências que isto pode acarretar na nossa vida. Ele nos propõe a Cruz como exercício para nos livrar de nós mesmos (as), da nossa vontade fraca, da nossa acomodação e nos deixarmos ser entregues à vontade do Pai que para nós é a felicidade suprema.  Portanto, a Palavra de Deus se realiza na medida em que nós a assumimos e, se Jesus nos manda tomar a Cruz e segui-Lo, não podemos continuar tentando ganhar o mundo inteiro apegados ao que temos e a quem somos, caminhando para a perdição. Com efeito, o seguimento de Jesus implica na renúncia total da nossa vontade humana que  nos leva a desejar conseguir tudo com facilidade e sem muito esforço. Jesus veio ao mundo com uma missão definida e concretizou-a assumindo a Cruz a fim de que pudéssemos também imitá-Lo nos desafios da nossa vida. Por isso, antes de nos fazer a proposta para que O sigamos Jesus nos fala do que Ele próprio teria que passar: sofrimento, rejeição, morte, mas afinal no terceiro dia, a ressurreição. A ressurreição de Jesus é, para nós, no entanto, a maior mensagem de esperança, pois sabemos que se Deus o ressuscitou no terceiro dia depois da Sua Paixão e Morte, também nos ressuscitará depois que passarmos pela cruz e também pela morte, para uma vida de glória. Precisamos, portanto, fixar os nossos olhos no amanhã que virá e não somente no hoje que estamos enfrentando.   -  O que você entende da proposta de Jesus para segui-Lo? -  O que você precisa renunciar para seguir a Jesus?  -  O que significa para você tomar a sua cruz?  Qual é a sua cruz?- Você pode ser a cruz? -  Você, que não se aceita,  que queria uma vida diferente!  Pense nisto!

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Jesus e o jejum-Canção Nova


DIA 07 - SEGUNDA - Evangelho - Mt 9,14-15


“Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar”! Com estas palavras Jesus não aboliu nem o jejum e nem a oração.Simplesmente Ele quis dizer aos discípulos de João Batista, e todos aqueles que ainda estavam presos ao passado que, jejum é feito em casos específicos, quando queremos servir melhor a Deus, quando estamos passando por tribulações, perseguições, doenças e calamidades, nos arrependimentos de pecados por nós e pelo povo, e conversões em massa.
Alías, Jejum, oração e boas obras são mencionados frequentemente por ambos judeus e cristãos. Oração não fica a frente do jejum, e boas obras, independente deles, mas como algo que os liga de dentro. O mais completo entendimento da oração é particularmente oferecido em conexão com o jejum. Quando nós olhamos o que é dito sobre a oração, e como ela é definida, nós podemos ver que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e alma que no corpo, como possível expressão da oração em geral.
Segundo São João Damasceno: “Oração é a subida da mente e do coração de alguém a Deus ou o pedido das boas coisas de Deus”.
Primariamente, a conversa com Deus como atividade espiritual é enfatizada. Todavia, há também a prática e a experiência de que não apenas pensamentos, conversa e atos espirituais por si só estão inclusos na oração, mas também é o corpo. A oração torna-se mais completa por meio do corpo e do movimento, que acompanha as palavras da oração. O corpo e seu movimento tornam a oração mais completa e expressiva para que ela possa mais facilmente envolver a pessoa inteira.
A unificação do corpo e da alma na oração é particularmente manifestada em jejuar e orar. O jejum físico torna a oração mais completa. Uma pessoa que jejua reza melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente. Desta forma, a oração não permanece somente uma expressão ou palavras, mas cobre o ser humano inteiro. O jejum físico é uma admissão para Deus diante dos homens que alguém não pode fazer sozinho e necessita de ajuda. Uma pessoa experimenta sua impotência mais facilmente quando ela jejua, e por isso, por meio do jejum físico, a alma está mais aberta a Deus. Sem jejum, nossas palavras na oração permanecem sem uma fundação verdadeira. No Antigo Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e em várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a ajuda de Deus. Jesus confere uma força especial ao jejum e a oração, especialmente na batalha contra os espíritos do mal.
O jejum é um tipo de penitência no qual abrimos mão de algo que nos agrada, e oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. E aqui entra um detalhe: só Deus precisa saber desse jejum! Não precisa sair por aí se gabando de jejuar, ou se mostrando abatido por causa do jejum! Pelo contrário, o verdadeiro jejum é feito escondido, para que somente o nosso Deus, que vê o que está escondido, tome conhecimento.
No evangelho de hoje, Jesus justificou que os seus discípulos não estavam em jejum porque Ele próprio estava presente, e isso era motivo de festa! E festa não combina com jejum! Chegaria o dia em que Jesus não estaria mais com eles. E aí sim, eles jejuariam. Querendo, pois fazer uma caminhada de penitência, sigámo-l’O. Hoje é o dia esta é a hora da prática do jejum. Abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento nosso ou de outras pessoas.


O que é necessário para seguir Jesus?-Canção Nova

DIA 06- DOMINGO - Evangelho - Lc 9,22-25




Para seguir Jesus é necessária a capacidade de renunciar a si mesmo. Abrimos mão dos nossos gostinhos, das nossas vontades, do nosso bem-estar por causa do seguimento de Jesus.
“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”(Lc 9,23-24).
Para seguir Jesus é necessária a capacidade de renunciar a si mesmo. Nós somos muito cheios de vontades, queremos que as coisas andem do nosso jeito, não gostamos de ser contrariados. No entanto, muitas vezes, seremos contrariados por causa do Evangelho. Nós abrimos mão dos nossos gostinhos, das nossas vontades, do nosso bem-estar por causa do seguimento de Jesus.
Pelo Senhor Jesus nós passamos por desconfortos, por situações constrangedoras; por Ele renunciamos à nossa vontade. 
Aqueles que se dispõem a ser contrariados, abrem mão de suas vontades, de seus gostos, de suas disposições, na verdade podem servir a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Fazendo isso, eles abraçam sua cruz, abraçam a condição para a qual são chamados a viver, as circunstâncias próprias da vida.
Muitas vezes, essas cruzes vêm em forma de doenças, de incompreensões, perdas, situações difíceis, momentos delicados… E nós entendemos tudo ao contrário, pois achamos que esses sofrimentos que vivemos são castigos de Deus. Não! O Senhor não tem tempo para castigar ninguém, Ele nos dá força e suporte para carregarmos a nossa cruz de cada dia.
Quando renunciamos a nós mesmos e tomamos nossa cruz, morremos a cada dia para nós. Somente quem morre, quem perde sua vida é que, na verdade, a ganha, porque a ganha para sempre junto de Deus. Que nós aprendamos, a cada dia, a nos tornarmos discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova 


Caridade, oração e jejum-Canção Nova


DIA 05 - SÁBADO - Evangelho - Mt 6,1-6.16-18



O texto de hoje nos ajuda a fazer uma reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina o nosso ser cristão. É, diria eu, o termômetro da nossa própria fé católica. E não poderia existir passagem melhor do que a do Evangelho de hoje.
A prática da justiça, no sentido religioso, significava a busca de justificação diante de Deus. As mais consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Por esta prática o piedoso judeu julgava-se justo diante de Deus. Com atitude ostensiva, os líderes religiosos do templo e das sinagogas afirmavam seu prestígio e poder.
A penitência, muitas vezes vista como uma prática de sofrimento, na verdade tem o caráter modificador, que nos transforma que nos faz perceber que podemos viver sem certas coisas do mundo. Que mais forte é Deus que nos dá o suficiente para viver. Compreendemos que os sacrifícios feitos deverão, portanto, ser fonte de crescimento, de amadurecimento espiritual e não motivo de promoção pessoal. E por isso, não devem ser expostos ao mundo, pois é interioridade, é intimidade com Deus.
Isto vale para todos os nossos atos religiosos ou aparentemente humanitários. Não podem ser forma de se vangloriar de sua bondade, mas de promover sua espiritualidade e também o bem de outras pessoas.
Sê assíduo à oração e à meditação. Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na alegria e na luminosidade que deslumbra a alma.
Se conseguires, fala ao Senhor na oração, louva-o. Se não conseguires, por não teres ainda progredido o suficiente na vida espiritual, não te preocupes: fecha-te no teu quarto e põe-te na presença de Deus. Ele ver-te-á e apreciará a tua presença e o teu silêncio. Depois, pegar-te-á na mão, falará contigo, dará contigo cem passos pelas veredas do jardim que é a oração, onde encontrarás consolo. Permanecer na presença de Deus com o simples fito de manifestar a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da perfeição.
Quando estiveres unido a Deus pela oração, examina quem és verdadeiramente; fala com Ele, se conseguires; se te for impossível, detém-te, permanece diante dele. Em nada mais te empenhes como nisso.
Não se trata de conceber a oração interior, livre de todas as formas tradicionais, como uma piedade simplesmente subjectiva, e de opô-la à liturgia, que seria a oração objectiva da Igreja; através de toda a verdadeira oração, alguma coisa se passa na Igreja e é a própria Igreja quem reza, porque é o Espírito Santo que vive nela que, em cada alma única, “intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rom 8, 26). E essa é, justamente, a verdadeira oração, porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao Deus que é amor?
O dom de si a Deus, por amor e sem limites, e o dom divino que se recebe em troca, a união plena e constante, é a mais alta elevação do coração que nos é acessível, o mais alto grau da oração. As almas que o atingiram são, na verdade, o coração da Igreja; nelas vive o amor de Jesus, Sumo-Sacerdote. Escondidas com Cristo em Deus (Col 3, 3), não podem deixar de fazer irradiar para outros corações o amor divino de que estão cheias, concorrendo assim para o cumprimento da unidade perfeita de todos em Deus, como era e continua a ser o grande desejo de Jesus.
Jesus nos mostra neste texto ao falar da oração, jejum e caridade de forma consciente o momento e o ato mais importante da nossa íntima união com Ele. E nos faz saber que estes atos devem ser livres e desimpedidos, desinteressados de reconhecimento. A partir do momento em que vivemos estas três lições de Cristo oração, jejum e penitência, em nossas vidas, tudo em nós será um eterno aleluia. Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nós.

Espírito de piedade ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai, e mereça a recompensa divina.

Para que os homens não vejam - Helena Serpa

5 de Março de 2014 

Evangelho - Mateus 6, 1-6.16-18 - “para que os homens não vejam”

O ato de sermos vistos, admirados, elogiados, afagados é uma necessidade da nossa carne fraca e, por isso, se não estivermos atentos (as), nós ficamos sempre esperando elogios, aplausos e nos entristecemos quando fazemos alguma coisa e as pessoas não vêm nos dar parabéns e afagar o nosso ego. Quando nos deixamos recompensar somente por Deus que está escondido no profundo do nosso ser, as nossas obras, mesmo que não sejam vistas pelos homens, têm um perfume agradável a Deus e, por elas, nós receberemos a Sua recompensa. Por isso, a esmola, a oração e o jejum são atos concretos que devem ser regidos pelo nosso coração e não pelo nosso exterior. Fazer para aparecer é não fazer por amor. Deus vê o coração e a recompensa nos será dada por Ele, se agirmos por amor a Ele; se fizermos com o intuito de sermos vistos pelos homens, teremos a recompensa dos homens, criaturas limitadas e que julgam pelas aparências. O Senhor nos conhece por inteiro e sabe de todos os motivos pelos quais nós agimos. A esmola que nós damos deverá ser colocada nas mãos do Senhor, por amor a Ele. Nada é nosso, o Senhor é o doador de tudo. A nossa oração deverá ser feita na intimidade com Ele que conhece a intenção pela qual nós oramos. Assim, a nossa oração terá valor, irá nos amadurecer e nos fazer dar frutos. O jejum que nós praticamos deverá ser ofertado ao Senhor por amor e como um sacrifício de louvor a Ele - O que você prefere: agradar a Deus ou aos homens? – Quando você faz alguma boa ação você se preocupa em que todos saibam? – Qual é a sua atitude quando você está jejuando? – Você gosta de provocar elogios? – As pessoas costumam elogiá-lo (a)? Como você se sente quando isso acontece?

Helena Serpa

BUSQUEMOS EM PRIMEIRO LUGAR O REINO DE DEUS E TUDO MAIS NOS SERÁ ACRESCENTADO. - Olívia Coutinho


 
  DOMINGO DO TEMPO COMUM
 
Dia 02 de Março de 2014
 
Evangelho de Mt 6,24-34
 
Muitos de nós, passa pela vida sem vivê-la, ocupando  com preocupações que não nos levam a nada.
Se tomássemos os ensinamentos de Jesus como  manual de instrução para conduzirmos a nossa vida, com certeza, não perderíamos tempo com tantas preocupações, continuáramos cumprindo  as nossas mesmas obrigações diárias, mas com uma diferença, realizaríamos tudo com tranqüilidade,  sem ansiedade, pois depositaríamos  a nossa segurança unicamente em Deus!
Quando deixamo-nos orientar por Deus, depositando a nossa confiança na providencia Divina, caminhamos  tranquilos, seguros das nossas escolhas, pois o caminho que trilhamos, é  um caminho traçado por Deus e não por nós!
Confiar na providencia Divina, não significa cruzar os braços e esperar que as coisas nos caiam do céu, pelo contrário, confiar na providencia Divina, é ir à  luta na certeza de  nunca estar  só,  porque  temos um Pai que cuida de nós, que não deixará nos faltar nada, nem hoje, nem amanhã!
Ao nos criar, Deus  não se contentou em somente nos dar a vida, como quis também nos cercar de cuidados, tanto para o nosso corpo, quanto para o nosso espírito. Para nos garantir uma boa qualidade de vida,  Deus  nos ofereceu as riquezas da natureza e para nos conduzir até Ele, nos deu Jesus!  Portanto, temos tudo  para sermos felizes, não precisamos nos desgastar com  preocupações desnecessárias.
A cada amanhecer de um novo dia, nos é  oferecida uma nova oportunidade  para revermos a nossa vida, rever os valores sobre os quais estamos construindo o nosso futuro, um  futuro que vai além desta vida.
 O evangelho de hoje, de um jeito admirável, nos faz meditar sobre o quanto estamos apegados as coisas terrenas!   O olhar prazeroso para as coisas do mundo, ofusca os nossos olhos diante  as maravilhas  que nos vem de Deus!
Jesus é bem claro: “Não podemos servir a Deus e ao Dinheiro”. Esta afirmação de Jesus,  provoca-nos, a  uma tomada de posição, a quem queremos servir,  a Deus, ou ao dinheiro? Esta escolha é desafiadora para  muitos de nós, que deseja servir a Deus, mas não consegue desvencilhar da escravidão do dinheiro.  
Não sejamos ingênuos de achar  que Jesus condena o dinheiro, Jesus não condena o dinheiro, afinal,  quando é fruto do nosso trabalho, o dinheiro  é abençoado. O que  Jesus reprova, é o mau uso do dinheiro e o lugar que o colocamos na nossa vida.  O dinheiro é para nos servir, e não para nos escravizar.  
O mau uso do dinheiro nos distancia de Deus, nos induz ao consumismo, que é o motor que alimenta este sistema que aí está, um sistema gerador de excluídos,  que descarta os  que não produzem mais,  os que não dão lucro.
Busquemos em primeiro lugar o Reino de Deus, e tudo mais nos será acrescentado!
É priorizando  os bens eternos, que estaremos  imunizados contra todo e qualquer tipo de sedução arquitetada  pelo mundo.
É fazendo um caminho de volta às nossas raízes,  que vamos redescobrir  a nossa   essência,  a nossa verdadeira origem :  viemos do Pai e para o Pai retornaremos. Esta certeza, deve nos conscientizar de  que não precisamos de tantas coisas enquanto estamos  aqui na terra, afinal, deste mundo, nada levaremos a não ser o bem que realizamos, é com estes bens, que construiremos  a  nossa morada no céu!  
O mundo tenta nos enganar, nos distanciar das coisas do alto, lançando sobre nós uma avalanche de ofertas sedutoras e este mesmo mundo que nos suga, nos despreza quando não temos mais o que oferecer, quando deixamos de produzir. Enquanto que Deus, sem levar em conta as nossas ingratidões, nunca nos abandona é  Ele que nos carrega no colo, quando o nosso  caminhar torna  impossível!
Preocupações, medo, angustia, estão fora de questão, quando se confia Naquele que vem do alto!
 
Queridos  leitores! 
Mais uma vez, agradeço a todos,  pela a atenção, pelo carinho, pelas palavras de incentivo e principalmente pelas orações. A força de suas orações,  nos mantém  firmes nesta nossa caminhada missionária!
Que Deus continue abençoando vocês e suas famílias!
 
FIQUEM NA PAZ DE JESUS! 
 
Abraços: Olívia Coutinho