Domingo, 25 de fevereiro de 2018.
Evangelho de Mc 9, 1-9.
Jesus conviveu com seus discípulos durante três anos, diariamente.
Moravam juntos, comiam juntos, enfim partilhavam a vida. Jesus como um
excelente Mestre ia ensinando para seus discípulos e apóstolos a Boa Nova, seu
modo de ver o mundo, de ver as pessoas, como deveria tratá-las e por meio de
seu modo de viver, Ele ensinava como gostaria que as pessoas vivessem. A esse
novo modo de viver com amor, fraternidade, justiça, paz, partilha, felicidade,
alegria Ele dava o nome de Reino de Deus. Os apóstolos presenciaram os inúmeros
milagres, que Jesus por compaixão, realizou aos que se achegaram a Ele pedindo
a cura. No entanto, apesar dessa convivência com Jesus, os discípulos não
conheciam verdadeiramente Jesus. Estavam longe de saber qual era a sua
verdadeira identidade.
Jesus falou muitas vezes e claramente a seus apóstolos sobre sua
paixão e morte. Havia lhes ensinado o caminho do sacrifício que devem seguir
para alcançar o Céu. Quando Jesus falava em ressurreição, era sempre ligado com
o sofrimento, com a morte, com a cruz...
Jesus, conhecedor de toda essa situação, chamou João, Tiago e Pedro
e levou-os para uma alta montanha e lá Jesus revelou sua verdadeira identidade,
a divina. Ele se transfigurou, se transformou, deixou transparecer sua
divindade, possibilitando aos discípulos enxergar além da cruz e da morte, isto
é, o que aconteceria depois da morte. Que a morte não seria o fim, um fracasso,
mas o começo de uma nova vida, uma vida gloriosa, bela, feliz, sem sofrimento,
sem tristeza, sem angústia.
Naquele momento sublime, em que Jesus se revela divino, momento de muita
intimidade com o Pai, suas vestes ficaram resplandecentes, brancas, iluminadas.
De uma nuvem que se formou ouviu-se a voz do Pai: “Este é o meu Filho muito amado, escutai-o”.
Era
uma situação tão boa, tão bela, tão feliz, que Pedro sugeriu fazer três tendas
para ficarem lá. Estes três discípulos tiveram a felicidade de experimentar
antecipadamente o céu, a glória, o esplendor de Jesus e por isso queriam ficar
lá. Queriam permanecer para sempre no alto do monte com o Filho de Deus
transfigurado. Não queriam voltar ao cotidiano, ao dia a dia, à luta, ao
trabalho...
Eles
contemplaram e experimentaram a glória de Jesus, o seu esplendor. Para Pedro,
João e Tiago foi uma experiência fascinante. Era desse jeito que eles queriam
Jesus! Jesus glorioso, divino, sem sofrimento, sem tristezas, sem dor, sem
cruz! Entretanto, era necessário descer o monte. Era necessário continuar a
vida, passar pela cruz, para chegar à ressurreição, à glória eterna.
Pedro
sugeriu para Jesus ficar no monte. Por que?
É muito bom estar na glória, no céu, na paz, na felicidade. Naquele
momento, Pedro representava todo o ser humano, isto é, todos nós, que queremos
viver a alegria da ressurreição, da páscoa, sem passar pela dor, pelo
sofrimento. Nós temos medo do sofrimento, da dor, da tristeza, da
contrariedade. Nossa natureza humana nos puxa para o comodismo, não queremos
ter trabalhos ou dificuldades, queremos tudo o que é fácil e prazeroso. Fugimos
das situações difíceis e das que requerem esforço, sacrifício, doação, nós não
queremos compromissos e nem responsabilidades!
Assim como Pedro e os outros discípulos, nós também somos muito
ignorantes em relação “a quem é Jesus”. Por
isso é que Deus Pai nos aconselha “escutar
o que Jesus diz”, que significa ir
com Jesus até o fim. Seguir suas pegadas, pensar e agir como Jesus, ter o
coração de Jesus, amar como Jesus.
Jesus desceu do monte com os discípulos para os ensinar a caminhar
na vida. Hoje Jesus também está conosco para nos ajudar a descer do monte, a
vencer o medo e a indecisão de caminhar com Ele, de trabalhar para realizar o
seu plano de salvação, de se comprometer com Jesus, e com os irmãos.
Jesus nos ensina que não podemos ficar no monte, isto é, só na
contemplação, no bem bom, desfrutando da glória de Deus. Por exemplo, quando
participamos de encontros, retiros, missas festivas, é estar no monte com Jesus
enchendo de fé o coração. Mas é preciso descer do monte. É aqui embaixo, na comunidade, na família, no
dia a dia que temos de brilhar como Jesus, de ser luz para os irmãos, ser
resplandecente para os nossos irmãos, através dos nossos gestos concretos de
amor, de justiça, fraternidade, sinceridade. Brilhar, apesar das tribulações da
vida, das dores, dos sofrimentos, das decepções. Quem transforma o seu coração
pela presença de Jesus apaga todo o ódio, todo o pecado e todo o rancor. É
missão do discípulo de Jesus transfigurar o mundo, ser luz para o mundo.
A transfiguração de Jesus é sinal da sua VITÓRIA sobre a morte e a
vitória do seu Reino. Jesus quis mostrar para os discípulos, que ele está além
da cruz, além do sofrimento, além da morte. Ele quis mostrar o grande amor de Deus pela
humanidade e o que Deus preparou para esperar o homem depois da morte, mas para
aqueles que ouvirem Jesus, para aqueles que seguirem a pessoa de Jesus, que
atenderem o Pai, ouvindo Jesus. E ouvir Jesus é viver de acordo com sua
Palavra, com o Evangelho, dando credibilidade aos seus ensinamentos. Sendo
perseverante, firme, seguindo os passos de Jesus de Nazaré.
A transfiguração de Jesus nos mostra que todo aquele que se esforça
para ser outro Cristo, também irá ressuscitar para a vida eterna e vai viver
glorioso com Jesus e como Jesus. Isto é uma grande esperança para todos nós, é
uma imensa alegria, é motivo de perseverança é a grande recompensa que Deus nos
dará.
Queridos irmãos e irmãs, vamos nos transformar, neste tempo de
quaresma, no qual a Igreja nos convida a refletirmos sobre nós mesmos, sobre os
problemas da nossa sociedade e insiste que é preciso haver transformação. Vamos
nos transformar, mudar o nosso interior, o nosso coração, vamos nos libertar
dos pecados, erros, imperfeições. Vamos deixar Jesus falar forte dentro de
nós. Vamos pedir com fé para Jesus nos
ensinar a transformar o nosso coração. Vamos pedir força, coragem, entusiasmo
para sermos seus autênticos discípulos missionários, livres dessas prisões que
não nos levam a glória eterna, que não nos levam as vestes brancas, mas nos
levam a piorar o mundo em que vivemos.
Com o coração transfigurado poderemos ter esperanças, sonhar com um
mundo, com uma sociedade sem presos, sem prisões, sem vítimas, sem crimes que
possam provocar sofrimentos, medos ou desejo de vingança. Vamos ser outro Cristo
glorioso para nossos irmãos, através dos nossos gestos de amor, de paz, de
compreensão, de solidariedade. E proclamar para os nossos irmãos, para nossos
filhos, familiares, parentes, amigos, companheiros, vizinhos... que Jesus nos
ama e nos quer na eternidade com Ele.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Eu, Jair Ferreira da cidade de Cruz das Almas - Ba todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo.
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