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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Um Cristianismo Pela Metade-Diac José da Cruz

6 de Junho de 2017
Evangelho: Mc 12, 13-17

" Um Cristianismo Pela Metade...."

Há tantas indagações que poderíamos colocar ao lado desta pergunta capciosa que os Fariseus e Herodianos fizeram a Jesus. Vamos formular algumas delas, para que compreendamos a resposta de Jesus para os cristãos de 2017.
"Senhor, é certo um cristão participar da política partidária? Deve um cristão atuar no sindicalismo ou na associação de moradores? Deve um cristão se preocupar com questões sociais do bairro, da cidade? Deve um cristão se ocupar com problemas de ordem econômica? Pode um Cristão acompanhar trabalhos da câmara e cobrar os seus representantes no legislativo? Deve um cristão se ocupar de questões referentes à cidadania, ao meio ambiente e ecologia? Deverá um cristão atentar para questões da Educação e Saúde? Pode em nossas comunidades um cristão se preocupar com administração, situação econômica da Paróquia, formas de gestão para melhorar a arrecadação do dízimo? Deve um cristão se preocupar com a comunicação e ocupar espaços na Mídia local ou na grande Mídia, para evangelizar? A lista é muito grande e paramos por aqui.
A verdade é que muitas vezes preferimos ser cristãos pela metade, ignorando ou menosprezando as realidades terrenas que nos cercam e que afetam diretamente a nossa vida. Para que se preocupar com as coisas do mundo, se elas são transitórias. O que importa é me preocupar com a salvação da minha alma na Vida Eterna.....Este é o pensamento que prevalecia na Igreja antes do Concílio Vaticano II, e infelizmente muitos ainda pensam assim,  recusando-se a ser fermento na massa, sal e luz do mundo, preferindo a Fé da Magia, que cuida das coisas santas e sagradas, entendendo que tudo mais são coisas profanas. Claro que, por conta deste pensamento, os cristãos "Metadinhas" são péssimos administradores, maus pagadores, vivem "apertados", metidos em grandes dívidas e são capazes de pedir a Deus um milagre econômico para suas vidas.
Cristãos “metadinhas” odeiam ouvir falar em política dentro da Igreja e na relação com os políticos, legisladores e governantes. Só querem uma coisa: ter algum ganho ou levar alguma vantagem com eles...incentivando, até mesmo políticos de dentro da comunidade que  praticarem o chamado clientelismo político, que é uma praga que infesta nossa sociedade.
Neste sentido e olhando por este lado, podemos entender que a resposta de Jesus: "Dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus", é um convite à coerência, de uma fé comprometida com a vida e todas as suas implicações. Claro que a questão da imagem cunhada na moeda serve também como uma exortação para lembrarmos que o homem é imagem e semelhança de Deus e não imagem e semelhança das Instituições. Portanto, sendo imagem e semelhança de Deus, temos que ser coerentes como Jesus de Nazaré, Homem fiel, judeu e cidadão, que se inseriu plenamente na sua realidade nacional e religiosa, sem nunca fazer da relação com Deus uma forma de se alienar. E por ser assim, tão comprometido com a transformação das estruturas do seu tempo, foi perseguido e condenado injustamente à morte da cruz, pois se fosse apenas um fanático religioso, um visionário místico, que vivia nas nuvens, certamente não incomodaria a ninguém e morreria velhinho, de cabelos brancos... (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mal jotacruz3051@gmail.com)  )Revisor:JCBarbosa

A oração de Jesus ao Pai-Dehonianos

1 Junho 2017
7ª Semana – Quinta-feira
Lectio
Primeira leitura: Actos 22, 30; 23, 6-11
Naqueles dias, querendo o tribuno averiguar com imparcialidade do que era acusado pelos judeus, fê-lo desalgemar, convocou os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio e mandou buscar Paulo, fazendo-o comparecer diante deles.
6Sabendo que havia dois partidos no Sinédrio, o dos saduceus e o dos fariseus, Paulo bradou diante deles: «Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus, e é pela nossa
esperança, a ressurreição dos mortos, que estou a ser julgado.» 7Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia dividiu-se,
8porque os saduceus negam a ressurreição, assim como a existência dos anjos e dos espíritos, enquanto os fariseus ensinam publicamente o contrário. 9Estabeleceu-se
enorme gritaria, e alguns escribas do partido dos fariseus ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos nada de mau neste homem. E se um espírito lhe tivesse falado ou mesmo um anjo?» 10A discussão redobrou de
violência, a tal ponto que o tribuno, receando que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a tropa para o arrancar das mãos deles e reconduzi-lo à fortaleza.
11Na noite seguinte, o Senhor apresentou-se diante dele e disse-lhe: «Coragem!
Assim como deste testemunho de mim em Jerusalém, assim é necessário que o dês também em Roma.»
A defesa de Paulo diante do Sinédrio é relatada por Lucas de um modo que deixa supor uma profunda elaboração do texto, pois encontramos pormenores inverosímeis e outros que se adaptam às circunstâncias históricas. O Apóstolo fora a Jerusalém para visitar a comunidade e, a conselho de Tiago, tinha subido ao Templo. Descoberto pelos seus adversários, só não perdeu a vida porque interveio o tribuno romano, que até lhe permitiu falar à multidão. Paulo conta, mais uma vez, a história da sua conversão. Mas as suas palavras desencadeiam novo tumulto e o tributo manda reconduzi-lo à fortaleza, onde Paulo se declara cidadão romano. No dia seguinte, é levado ao sinédrio e pronuncia o seu discurso, em que habilmente explora a controvérsia existente entre fariseus e saduceus acerca da ressurreição. A confusão aumenta e, mais uma vez, Paulo é salvo pelos romanos. Mas o Senhor conforta o seu missionário e garante-lhe que o seu testemunho vai continuar, não só em Jerusalém, mas também no centro do próprio Império, em Roma.
Evangelho: Jo 17, 20-26
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: 20Pai, santo, não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, 21para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. 22Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. 23Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim. 24Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. 26Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»
Estamos na terceira parte da «oração sacerdotal». Jesus amplia o horizonte, fazendo referência a todos aqueles que, ao longo dos séculos, hão-de acreditar n´Ele pela palavra dos discípulos. Depois pede por todos os crentes (vv. 20-26). Pede especialmente, para eles, uma união e unidade semelhantes às que existem entre o Pai e o Filho, ou melhor ainda, que participem nessa união e nessa unidade (vv. 21-
23). Pede pela salvação dos discípulos (vv. 24-26).
Como o Pai está no Filho e o Filho está no Pai, também os crentes hão-de estar com eles, para que o mundo creia que Jesus é o enviado do Pai. Esta unidade é possível pelo amor, a única forma de uma pessoa estar noutra sem perder a sua própria identidade. Mas o amor é obediência, é realização da vontade do Pai.
Meditatio
Jesus quis partilhar connosco a glória que o Pai Lhe deu: «Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um» (v. 22). Que quer dizer o Senhor com estas palavras? Não é certamente a glória mundana, que tantas vezes procuramos, para satisfazer o nosso orgulho e a nossa vaidade. A glória de Cristo é a glória daquele que veio para servir, que se baixou ao nosso nível, que se identificou connosco, que nos lavou os pés. É, portanto, a puríssima glória daquele que jamais procurou a glória e que, por isso mesmo, foi glorificado pelo Pai. É a glória daquele que «se levantou da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura e, depois, deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura» (Jo 13, 4-5) ou que, como escreve Paulo, «se rebaixou a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome» e lhe deu uma glória que está acima de toda a glória, a glória de «Senhor!».
Trata-se, pois, de uma glória que vem do amor do Pai e que tem por objectivo fazer com que todos «sejam um»: «Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um» (v. 22). É, pois, uma glória dada por amor, esse amor que está na base da fraternidade entre os discípulos. Essa fraternidade é testemunho seguro e autorizado da verdade da nossa fé cristã. O cristianismo ganha credibilidade, e cresce em credibilidade, quando os fiéis se empenham em viver como irmãos e irmãs, que se aceitam uns aos outros como são para tender à unidade, quando não se deixam levar por rivalidades, mas se ajudam, se apoiam, são benevolentes uns com os outros. Há que ter tudo isto bem presente na vida espiritual, na missão, na pastoral, para darmos testemunho do «amor de Cristo num mundo à procura de uma unidade difícil e de novas relações entre pessoas e grupos» (Cst 43) e para colaborarmos eficazmente na construção de uma nova civilização, a
«civilização do amor», que será, na terra, um reflexo da comunidade trinitária,
conforme a oração de Jesus: «Que todos sejam um só. Como Tu, ó Pai, estás em Mim, e Eu em Ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste» (Jo 17, 21). Notemos a insistência de Jesus, não só sobre a unidade no amor, mas também sobre a dimensão missionária da comunidade unida no amor. “Ut sint unum” («Para que sejam um») é um dos motes caros ao Pe. Dehon.
Oratio
«Ó Jesus, realiza o teu testamento. Vem a mim e dá-me também o amor do Pai. Devo da minha parte fazer o que é próprio para favorecer esta união. Devo viver junto de Ti, Contigo, em Ti, em união com o teu divino Coração, fazendo tão constantemente quanto possível actos de amor, de reconhecimento, de reparação e de oração». Assim Te rezava o teu servo Leão Dehon. Faço minha a sua oração, mas quero também pedir-Te que a graça da união Contigo me leve a empenhar-me na união com todos os meus irmãos e irmãs. Trabalhar pelo teu Reino é, sobretudo, mergulhar na fraternidade, que é sinal da tua presença, da presença do teu Reino. A tua mensagem, muitas vezes, não emerge, porque não emergem comunidades fraternas realizadas. Faz-me compreender o mistério da união Contigo, mas também o mistério da fraternidade e a força missionária da comunhão. Amen.
Contemplatio
«Quero que, onde eu estiver, eles estejam comigo». É a promessa do céu, a promessa da visão intuitiva e da posse de Deus: «Quero que eles vejam a minha glória, Ut videant claritatem meam». É mais do que uma oração, mais do que um desejo, Nosso Senhor exprime uma vontade, fala ao seu Pai como de igual para igual. Pede que os seus discípulos sejam testemunhas da glória que o seu Pai lhe destinou desde toda a eternidade.
Depois recorda sumariamente as condições desta beatitude para os seus discípulos: «O mundo não os conhece, diz a seu Pai, e por causa disso não chega à salvação nem à glória do céu. Mas eu conheci-vos e vós me glorificastes. Os meus apóstolos conheceram-vos em mim, compreenderam que eu era vosso enviado. Dei- lhes a conhecer o vosso nome e dá-lo-ei a conhecer ainda mais».
Conhecer Deus, conhecer prática e progressivamente Jesus e a revelação, eis,
portanto, o caminho da beatitude.
Este conhecimento começou pelo ensino comum da Igreja. Ele cresce sempre mais pelas luzes mais abundantes que Nosso Senhor comunica àqueles que se aplicam a conhecê-lo na oração e no recolhimento. Deve estar unido ao amor, que cresce em nós nas mesmas proporções. Quanto mais conhecemos a Deus mais o amamos, quanto mais nos tornamos dignos do seu amor, mais nos unimos intimamente com ele e com Jesus Cristo.Eis o caminho, eis a via: melhor conhecer Nosso Senhor para melhor o amar.
«Pai, que o amor com que me amastes esteja neles e eu neles!». São as últimas palavras do testamento do Sagrado Coração. Nosso Senhor podia mostrar-se mais amoroso e mais terno por nós? Pensemos bem nestas palavras: «Meu Pai, amai- os como me amastes a mim desde toda a eternidade. Amai-me neles, amai-os como meus irmãos, como outros que eu mesmo…».
Que diríamos nós sobre a terra de um príncipe real que dissesse ao seu pai:
«Eis alguns dos vossos súbditos, adoptai-os como vossos filhos, amai-os como me amais a mim, dai-lhes uma parte da minha herança…». Isto seria o cúmulo da amizade, da abnegação, da dedicação, e isto nunca se viu, mas Nosso Senhor pediu isto por nós a seu Pai. E acrescentou: «E eu mesmo estarei neles, et ego in ipsis. Habitarei neles, viverei nos seus corações, serei um só com eles…».
Foi esta união divina que nos foi prometida. Tornamo-nos participantes da natureza divina; divinae consortes naturae, como diz S. Pedro.
Esta união estabelece-se pelo estado de graça e acrescenta-se cada dia pela vida interior. Está à minha disposição e posso torná-la todos os dias mais íntima. Que loucura se o não fizesse! (Leão Dehon, OSP 3, p. 490s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Qj.Je todos sejam um» ( Jo 17, 21 ).


Simão, filho de João, tu me amas?-Dehonianos

2 Junho 2017
7ª Semana – Sexta-feira
Lectio
Primeira leitura: Actos 25, 13-21
Naqueles dias, 13o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram apresentar cumprimentos a Festo. 14Como se demorassem vários dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: «Está aqui um homem que Félix deixou preso, 15e contra o qual, estando eu em Jerusalém, os sumos-sacerdotes e os Anciãos dos judeus apresentaram queixa, pedindo a sua condenação. 16Respondi-lhes que não era costume dos romanos conceder a entrega de homem algum, antes de o acusado ter os acusadores na sua frente e dispor da possibilidade de se defender da acusação. 17Vieram, pois, comigo e, sem mais demoras, sentei-me, no dia seguinte, no tribunal e mandei comparecer o homem. 18Postos em frente dele, os acusadores não alegaram nenhum dos crimes que eu pudesse suspeitar; 19só tinham com ele discussões acerca da sua religião e de um certo Jesus, que morreu e Paulo afirma estar vivo. 20Quanto a mim, embaraçado perante um debate deste género, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém, a fim de lá ser julgado sobre o assunto.
21Mas Paulo apelou para que a sua causa fosse reservada à decisão de Augusto e eu ordenei que o mantivessem preso até o enviar a César.»
Paulo estava na prisão havia dois anos por ordem do procurador Félix que se tinha negado a pô-lo à disposição dos Judeus. Três dias depois da chegada de Pórcio Festo, os Judeus voltaram à carga, na esperança de que o novo procurador aproveitasse a oportunidade para se reconciliar com eles. Mas Festo preferiu actuar de acordo com o direito romano. Homem honesto, deu-se conta de que o que verdadeiramente dividia os Judeus do Apóstolo não era uma qualquer doutrina, mas um acontecimento, a ressurreição de Jesus. E propôs a Paulo ser julgado em Jerusalém, na sua presença. O Apóstolo não aceitou e apelou para César, na esperança de anunciar o Evangelho na própria capital do império.
Aproveitando a passagem do rei Agripa por Cesareia, Festo expôs-lhe questão. Agripa interessou-se, quis ouvir pessoalmente Paulo e reconheceu a sua inocência. O Apóstolo não deixou perder a boa ocasião para anunciar ao rei e à sua corte a Boa Nova da Ressurreição, a ponto de Agripa afirmar: «Por pouco não me persuades a fazer-me cristão» (Act 26, 28). A Ressurreição de Jesus tornou-se tema de conversa na corte.
Paulo não perde uma única oportunidade de anunciar Cristo Morto e Ressuscitado. Já antes, o fizera diante do Sinédrio (Actos 23, 6ss.) e diante de Pórcio Festo. Tirando partido dos seus direitos de cidadão romano, dispõe-se a ir testemunhar em Roma, diante do Imperador.
A coragem de Paulo é espantosa e obriga várias categorias de pessoas a confrontar-se com o acontecimento da ressurreição de Jesus, fundamento do novo caminho de salvação, cuja notícia se ia espalhando pelo mundo.
Evangelho: João 21, 15-19
Quando Jesus se manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades, depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de ti.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» 16Voltou a perguntar- lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de ti.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» 17E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu gostas muito de mim?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu gostas muito de mim?’ Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu gosto muito de ti!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. 18*Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» 19E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou:
«Segue-me!»
Simão é o centro da atenção do evangelista João, no texto que hoje lemos. O pescador da Galileia é chamado a ser pastor (vv. 15-17) e a dar testemunho de Cristo pelo martírio (vv. 18s.).
Jesus exige a Pedro uma confissão de fé e de amor, antes de lhe confiar o cuidado pastoral da Igreja. Trata-se de uma condição indispensável para o exercício da função de guia espiritual. Jesus pede três vezes essa confissão a Pedro.
A insistência de Jesus no amor compreende-se na relação de filial intimidade que Pedro tinha com Ele. No serviço pastoral, a relação de confiança e de comunhão com o Senhor precede a exigência das próprias qualidades humanas. Jesus conhece intimamente Pedro. Mas exige-lhe uma confissão explícita de fé e de amor. E, então, confia-lhe o serviço pastoral da Igreja: «Apascenta as minhas ovelhas» (v. 17).
Depois do ministério pastoral, virá o testemunho do martírio. O verdadeiro amor vai até ao dom da própria vida: «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13).
«Segue-me» (v. 19). Este mandato do Senhor é uma clara referência a outras palavras, tais como: «Não podes seguir-me agora; seguir-me-ás depois» (Jo 13, 36).
Meditatio
O procurador Festo resume ao rei Agripa a pregação de Paulo: «Os acusadores não alegaram nenhum dos crimes que eu pudesse suspeitar; só tinham com ele discussões acerca da sua religião e de um certo Jesus, que morreu e Paulo afirma estar vivo» (v. 19-29). Paulo pregava Jesus morto e ressuscitado. Era essa a razão pela qual os seus acusadores o queriam ver condenado.
No evangelho, vemos Jesus, que esteve morto mas agora está vivo, a manifestar-se aos Apóstolos. Não se trata de um fantasma, mas de verdadeiro corpo humano, com um coração igualmente humano, que deseja ser amado: «Simão, filho de João, tu amas-me?» (v. 15). Pedro responde com modéstia. Ama o Senhor, mas não o diz com a mesma segurança em si com que o dizia antes da paixão, quando O negou. Experimentou a sua fragilidade, a sua inconstância e aprendeu que só o Senhor pode tornar consistente e forte o seu amor. Por isso, repete três vezes:
«Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de ti» (v. 15). Jesus nada mais pretende do
que essa afirmação de amor para lhe confiar a Igreja: «Apascenta as minhas ovelhas!» (v. 15). O serviço a
postólico fundamenta-se nesta ligação íntima com o Senhor. As qualidades humanas ajudam, e são até muito importantes. Mas de pouco valem sem a união com Jesus, o Supremo Pastor da Igreja. É Ele a fonte do amor com que somos chamados a amar a Deus, e a amar-nos uns aos outros. O único amor verdadeiramente consistente é aquele que vamos beber ao Coração de Cristo. Só esse amor nos torna capazes de seguir o Senhor até ao martírio, como aconteceu com Pedro. Antes da paixão, tinha perguntado a Jesus: «Senhor, para onde vais?». Jesus tinha-lhe respondido: «Para onde Eu vou tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde» (Jo 13, 36). Pedro parece não ter gostado da resposta e ripostou: «Por que não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!». Sabemos o que aconteceu poucas horas depois: negou o seu Senhor e Mestre, três vezes. Só podemos amar o Senhor e dar a vida por Ele, porque Ele nos amou e deu a vida por nós. Depois da sua Morte e Ressurreição é que Jesus convida Pedro a segui-Lo até à morte, dando por Ele a maior prova de amor.
Abrir-nos ao amor de Cristo, acolhê-lo, é o fundamento de toda a generosidade: «Nisto consiste o Seu amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele, que nos amou… Amou-nos por primeiro…» (1 Jo 4, 19).
Oratio
Que hei-de dizer-te hoje, Senhor, perante a confissão de fé e de amor de Pedro? Aqui está a vida, o seu mistério, a sua luz, o seu sabor, o seu significado! Todas as outras questões não passam de simples ocasiões para Te dizer o meu «sim». Criaste-me para dizeres que me amas, e para pedir-me que corresponda ao teu amor. Pedes-mo como um mendigo! De facto, enviaste-me o teu Filho como servo para que não te sirva por medo, ou por espanto diante da tua grandeza, mas unicamente por amor. Tocaste-me o coração com a tua benevolência e a tua humildade. Conquistaste-me com o teu rosto desfigurado na cruz.
Ainda que, como Pedro tenha hesitado, ou pecado, quero hoje dizer-te que Te amo, que quero amar-Te toda a vida, que jamais quero separar-me de Ti, que estou disposto a perder tudo por Ti.
Dá-me a fé e o amor ardente de Pedro, e dá-me a coragem de Paulo para que, vivendo em Ti e para Ti, testemunhe a ressurreição do teu Filho Jesus, e o teu amor que excede todo o conhecimento. Amen.
Contemplatio
S. Paulo foi uma vítima sempre imolada pela glória de Deus e a salvação das almas. Nosso Senhor tinha dito: «Mostrar-lhe-ei tudo o que terá de sofrer pelo meu nome» (Act 1, 16). Sabia-se vítima. Dizia: «Não quero gloriar-me senão na cruz de Jesus. – Levo no meu corpo os seus estigmas» (Gal 6). «Gastar-me-ei e gastarei tudo pela salvação das vossas almas» (2Cor 12, 15). Enumera na sua segunda carta aos Coríntios tudo o que sofreu por Cristo: foi flagelado pelos Judeus; por três vezes foi flagelado e apedrejado três vezes. Três vezes naufragado; passou um dia e uma noite no fundo do mar. Sofreu a fome, a sede, o frio, a nudez. Deu a fórmula do puro amor quando disse: «Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo pela glória de Deus» (1Cor 10, 31). Finalmente, morreu por Cristo como desejava, feliz por dar a sua vida por aquele que morreu por nós. S. Paulo tinha eminentemente Pedro é apóstolo do Sagrado Coração. – Pedro está entre os íntimos do Coração de Jesus. Está sempre junto de Jesus com João e Tiago (Leão Dehon, OSP 3, p 707).
S. João amava Jesus mais ternamente. S. Pedro amava fortemente, amava muito porque muito lhe tinha sido perdoado. Caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Defende Jesus ferindo Malco. Tem um momento de fraqueza no Sinédrio, mas repara-o generosamente com as suas lágrimas. Opõe a sua tríplice confissão de amor à sua tríplice negação. Jesus tinha-o mantido sempre entre os seus preferidos, com André, Tiago e João. Foram os primeiros que chamou. Foi viver em casa de Pedro. Toma-o consigo no Tabor, envia-o a preparar a Ceia com João, leva-o também para junto de si na agonia. Pedro e João correm ao túmulo. Jesus manda avisar Pedro a respeito da sua ressurreição e aparece-lhe em particular. É sempre a intimidade, sempre a união. O chefe da Igreja deve aliás possuir eminentemente o que possuem os seus membros. João é o apóstolo do Sagrado Coração, Pedro devia sê-lo também, embora com matizes na forma (Leão Dehon, OSP 3, p.703s.).
Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Senhor, Tu sabes que Te amo!» (Jo 21, 17).

Tu, segue-me!-Dehonianos

3 Junho 2017
7ª Semana – Sábado
Lectio
Primeira leitura: Actos 28, 16-20.30s.
16Quando entrámos em Roma, Paulo foi autorizado a ficar em alojamento próprio com o soldado que o guardava. 17Três dias depois, convocou os principais dos judeus e, quando estavam todos reunidos, disse-lhes:«Irmãos, embora nada tenha feito contra o povo ou contra os costumes paternos, fui preso em Jerusalém e entregue às mãos dos romanos. 18Estes, depois de me terem interrogado, queriam libertar-me, por não haver em mim crime algum digno de morte. 19Mas, como os judeus se opuseram, fui constrangido a apelar para César, sem querer, de modo algum, acusar o meu povo. 20Foi por este motivo que pedi para vos ver e falar, pois é por causa da esperança de Israel que trago estas cadeias.» 30Paulo permaneceu dois anos inteiros no alojamento que alugara, onde recebia todos os que iam procurá-lo, 31anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento.
Entre a leitura de ontem e a de hoje, temos a narrativa da atribulada viagem de Paulo até Roma: parte de Cesareia para a ilha de Creta, sofre uma grande tempestade durante 14 dias, demora-se em Malta, viaja até Roma e é calorosamente recebido pela comunidade cristã. Na capital do Império, o Apóstolo vive uma liberdade vigiada, que aproveita para anunciar o Reino de Deus com muita coragem.
A obra de Lucas atingiu o objectivo: nada nem ninguém pode deter o caminho da Palavra, que chega ao coração do Império e é pregada «nos extremos confins da terra». Paulo é uma das muitas testemunhas de Jesus. É um modelo, um campeão da fé e do testmunho da mesma, mas não é o único. Paulo cumpriu a sua missão com fidelidade e coragem exemplares. Mas todo o cristão há-de ser testemunha da Ressurreição. Em todo o tempo e lugar, em todas as circunstâncias, o discípulo há-de proclamar Jesus como «Senhor» e Salvador, porque «a palavra de Deus não pode ser acorrentada» (2 Tm 2, 9).
Evangelho: João 21, 20-25
Naquele tempo, 20Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: ‘Senhor, quem é que te vai entregar?’ 21Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» 22Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» 23Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?»
24Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. 25Há ainda muitas outras coisas
que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.
No epílogo do evangelho de João, o discípulo amado aparece, mais uma vez, com Pedro. A presença de Pedro, cuja autoridade é reconhecida, serve para acreditar a de João e, de algum modo, a autoridade do próprio quarto evangelho que, directa ou indirectamente remonta ao discípulo amado.
Quando o quarto evangelho foi escrito, os mártires eram já tidos em grande
consideração. A morte de um mártir era o modo mais elevado de glorificar a Deus. Jesus tinha predito o martírio de Pedro. Mas não terá dito nada sobre o «outro discípulo»? Claro que disse: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» (v. 22). Os primeiros cristãos julgavam iminente a segunda vinda de Jesus. Embora muitos morressem, muitos outros viveriam até ao regresso do Senhor. Entre eles, João. Mas a vinda do Senhor não aconteceu como pensavam. O próprio quarto evangelho inculca seriamente a presença, a actualidade das realidades escatológicas: o juízo final, a vida eterna… têm lugar aqui e agora, ainda que isso não exclua a dimensão do futuro. A morte do discípulo amado, entretanto ocorrida, desconcertou muito gente, e foi preciso esclarecer a sentença ambígua de Cristo. O capítulo 21 foi acrescentado para corrigir a má interpretação das palavras de Jesus. Esclarece-se, diante do testemunho de Pedro, o testemunho do discípulo que Jesus amava, testemunho que está na base do quarto evangelho. «E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro» (v. 24). O «nós» indica a comunidade de discípulos que surgiu à volta do testemunho de João.
Meditatio
Estamos na vigília do Pentecostes. As leituras deste sábado não falam directamente do Espírito Santo, mas falam de testemunho. Do testemunho de João, que «dá testemunho destas coisas e que as escreveu» (v. 24) e do testemunho de Paulo, que «recebia todos os que iam procurá-lo, anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento» (vv. 30-31).
O testemunho do Evangelho é fruto da presença do Espírito Santo. É o que
vemos no relato do Pentecostes (Actos 2, 1ss.): recebido o Espírito Santo, aqueles homens inconstantes e tímidos tornam-se apóstolos decididos e corajosos em Jerusalém, na Samaria, na Galileia e até aos confins da terra. O Espírito Santo é o protagonista da evangelização: por meio d´Ele, difunde-se a boa nova do Evangelho; é Ele que indica os caminhos a seguir, e as pessoas a escolher; os Apóstolos foram escolhidos por Jesus «no Espírito Santo» (Act 1, 2); foi o Espírito que ordenou:
«Separai Barnabé e Paul para o trabalho (missão) a que Eu os chamei» (Act 13, 2); os Apóstolos afirmam: «O Espírito Santo e nós próprios resolvemos…» (Act 15, 28); o Espírito Santo proíbe a Paulo e a Timóteo «pregar a Palavra na província da Ásia» (Act 16, 6) e também na Bitínia (cf. Act 16, 7). Apenas lhes resta um caminho a percorrer, o caminho indicado pelo Espírito, que os levará à Macedónia, na Grécia e, portanto, à Europa (cf. Act 16, 9ss). «Movidos pelo Espírito Santo esses homens falaram em nome de Deus» (2 Pe 1, 21).
A Igreja sempre acolheu o testemunho dos Apóstolos como verdadeiro, porque inspirado pelo Espírito Santo. Acolheu o testemunho de Pedro e o dos outros Apóstolos, incluindo o de João, definitivamente consignado por escrito pelos seus discípulos, já em finais do século I: «nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro» (v. 24), escrevem esses discípulos. É esse testemunho verdadeiro, de João e dos outros Apóstolos, que a Igreja contin
ua a transmitir ao longo dos séculos para acreditarmos «que Jesus é o Messias, o Filho de Deu», e, crendo, tenhamos vida n´Ele (cf. Jo 20, 31.
Oratio
Senhor Jesus, perdoa as minhas curiosidades inúteis e faz-me ouvir o teu amoroso convite: «Segue-me», como o fizeste ao teu discípulo Pedro, e dá-me a graça da fidelidade até ao fim.
Que o teu apóstolo João, seja o meu guia na descoberta do amor do teu
coração, na assiduidade e na delicadeza com que quero realizar o teu serviço. Com o teu discípulo amado, e como ele, quero seguir-Te em toda, fazendo sempre o que mais Te agrada. Infunde em mim o teu Espírito Santo. Que Ele seja a minha força, o garante da minha fidelidade. Amen.
Contemplatio
S. João teve com Jesus todos os laços mais íntimos: foi seu familiar, seu discípulo, seu amigo, seu herdeiro. Tiago e João eram filhos de Salomé, a parente de Maria. Chamavam-nos os irmãos de Jesus; era costume chamar irmãos os parentes próximos. João deve ter conhecido Jesus em menino.
Com Santo André, foi o primeiro que se ligou a Ele como discípulo (Jo 1,37). Tendo ouvido João Baptista chamar Jesus o Cordeiro de Deus, comprazia-se muito com doçura deste nome, meditava nele sem cessar, recorda-o muitas vezes no Apocalipse.
S. João está sempre junto de Jesus. Quando Jesus chama à parte alguns apóstolos, para os seus mais belos milagres, para a transfiguração, para a agonia, S. João está sempre.
Está sentado junto de Jesus. S. Pedro sabe bem que João é o amigo e que por ele poderá conhecer os segredos que Jesus não revela a todos.
S. João pode contar em pormenor o discurso depois da Ceia, porque melhor que os outros ele tudo escutou e compreendeu.
S. João ama como é amado. Segue Jesus por toda a parte. (Petrus vidit illum sequentem). Segui-lo-á até ao Calvário. Assiste à morte de Jesus, ao misterioso golpe de lança, ao enterro. Vê de perto o lado de Jesus aberto. Abraça-o sem dúvida como devia um dia fazer S. Francisco (Haurietis aquas in gaudio).
S. João é o herdeiro de Jesus, que lhe legou a sua mãe e necessariamente com ela a casa de Nazaré e as recordações.
Jesus disse a Pedro que João deve esperá-lo e recebê-lo sobre a terra. Voltarão a ver-se em Patmos. João irá reencontrar lá o divino Cordeiro com o lado ferido: Agnum occisum… quem pupugerunt.
Ó divina amizade, que merece uma contemplação e uma admiração eterna! (Leão Dehon, OSP 4, p. 591s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Tu, segue-me!» (Jo 21, 22).


RENASCIDOS NO ESPÍRITO-Diac. José da Cruz

Evangelho: João 20, 19 -23
"RENASCIDOS NO ESPÍRITO"

Quando se capricha na reforma de uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou como nova. A  este respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e, quando ia buscar, era como se fosse um sapato novo. Um último exemplo: um dos carros que tive foi uma Brasília, que em certa ocasião, , mandei fazer uma reforma caprichada e, ao sair com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nestes três casos, a palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília, continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito de Deus realiza em nós, não é uma reforma de fachada e não somos uma casa velha reformada, mas nEle somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser realmente novas criaturas, porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento desta verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que podia um homem, sendo já velho, nascer de novo e se era necessário entrar novamente no útero materno. Nas leituras da missa da vigília e do domingo de Pentecostes, descobrimos que este renascimento e esta renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos Pentecostes, estamos na verdade celebrando o renascimento de todo gênero humano, está havendo uma renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e crente desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita na Igreja, que é o Povo da Nova Aliança. A assembleia ou a reunião dos que creem e vivem segundo o Espírito, vivenciam um amor que se traduz em serviço, impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e particular que tem exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus dons e carismas. O Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para alguns em particular, como pensam algumas correntes religiosas. Todos os textos que ilustram esta Solenidade de Pentecostes, da missa da Vigília e da própria solenidade, não deixam margem para dúvidas a esse respeito: “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito, que é único, Deus se comunica com todos os homens no pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única linguagem!
No Espírito descobrimos que somos todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos separam, e homens de todas as nações, culturas e religiões iriam se dar às mãos. Em uma única voz cantariam um único louvor ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma única Igreja, que já não seria mais este ou aquele templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem. Eis aí algo esplêndido que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos estavam secos, nossa esperança havia acabado” , texto que em Ezequiel 17 mostra não só a situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de povo de Deus, mas da própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou esperar nada de bom, mas só tem pesadelos. Neste mesmo texto vemos a maravilhosa profecia: “Porei em vós o meu Espírito para que vivais... e os anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão”. Isso significa que todos, jovens e velhos, poderão esperar algo novo, uma nova e feliz realidade.
Esta possibilidade se concretizou ao anoitecer daquele dia, quando Jesus soprou sobre a comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma Igreja que na força do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que estavam fechadas e saiu em missão para anunciar a todos os homens esta verdade, que o Espírito do Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e mais abundante que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar consciência desta verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor habita nele em Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos da caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e mansidão. Você já fez essa experiência? (Diácono José da Cruz – E-mail jotacruz3051@gmail.com) Revisado por JCBarbosa



“PAI SANTO, EU NÃO TE ROGO SOMENTE POR ELES, MAS TAMBÉM POR AQUELES QUE VÃO CRER EM MIM..." – Olivia Coutinho

 
Dia 01 de Junho de 2017
 
Evangelho de Jo17,20-26
 
Estamos na Semana de Oração pela  Unidade dos Cristãos, nos preparando para a  Festa Litúrgica  de Pentecostes,  quando celebramos a vinda do Espírito Santo! É o Espírito Santo  que ilumina e anima a vida da igreja, que  nos impulsiona à missão! Somos inspirados, movidos pelo o Espírito do Senhor! Graças ao Espírito Santo, podemos afirmar que toda celebração litúrgica é sempre nova e sempre  única!
O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, continua falando  fundo ao nosso coração.
No texto, Jesus  manifesta a sua confiança naqueles que chamou primeiro, e roga ao Pai, por eles, (discípulos) que dariam continuidade ao anúncio do Reino e também, para os muitos, que  mais tarde, iriam aderir a sua proposta, por causa deste anúncio!
Jesus rezava assim: “Pai Santo, eu não te rogo somente por eles (discípulos), mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra.” Isto é: Jesus rogava ao Pai, por aqueles que iriam crer Nele, por causa da palavra anunciada pelos discípulos, é uma afirmação de que mesmo antes de existirmos, nós, que cremos no testemunho dos primeiros Cristãos,  já estávamos incluídos nesta oração de Jesus, chamada: ORAÇÃO SACERDOTAL!
Na oração dirigida ao Pai, Jesus expressa o seu profundo desejo de unidade: “Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem a unidade perfeita...”Jo17,22-23.
Era desejo de Jesus, conscientizar os discípulos, e hoje a nós, sobre a importância de vivermos de modo semelhante à comunidade Trinitária: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Este é o modelo de unidade desejado  por Jesus: a comunhão trinitária. A unidade na comunhão de amor!
É importante termos em mente: a unidade, não significa uniformidade, ao contrário da uniformidade, a unidade admite a diversidade!
Para o nosso relacionamento de irmãos em Cristo, é fundamental que haja unidade na diversidade, isto é: a unidade entre cristãos católicos e não católicos.
É partilhando os dons que recebemos, que se constrói a unidade, a comunhão de vida plena entre irmãos, uma comunhão de amor, que tem como único objetivo: produzir frutos de bondade, o que não será possível, em meio a divisões.
A grande preocupação de Jesus, no final de seu ministério, era conscientizar os discípulos, sobre a importância de viverem  a unidade,  afinal, Ele conhecia bem as fraquezas humanas, a tendência para a  divisão.
Quando as nuvens escuras, insistirem em  passar  pela a  nossa vida,  tentando nos esconder o sol, lembremo-nos da oração que Jesus elevou ao Pai por cada um de nós! Estejamos certos: Se Jesus rezou ao Pai por nós, é sinal de que o Pai cuida de nós, e se temos Pai que  cuida de nós, do quê  precisamos temer?
É  na confiança no cuidado do Pai, que teremos coragem para avançar, para ir além do limite humano... 

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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terça-feira, 30 de maio de 2017

-RECEBEI O ESPÍRITO SANTO!-José Salviano

DOMINGO DE PENTECOSTES

4 de Junho de 2017
Cor: Vermelho
Evangelho - Jo 20,19-23


19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas, por medo dos judeus,
as portas do lugar onde os discípulos se encontravam,
Jesus entrou e pondo-se no meio deles,
disse: 'A paz esteja convosco'.
20Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: 'A paz esteja convosco.
Como o Pai me enviou, também eu vos envio'.
22E depois de ter dito isto,
soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo.
23A quem perdoardes os pecados,
eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes,
eles lhes serão retidos'.
Palavra da Salvação.(CNBB).

A liturgia deste domingo é toda voltada para a terceira pessoa da Santíssima Trindade. É o Espírito Santo. É Ele que nos ilumina, nos clareia os pensamentos, a memória, e nos dá inspiração no anúncio da palavra.
Aquela senhora ainda bem jovem, reclamava de que foi abandonada pelo Espírito Santo, pois sua memória estava muito mal, além de sentir tonturas, cansaço e outros sintomas de quem está com o colesterol alto, com vasos sanguíneos endurecidos pela vida sedentária, o que dificulta a irrigação do nosso cérebro, causando hipertensão, e portanto, prejudicando a saúde de todos os nossos órgãos, incluindo o nosso cérebro.
O espírito de Deus nos assiste SIM, porém, é necessário que façamos a nossa parte. Para ter pensamentos claros, e memória boa, precisamos nos abster de gorduras, não ficar muitas horas sentados diante da televisão ou do computador, e proceder a limpeza das nossas artérias e veias. E podemos fazer isso da forma mais simples e barata. COM ÁGUA DE ALHO. Que além de desobstruir os vasos, tonifica o coração.
Prezados irmãos, hoje é o domingo de Pentecostes, no qual celebramos a descida do prometido Espírito Santo sobre os apóstolos, transformando-os em corajosos, inteligentes e capaz de falar várias línguas.  Este mesmo Espírito nos congregou numa mesma fé, transformando-nos em uma família mundial, e com o seu poder, transformamos o universo no qual nós, os que cremos, formamos pela fé um só rebanho, um só corpo em Cristo Jesus.
POR QUE PENTECOSTES?
               
A origem da palavra e Pentecostes vem da festa da colheita. Depois, Pentecostes foi relacionada com a caminhada do povo de Deus de volta a Terra Prometida, o Êxodo, como comemoração das Tábuas da Lei entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai. Pentecostes, assim como a comemoração da Páscoa e dos Tabernáculos, era uma grande festa do povo judeu que se deslocavam em romaria até Jerusalém. Foi na Festa de Pentecostes que  se deu a “explosão da vinda ” do Espírito Santo com toda a sua a força a qual  levou os apóstolos a tomar a palavra e a proclamar, diante da multidão reunida de pessoas de vários lugares e países, o anúncio (“querigma”) de Jesus Cristo e os mistérios da encarnação e da salvação da humanidade.
PENTECOSTES É A SOLENIDADE DO VENTO E DO FOGO
O VENTO - Era o sinal do Espírito. Como já sabemos, era culturalmente aceito que o vento ao balançar as folhas das árvores, era a para os judeus, a força do Espírito Santo.  Então os discípulos estavam reunidos num certo lugar, unidos e esperando a força do alto prometida por várias vezes por Jesus. E é bom lembrar que os discípulos, enquanto esperavam a vinda do Espírito Santo, continuavam com medo dos Judeus.
            
E eis que o FATO HISTÓRICO teve seu início. Primeiro uma ventania forte, acompanhada de um grande barulho parecendo um trovão. De repente todos estavam com uma chama de fogo sobre as cabeças e assim ficaram cheios do Espírito Santo que os transformaram de medrosos em corajosos, sábios, oradores eloqüentes e homens de muita fé, capazes de darem as suas vidas pela causa do Reino de Deus.

FOGO- O Espírito Santo é FOGO! É luz. Ele é o fogo que queima os nossos pecados, nos purifica, destrói as nossas fraquezas e nos transforma em pessoas fortes capazes de superar as tentações e de evangelizar sem medo.
           
Ele é a Luz que ilumina as nossas mentes, os nossos caminhos para que não tropecemos nos buracos da estrada da vida e não caiamos nos abismos.  Essa mesma luz nos leva a fazer a vontade do Pai, nos mostra o que devemos dizer quando escrevemos ou quando falamos para interpretar e explicara palavra de Deus aos homens e mulheres.   É a luz que nos conduz ao discernimento do certo e do errado, e que nos ajuda a perceber a diferença do falso e do verdadeiro, do verdadeiro Pastor, e do falso lobo vestido de ovelha dos dias de hoje.

O Espírito de luz é claridade no meio das trevas. Andando na claridade da graça de Deus, de repente, nos achamos, nos encontramos na escuridão do nosso pecado. Pois embora estejamos iluminados pela divina força, aquele que respeita a nossa liberdade, não interfere quando optamos pelo egoísmo, pela iniquidade, pela injustiça e pela violência. Mas, felizmente, este mesmo Deus de amor, em seguida nos dá a mão como um pai amoroso, que nos ama com amor de mãe, e sem nos dizer nada, nos conduz a reconciliação com Ele através do sacramento da Confissão.
VÁRIAS LÍNGUAS

Ele cria comunhão entre os povos. Semelhante à música, a qual não tem idade e não tem pátria, e que transmite a todos os povos sentimentos e emoções semelhantes ao ouvi-la, O Espírito de verdade abraça com o seu imenso poder, Vários povos,  várias línguas e todos compreendem o que ele pede, sugere, solicita, promete e cumpre. E essa força suave como uma brisa que às vezes se faz arrepio, está no meio de nós quando rezamos unidos num só corpo místico que é a Igreja de Jesus Cristo. Ele está entre nós, Ele reza em nós. Dentro de cada um Ele geme com o peso das nossas desventuras, frustrações, exclusões, e discriminações sofridas. Ele sofre também com o peso dos nossos pecados. Mas por outro lado, também se alegra quando um de nós volta para a casa do Pai, quando um de nós abandona os caminhos errados e se volta para Deus numa real conversão. E todos que o aceitam tornam-se hospedeiros da sua santíssima pessoa
PENTECOSTES EM TODAS AS MISSAS

Na hora da missa, quando o  sacerdote, estende as mãos sobre as oferendas ele  atualiza a presença de Jesus entre nós. Ele desce sobre o altar e transforma o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo. E como diz o padre, esse é um dos mistérios da nossa fé. Quanto a essa realidade que vivemos todas as vezes que participamos da Santa Missa, não temos a menor dúvida. Pelo contrário. Muitas são as vezes que Sentimos essa presença do Pai perto de nós, quando Ele nos toca sob a forma de suave arrepio. Isso é muito maravilhoso!
           
Prezados irmãos. A força e a importância do Espírito Santo para a nossa salvação é tão grande que Jesus nos deu a seguinte orientação: "Todo pecado, toda blasfêmia será perdoada aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada" (Mt 12,31). Pelo contrário, quem a profere é culpado de um pecado eterno. A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna. (Catecismo 1864).
          
Podemos ser ingratos com Deus Pai, virar as costas para Ele, falar mal da Igreja como muito hereges o fazem. Mesmo assim, ainda temos esperança de sermos perdoados um dia. Porém, tomemos muito cuidado no que se refere ao Espírito de Deus. Vamos medir  as nossas palavras, pensar antes de falar. Pois podemos até ser ateus, porem não nos esqueçamos do devido respeito. Pois injúrias e blasfêmias contra o Espírito e verdade não serão perdoadas.
           
Caríssimos. Todos nós somos templos do Espírito Santo. Principalmente quando recebemos a Eucaristia. Jesus foi o maior templo de Deus que já existiu entre os homens e as mulheres. Ele foi o verdadeiro templo de Deus Pai. Assim, pela bondade e pela graça de Deus, ...os cristãos se tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas com as quais é construída a Igreja. (Catecismo§1197). Isso se tornou uma grande responsabilidade, pois aumenta a o nosso dever de dar testemunho e bons exemplos, onde quer que estejamos. E é bom não nos esquecer também que O Paráclito, é uma das 3 pessoas da Santíssima Trindade, mistério que cremos e anunciamos. De modo que: Dizer que somos templos do Consolador, é o mesmo que dizer que somos templos de Deus, muito embora não o mereçamos. Deus está no nosso irmão. Por isso, nem pensar em fazer mal a Ele... Pelo contrário. Amemos a Deus a amemos o nosso irmão como a nós mesmo. 


Desejo a todos um bom domingo.

José Salviano