SÁBADO – DIA 17 - Evangelho Lc 5,27-32
Padre Antonio Queiroz
Eu não vim chamar os justos, mas sim os
pecadores para a conversão.
Este Evangelho narra a vocação de S. Mateus,
que aqui é chamado de Levi. A sua profissão – cobrador de impostos – era
considerada impura, pelo fato de tocar em moeda estrangeira. Por isso, todos os
cobradores de impostos eram considerados pecadores. Jesus não tinha esse
preconceito.
No grande banquete oferecido por Mateus, além
de cobradores de impostos havia pecadores de verdade, e Jesus estava feliz no
meio deles. Diante do protesto, ele explicou: “Eu não vim chamar os justos, mas
sim os pecadores para a conversão”. A frase não exclui ninguém do chamado de
Jesus. É apenas um convite aos que se consideram justos para a conversão, pois
“o justo cai sete vezes por dia”.
“Os que são sadios não precisam de médico,
mas sim os que estão doentes.” Os fariseus não entenderam essa frase pronunciada
também para eles, os doentes terminais do orgulho, auto-suficiência e
hipocrisia.
“Deus é rico em misericórdia. Por causa do
grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas
faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos” (Ef
2,4-5.7-9). “Deus retira o pobre do monte de lixo...” (Cântico de Ana – 1Sm 2).
“Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes” (Magnificat).
Quando Davi cometeu um grande pecado,
mandando matar Urias para se casar com a sua esposa Betsabéia, Deus o perdoou
completamente. Tanto que escolheu Salomão, o segundo filho dele com Betsabéia
(2Sm 12,24), para continuar a geração do Povo de Deus.
“O Senhor é bondade e retidão. Ele aponta o
caminho aos pecadores” (Sl 25,8). Esse amor de Deus pelos pecadores nos
encanta, seduz e nos dá esperança, pois quem não é pecador? “Tu me seduziste,
Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20). Deus não nos trata conforme nossos
erros (Sl 103,8-14).
“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque
Deus é amor” (1Jo 4,8). Nós temos amor, Deus é amor. “Nós conhecemos e cremos
no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor
permanece em Deus e Deus permanece nele” (1Jo 4,16).
Esse grande amor de Jesus pelos pecadores é
mostrado também no seu acolhimento à mulher adúltera, ao Zaqueu, à Samaritana,
a S. Paulo... Ele não podia ver ninguém longe de Deus, que já se aproximava
para o cativar.
Jesus perdoou até os que o mataram, e rezou
por eles: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem!” E ele nos pede para
fazermos a mesma coisa: “Não julgueis...” (Mt 7,1-7).
A misericórdia, que é o amor aos pecadores e
aos que sofrem, é uma das Bem-aventuranças: “Felizes os misericordiosos...” (Mt
5,7).
S. Paulo nos pede: “Irmãos, tende em vós os
mesmos sentimentos de Cristo Jesus...” (Fl 2,6). Assim, as Comunidades cristãs
são chamadas a continuar o amor misericordioso de Deus Pai, manifestado em
Jesus. A Comunidade é compreensiva para com todos, é agente de inclusão dos
pecadores.
Diante de pessoas que praticam ações más,
mesmo que sejam os piores crimes, devemos pensar: a misericórdia de Deus é
maior que o erro dessa pessoa. E assim, amá-la, acolhê-la e ajudá-la a se
levantar. A Igreja acolhe o pecador, não o pecado que ele cometeu, por isso o
ajuda a vencer o pecado.
“Quero misericórdia e não sacrifício” (Mt
9,13). Jesus criticava incansavelmente o culto vazio e hipócrita dos que se
crêem em ordem com Deus por cumprir determinados ritos cultuais, como
sacrifícios, dízimos e jejuns, enquanto esquecem a disponibilidade perante
Deus, o amor fraterno e a reconciliação fraterna.
Faz parte do amor misericordioso usar o
dinheiro não apenas em benefício de si mesmo e da família, mas dos que precisam
para viver dignamente. É a economia a serviço da vida. Muitos adoram e servem
ao dinheiro, como se ele fosse um deus. Cabe uma pergunta: quem é Deus em nossa
vida? Em que lugar Ele está entre os valores que buscamos? Que esta Campanha da
Fraternidade nos prepare melhor para a Páscoa.
Certa vez, numa sala de aula, uma menina
perguntou à professora: “O que é amor?” A professora sentiu que não só aquela
criança, mas toda a classe merecia uma resposta à altura. Como já estava na
hora do recreio, ela pediu que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola
e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.
As crianças saíram muito interessadas. Quando
terminou o recreio, voltaram e começaram a apresentar os objetos que trouxeram.
Uma trouxe uma flor, outra trouxe uma borboleta, outra criança pediu emprestado
a uma funcionária a sua aliança e trouxe...
Terminada a apresentação, a professora notou
que uma menina estava toda envergonhada, porque não havia trazido nada. Então,
dirigiu-se à aluna e perguntou: “Meu bem, por que você não trouxe nada?” A
garotinha, timidamente, respondeu: “Desculpe, professora, eu vi a flor, mas não
quis apanhá-la. Preferi que ela continuasse enfeitando o jardim da escola. Vi a
borboleta, leve e colorida, mas eu nunca teria coragem de segurar um animalzinho
tão bonito. Isso pode machucá-la. Vi também um ninho com filhotes de sabiá, mas
nem mexi; se eu soubesse o que eles comem, até levaria alimento para eles”.
Emocionada, a professora explicou para as
crianças: “Esta aluna fez a melhor escolha: Não trouxe objetos, mas trouxe para
nós, em seu coração, o perfume do amor”. E deu à menina a nota máxima.
O respeito e a proteção da vida é o que mais
desperta em nós o sentimento de amor.
Na oração Salve Rainha, nós chamamos Maria
Santíssima de Mãe de misericórdia. Ela é também o refúgio dos pecadores. Mãe de
misericórdia, rogai por nós!
Eu não vim chamar os justos, mas sim os
pecadores para a conversão.
Eu, Jair Ferreira da cidade de Cruz das Almas - Ba todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo.
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