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domingo, 31 de janeiro de 2016

“LUZ PARA ILUMINAR OS POVOS ”(Pe. Jaldemir Vitório)



(Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta)


DIA 2 DE FEVEREIRO - TERÇA-FEIRA - EVANGELHO - LUCAS 2,22-40 ou 22-32.
APRESENTAÇÃO DO SENHOR
(BRANCO, GLÓRIA, PREF. PRÓPRIO – OFÍCIO DA FESTA)



              A presença de Simeão e Ana no rito litúrgico da apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém serviu para explicitar a identidade e a missão do Filho de Deus. Ele era muito diferente dos inúmeros primogênitos trazidos ao templo para serem consagrados ao Senhor.

              Simeão estava convicto de tratar-se do Messias. O Espírito Santo havia-lhe revelado que não morreria antes de vê-lo. Quando chegou no templo, também movido pelo Espírito Santo, e deparou-se com o menino Jesus, não teve dúvidas de que a promessa divina estava sendo cumprida.

         Daí seu hino de louvor, proclamando-o como presença da salvação na história do povo eleito, luz para iluminar todos os povos e ajudá-los a superar as trevas do erro, e motivo de glória para Israel. Posto como sinal de contradição, haveria de provocar divisão a seu respeito: enquanto seria reconhecido e acolhido por uns, tornar-se-ia motivo de escândalo e ódio para outros. Seria impossível manter-se neutro diante dele, pois sua presença revelaria os pensamentos escondidos no íntimo dos corações.

         Por sua vez, Ana tornou-se uma espécie de apóstola do Messias Jesus, pois “falava do menino a quantos esperavam a redenção de Jerusalém”. Ela demonstrou estar absolutamente certa de quem se tratava. Daí ter-se empenhado em dizer a todos que, afinal, a salvação estava acontecendo.
  
            Oração:

         Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, e torna-me proclamador da salvação presente na nossa história.

        


Santo do Dia / Comemoração (Apresentação do Senhor /Maria Domenica Mantovani):



                                                                                 Apresentação do Senhor:

        
         A data de hoje lembra o cumprimento, por Maria e José, de um preceito hebraico. Quarenta dias após dar à luz, a mãe deveria passar por um ritual de "purificação" e apresentar o filho ao Senhor, no templo. Desde o século quatro essa festa era chamada de "Purificação de Maria". 

         Com a reforma litúrgica de 1960, passou-se a valorizar o sentido da "apresentação", oferta de Jesus ao Pai, para que seu destino se cumprisse, marcando em consequência a aceitação por parte de Maria do que o Pai preparara para o fruto de sua gestação. A data passou a ser lembrada então como a da "Apresentação do Senhor". 

         No templo, a família foi recebida pelo profeta Simeão e pela profetiza Ana, num encontro descrito por São Lucas no seu evangelho, da seguinte maneira: 

         "Assim que se completaram os dias da purificação conforme a Lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, segundo está escrito na Lei do Senhor, que "todo varão primogênito será consagrado ao Senhor" e para oferecerem em sacrifício, segundo o que está prescrito na Lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos. 

         Havia em Jerusalém um homem justo chamado Simeão, muito piedoso, que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. Pelo Espírito Santo foi-lhe revelado que não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor.

         Movido pelo Espírito, veio ele ao templo e, ao entrarem os pais com o Menino Jesus, também ele tomou-o em seus braços, bendizendo a Deus, e disse: "Agora, Senhor, já podes deixar teu servo morrer em paz segundo a tua palavra, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste ante a face de todos os povos, luz para iluminação das gentes e para a glória do teu povo, Israel". José e Maria estavam maravilhados com as coisas que se diziam de Jesus. Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino será um sinal de contradição, para ruína e salvação de muitos em Israel; e uma espada atravessará a tua alma para que se descubram os pensamentos de muitos corações". (Lc 2,22-35). 

         Ambos, Simeão e Ana, reconheceram em Jesus o esperado Messias e profetizaram o sofrimento e a glória que viriam para Ele e a família. É na tradição dessa profecia que se baseia também a outra festa comemorada nesta data, a de Nossa Senhora da Candelária, ou da Luz, ou ainda dos Navegantes. 
     



   
Maria Domenica Mantovani:


         Maria Domenica nasceu em Verona, no dia 12 de novembro de 1862. Teve nos seus pais João Batista Mantovani e Prudência Zamperini, e no seu avô, que vivia com eles, a influência profunda de uma família honesta e cristã de trabalhadores simples, piedosos e dignos. 

         Frequentou apenas a escola primária, por causa da pobreza da família. Mas a falta de cultura foi compensada pelos dotes de inteligência, vontade e grande senso prático. Desde criança mostrou sua vocação religiosa e incentivada pelo avô, dedicava-se à oração e a tudo o que se referia a Deus. 

         Aos quinzes anos, Maria Domenica passou a ser orientada pelo padre José Nascimbeni, que a levou a prosseguir na vida da perfeição. Ela dedicava-se ao ensino do catecismo às crianças, visitava e assistia os doentes e os pobres. 

         Maria Domenica foi a principal fundadora de uma nova família religiosa, chamado "Pequenas Irmãs da Sagrada Família". Espalhado pelo mundo, este instituto conta com mil e duzentas Irmãs espalhadas por cento e cinquenta casas na Itália, Suíça, Albânia, Angola, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, dedicadas às mais variadas atividades apostólicas e caritativas.

         Madre Maria Josefina da Imaculada faleceu depois de breve enfermidade, no dia 02 de fevereiro de 1934.  

         Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR.

          REFLEXÃO:

          As obras de caridade são exemplos concretos de amor a Deus e aos mais pobres. Muitas são as famílias religiosas que se dedicam a auxiliar os mais necessitados. Rezemos para que mais e mais pessoas sintam-se chamadas para trabalhar em favor dos mais excluídos.
         ORAÇÃO:

          Deus de caridade infinita, que a exemplo de Madre Maria, possamos trabalhar pela superação da miséria e pela inclusão dos abandonados na vida sociocultural de nosso país. Por Cristo nosso Senhor. Amém.





         Enviado por: Ademilson Moura – Paróquia Santo Antônio – Pirassununga-SP.
           

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O CAMINHO DO PROFETA É MARCADO PELA CRUZ! - Olívia Coutinho

 

Dia 03 de Fevereiro de 2016

 

Evangelho de Mc6,1-6

 

Como sabemos, o caminho do profeta é um caminho  marcado pela perseguição, pela rejeição e até mesmo pela incompreensão das pessoas  que fazem parte do seu convívio! Jesus, o profeta Maior de todos os tempos, passou por esta experiência, além de ter sido  rejeitado pelas autoridades políticas e religiosas, Ele foi também rejeitado pelos seus conterrâneos.

 A cruz é certeira  no caminho do profeta, pois são muitos os que tentam, a todo custo, calar a sua voz, o que é impossível,  pois nem a morte  consegue calar a voz do profeta, é justamente depois da  morte do profeta, que a sua voz,    passa  a ressoar com mais força ainda!
O evangelho de hoje nos fala  do retorno de Jesus à  sua cidade de origem: Nazaré.  Lá, Ele experimentou  no corpo e na alma a dor da rejeição, uma dor profunda, pois  partia daqueles que deveriam ser os primeiros a acolhe-lo: os seus conterrâneos.   
Antes de saber que Jesus era o enviado de Deus, o povo ficava  maravilhado com as palavras Dele, mas quando a identidade do Messias anunciado pelos profetas, foi se revelando na sua pessoa, a admiração pelas palavras de Jesus, caiu  por terra!
Aqueles, que esperavam por um Messias extraordinário, triunfalista, que fosse defender os seus interesses, não quiseram aceitar um Messias de origem simples que tinha o olhar voltado para os pequenos, os pobres, os marginalizados.
Julgando conhecer Jesus, isto é: conhece-lo  pela sua condição social, eles  recusaram a aprofundar no mistério de Deus, ficaram somente no superficial, o mais importante eles não quiseram ver: o Rosto humano do Pai, se revelando no filho de um carpinteiro!
Os compatriotas de Jesus,  tiveram nas mãos, a chave da felicidade, mas não se deram conta desta preciosidade, desperdiçando a graça de Deus! Ali, Jesus não pode realizar muitos  milagres, não por retaliação, mas pela falta de fé daquele povo.
Será que nós também, não temos atitudes semelhantes as atitudes dos conterrâneos de Jesus? Será que estamos aceitando o recado de Deus, que chega até a nós por meio das pessoas simples?
Dificilmente reconhecemos  a sabedoria presente nas pessoas simples, temos a tendência de  acreditar somente no que dizem as pessoas de alto "nível intelectual", com isso, deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através dos pequenos, dos simples! É importante lembrarmos, que  Jesus, o Mestre de todos os mestres, o profeta Maior de todos os tempos, serviu-se de meios humanos bem simples para anunciar o reino de Deus!
Ainda hoje, a  humanidade  continua dividida, uns  acolhe a voz do profeta e se dispõe a mudar de vida, outros  ignoram a sua fala, preferindo continuar na escravidão do pecado.
A rejeição à Jesus,  não interrompeu o anúncio do Reino, que continua através dos incansáveis profetas de hoje, homens e mulheres que se embrenham pelo caminho da cruz, dispostos a dar a vida se preciso for, pela causa do Reino.
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
 
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“UMA MISSÃO IMPORTANTE ”(Pe. Jaldemir Vitório)



(Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta)



DIA 1º DE FEVEREIRO - SEGUNDA-FEIRA – EVANGELHO - MARCOS 5,1-20
IV SEMANA DO TEMPO COMUM
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

         Escravo de uma legião de demônios, um infeliz estava levando uma vida desumana. Jesus libertou-o e o fez voltar ao convívio social. O gesto mais significativo que esse homem libertado do poder dos espíritos impuros encontrou, para expressar sua gratidão ao Mestre, foi oferecer-se para ser discípulo dele, que foi solidário com o seu sofrimento.

         Jesus, porém, não aceitou este pedido. Antes, mandou o homem para casa com a missão de narrar aos familiares tudo quanto Deus realizara em seu favor, manifestando-lhe sua misericórdia.

         A atitude do Mestre tem sua razão de ser. Num ambiente pagão, onde as pessoas viviam tomadas pelo medo dos espíritos demoníacos, era preciso haver alguém que fosse um sinal do poder libertador de Deus. Portanto, aquele homem recebera a importante missão de ser missionário entre os pagãos. Competia-lhe mostrar a todos que as pessoas não estão fadadas a serem escravas dos demônios, e que Deus havia enviado alguém com a tarefa de libertá-las. E esse alguém era Jesus! Seu poder superava o dos demônios, mesmo que fossem uma legião. Sua palavra, cheia de autoridade, subjugava os espíritos maus. A ele deviam recorrer todos quantos queriam libertar-se.

Oração:
 
         Espírito de gratidão, seja minha vida um testemunho convincente da misericórdia que Deus manifestou para comigo.

       


Santo do Dia / Comemoração (Santa Veridiana):


        
         Veridiana nasceu em 1182, na Itália, e viveu quase toda a vida enclausurada numa minúscula cela. Pertencente a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana levou uma vida santa. Sua pessoa era tão querida que durante a vida recebeu a visita de Francisco de Assis.

         Veridiana sempre utilizou a fortuna familiar em favor dos pobres. Um dos prodígios atribuídos à ela, mostra bem o tamanho de sua caridade. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou à seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras. Mesmo sendo um período de carestia, o tio nem pensava nos pobres e vendeu a colheita toda. Mas quando o comprador chegou para retirar a mercadoria nada havia no celeiro. Veridiana tinha dado tudo aos pobres. 

         O tio ficou furioso e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, as despensas estavam novamente cheias, e o negócio pode se concretizar. Um sinal da presença de Deus na vida da jovem italiana. 

         Veridiana após uma peregrinação ao túmulo de Tiago em Compostela, decidiu-se pela vida religiosa e reclusa. Para que não se afastasse da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena cela, próxima ao Oratório de Santo Antônio, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão.
         A cela possuía uma única e mínima janela, por onde ela assistia à missa e recebia suas raras visitas e refeições, também minúsculas, suficientes apenas para que não morresse de fome. 

         Conta-se que sua santa morte, a 01 de Fevereiro de 1242, foi anunciada pelo repicar dos sinos de Castelfiorentino, sem que ninguém os tivesse tocado.  

         Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR.

         REFLEXÃO:

          A vida de solidão e recolhimento marcam o profundo amor que Veridiana ofereceu a Deus. Ao lado desta atitude de vida, está também o zelo pelos pobres e abandonados. Oração e ação, marcas essenciais da vida cristã.

         ORAÇÃO:

          Santa Veridiana, pedimos por vossa intercessão, que Deus nos dê a graça de sermos humildes e praticarmos com ardor, verdadeiros atos de caridade, engrandecendo o coração de Deus, e ajudando o próximo. Amém! Santa Veridiana rogai por nós!


         Santa Veridiana, rogai por nós.
        



         Enviado por: Ademilson Moura – Paróquia Santo Antônio – Pirassununga-SP.
           
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“... MEUS OLHOS VIRAM A TUA SALVAÇÃO.”- Olivia Coutinho

 
Dia 02 de Fevereiro de 2016
 
Evangelho de Lc2,22-40

        O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos coloca no templo de Jerusalém contemplado a apresentação de Jesus!
Quarenta dias após o seu nascimento, Jesus é levado ao templo pelos seus pais, para cumprir um ritual judaico, isto é, todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado ao Senhor!
Maria e José, num gesto de entrega total, apresentam Jesus, o preciosíssimo tesouro que eles sabiam não lhes pertencer, pois  pertencia  a Deus! Com este gesto, eles nos dão um grande exemplo de responsabilidade para com o que é de Deus, mostrando-nos que a vida dos nossos filhos não nos pertence, somos apenas depositários destes tesouros pertencentes a Deus!
Em se tratando da apresentação do próprio Filho de Deus, este ritual adquire um significado muito profundo, estreitamente ligado ao mistério da encarnação.
O rito da apresentação de Jesus foi diferente dos ritos habituais em que os pais apresentavam seus filhos a Deus, num sinal de oferta e de pertença a Ele. Já, no rito da apresentação de Jesus, acontece o inverso, é Deus quem apresenta o seu Filho aos homens pela boca do profeta Simeão. 
Tanto, na apresentação de Jesus no templo, quanto na ocasião do seu nascimento, Deus deixa transparecer a sua predileção pelos “pequenos”, pois foi para os “pequenos” que Ele se manifestou primeiro,  na gruta de Belém, os primeiros visitantes de Jesus, foram os pastores, pessoas simples que nem eram reconhecidas como gente pela sociedade. E  na sua apresentação no templo, foi também para os pobres, que Jesus se manifestou primeiro, ou seja, para os “pobres de Javé”: Simeão e Ana, que podemos intitulá-los como profetas da esperança!
O velho Simeão, esperava pela libertação de Israel, ele já havia recebido a promessa de Deus de que ele não morreria sem  antes ter visto o Messias!
Movido pela inspiração divina, Simeão chega  ao templo exatamente no momento em que Maria e José levam Jesus para ser apresentado a Deus, suas palavras proféticas, sobre o futuro de Jesus, constituem o centro do relato. 
Já prestes do fim de sua existência terrena, Simeão toma o menino Jesus em seus braços definindo-o como: “a salvação que chegou para todos os povos!” Salvação, que chegou na fragilidade de um menino que estava começando a vida e que mais tarde daria esta vida para o resgate da humanidade que se deixou corromper pelo pecado.
Os olhos de Simeão viram longe, viram  naquele menino, ainda totalmente dependente do humano, a salvação do próprio humano!
Na cena, Maria permanece silenciosa, certamente ela ainda não havia entendido tudo a respeito da trajetória do seu filho, mas acolhe as profecias de Simeão sobre o seu futuro, aceitando silenciosamente os desígnios de Deus.
Após ter tido a felicidade de ter o Messias em seus braços, Simeão sente que já podia partir deste mundo, afinal, seus olhos já tinham visto o que ele tanto esperava: a “libertação do povo de Israel".
Contemplando o Messias em seus braços, ele pensou somente no bem do povo, pois ele sabia que não iria usufruir da alegria de ver Jesus caminhando  neste chão!
Contemplemos a figura de Simeão, tomando para nós, o seu exemplo, exemplo de um homem que via longe, que apesar da fragilidade de sua idade avançada, sonhava grande!
Simeão e Ana representam o povo fiel, o povo persistente que não perde a esperança porque confia nas realizações das promessas de Deus! Assim como eles, sejamos também, persistentes em nossas esperas, sem nunca desistirmos dos nossos sonhos, afinal, se temos Deus conosco, tudo nos será possível!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
 
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Comentários Prof.Fernando

Comentários Prof.Fernando*

4 ºdom do Tempo comum/após epifania – 31 de janeiro 2015

Em casa, nas fronteiras e em outros mundos

1) Rejeitado em sua própria terra natal

 De um lado a terra natal onde ele foi criado, cresceu. Nesta pequena

aldeia todos conheciam a família de Jesus. Seu discurso de hoje opõe

a sua aldeia à cidade de Cafarnaum (=aldeia de Naum). Apesar de sua

vida itinerante Jesus morou em Cafarnaum e ali exerceu grande parte

de sua atividade. Lá também tinham uma casa, os irmãos Pedro e

André (cf Mc 1,29 e paralelos).

 Como aconteceu no passado com os Profetas de Israel, Jesus critica o

povo que o rejeita porque não é a ele mas à sua mensagem que

rejeitam. Por isso “nenhum profeta é bem aceita em sua terra”. Contudo

– relembrando os profetas Elias e Eliseu – Jesus mostra que os

escolhidos para receber as maravilhas dadas por Deus eram os

estrangeiros (a viúva de Sarepta na Sidônia, o leproso que foi curado

vinha da Siria).

2) Certezas e seguranças. A incerteza e os desafios

 Hoje também os seguidores de Jesus gostariam de ficar no colo da

própria família religiosa e seguros dentro das própria fronteiras bem

conhecidas. Reúnem-se em igrejas e decoram sua própria doutrina.

Mas a Boa Notícia vinda de Deus não se limita à própria aldeia. O

mundo é mais vasto que a aldeia de Nazaré. Cafarnaum fica na

confluência das fronteiras da Galileia entre os Estados de Felipe e de

Herodes Antipas.

 Todas as religiões e todas as Igrejas (também no interior do

Cristianismo) parecem sofrer com uma certa nostalgia de viver numa

Teocracia. Ou – como o Cristianismo viveu séculos no regime de

Cristandade – fora da qual só havia mouros e combater ou bárbaros a

converter. Até os “índios” nativos das “novas” terras descobertas foram

muitas vezes considerados “sem alma” e por isso havia licença para

matá-los. Como os nativos da África negra que podiam ser escravos

dos cristãos...

 Em muitas igrejas continua de pé o tema “missionário”. Em geral ele se

confunde ou com a ideia de “converter” outros ou com o simples

“proselitismo”. Está difícil de retomar o projeto do Mestre de Nazaré lido

(tema da domingo passado) sinagoga de Nazaré: levar a Boa Notícia

de Deus aos prisioneiros de todo tipo que existe a liberdade.

 Em geral temos medo dos habitantes de Cafarnaum. São pagãos na

maioria (hoje diríamos ateus ou agnósticos na maioria). Alguns grupos

radicais no Islamismo são portadores do mesmo tipo de medo,

desprezando ou odiando os “infiéis” (os que não seguem seu fundador

nem suas doutrinas). Será que há muita diferença entre tais grupos

radicais e o fundamentalismo em torno do qual se organizam inúmeros

grupos cristãos em igrejas, tradições, doutrinas, costumes e

movimentos até antagônicos?

3) Dos antigos profetas aos apóstolos

 A primeira leitura (Jeremias 1) mostra a tarefa de quem anuncia a

mensagem divina: sua força vem de seu mandato (divino). Não devem

temer ser combatidos pelos inimigos.

 A segunda leitura traz o famoso hino de Paulo ao Amor. Dentro de um

poema genial Paulo mostra o que mais importa. Aliás, é o que importa.

O Amor supera até a Profecia (anunciar) e todos os outros dons,  que

também foram dados por Deus: milagres, o conhecimento dos

Mistérios, o carisma das Línguas. Mais que a própria Fé e a Esperança,

o dom maior é o próprio Deus que veio habitar em nós, pois ele é o

próprio Amor. Só ele não passa. `Pode ter nascido e crescido em

Nazaré, mas destina-se a abraçar o Mundo todo. Não é preciso ficar

enfurecido porque Deus ama também os que não são de nosso círculo

estreito. Por mais religioso que ele seja com suas seguranças e

certezas.

 Em vez de viver instalados em nosso território bem conhecido, é

preciso cuidade para não rejeitar o próprio Filho de Deus. Ao contrário é

bom segui-lo até Cafarnaum.

oooooooooooooo ( * ) Prof. (Edu/Teo/Fil,1975-2012) fesomor2@gmail.com

5º DOMINGO DO TEMPO COMUM-Dehonianos


ANO C
5º DOMINGO DO TEMPO COMUM
 

Tema do 5º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
A segunda leitura propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo.

LEITURA I – Is 6,1-2a.3-8
Leitura do Livro de Isaías
No ano em que morreu Ozias, rei de Judá,
vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime;
a fímbria do seu manto enchia o templo.
À sua volta estavam serafins de pé,
que tinham seis asas cada um
e clamavam alternadamente, dizendo:
«Santo, santo, santo é o Senhor do Universo.
A sua glória enche toda a terra!»
Com estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos
e o templo enchia-se de fumo.
Então exclamei:
«Ai de mim, que estou perdido,
porque sou um homem de lábios impuros,
moro no meio de um povo de lábios impuros
e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».
Um dos serafins voou ao meu encontro,
tendo na mão um carvão ardente
que tirara do altar com uma tenaz.
Tocou-me com ele na boca e disse-me:
«Isto tocou os teus lábios:
desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa».
Ouvi então a voz do Senhor, que dizia:
«Quem enviarei? Quem irá por nós?»
Eu respondi:
«Eis-me aqui: podeis enviar-me».
AMBIENTE
Estamos em Jerusalém, por volta de 740/739 a.C.. Isaías tem, então, à volta de vinte anos. Enquanto está no Templo em oração, descobre que Deus o chama a ser profeta. O texto de hoje relata-nos essa descoberta e a resposta de Isaías. No entanto, este relato não deve ser visto como uma reportagem jornalística de acontecimentos, mas sim como uma apresentação teológica de uma experiência interior de vocação.
Os pormenores folclóricos – o trono alto e sublime em que o Senhor Se senta, o seu manto que enche o Templo, os “serafins” com seis asas que voam sem cessar à volta e que cobrem a face e os pés, o oscilar das portas nos seus gonzos, o fumo – são elementos simbólicos com que o profeta desenha a grandeza, a omnipotência e a magnificência de Deus. É essa a perspectiva que o profeta tem do Deus que o chamou.
MENSAGEM
Nesta catequese sobre a experiência de vocação, encontramos vários passos. Vamos resumi-los brevemente.
Em primeiro lugar (vers. 1-5), Isaías deixa claro que a sua vocação é obra de Jahwéh, o Deus majestoso e santo, infinitamente acima do mundo e distante da realidade pecadora em que os homens vivem mergulhados. Os elementos literários típicos das teofanias (o temor, a voz forte, o fumo) definem o quadro típico das manifestações de Deus no Antigo Testamento: foi esse Deus que se manifestou a Isaías e que o convocou para o seu serviço.
Em segundo lugar (vers. 6-7), temos a objecção e a purificação. A objecção do profeta é um elemento típico dos relatos de vocação (cf. Ex 3,11, no chamamento de Moisés). Manifesta o sentimento de um homem que, chamado por Deus a uma missão, tem consciência dos seus limites e da sua indignidade, ou prefere continuar no seu cantinho cómodo, sem se comprometer. A “purificação” sugere que a indignidade e a limitação não são impeditivos para a missão: a eleição divina dá ao profeta autoridade, apesar dos seus limites bem humanos.
Em terceiro lugar, temos a aceitação da missão pelo profeta. Convém, a propósito, notar o seguinte: Isaías oferece-se sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.
Temos, aqui, descrito o caminho da verdadeira vocação.
ACTUALIZAÇÃO
Nesta reflexão sobre a “vocação”, considerar as seguintes questões:
• Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?
• A missão que Deus propõe está, frequentemente, associada a dificuldades, a sofrimentos, a conflitos, a confrontos… Por isso, é um caminho de cruz que, às vezes, procuramos evitar. Será que eu consigo vencer o comodismo e a preguiça que me impedem de concretizar a missão?
• É preciso ter consciência, também, que as minhas limitações e indignidades muito humanas não podem servir de desculpa para realizar a missão que Deus quer confiar-me: se Ele me pede um serviço, dar-me-á a força para superar os meus limites e para cumprir o que Ele me pede.
• Isaías aceita o envio, ainda antes de saber, em concreto, qual é a missão. É o exemplo de quem arrisca tudo e se dispõe, de forma absoluta, para o serviço de Deus. No entanto, é difícil arriscar tudo, sem cálculos nem garantias: é o pôr em causa os nossos projectos e esquemas para confiar apenas em Deus, de forma que Ele possa fazer de nós o que quiser. Qual a minha atitude em relação a isto?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 137 (138)
Refrão:  Na presença dos Anjos,
 eu Vos louvarei, Senhor.
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.
Todos os reis da terra Vos hão-de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor.
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.

LEITURA II – 1 Cor 15,1-11
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Recordo-vos, irmãos, o Evangelho
que vos anunciei e que recebestes,
no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos,
se o conservais como eu vo-lo anunciei;
aliás teríeis abraçado a fé em vão.
Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,
e apareceu a Pedro e depois aos Doze.
Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez,
dos quais a maior parte ainda vive,
enquanto alguns já faleceram.
Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
Em último lugar, apareceu-me também a mim,
como o abortivo.
Porque eu sou o menor dos Apóstolos
e não sou digno de ser chamado Apóstolo,
por ter perseguido a Igreja de Deus.
Mas pela graça de Deus sou aquilo que sou
e a graça que Ele me deu não foi inútil.
Pelo contrário, tenho trabalhado mais que todos eles,
não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.
Por conseguinte, tanto eu como eles,
é assim que pregamos;
e foi assim que vós acreditastes.
AMBIENTE
A chegada do cristianismo ao mundo grego provocou um choque de mentalidades e de perspectivas culturais. Isso ficou bem evidente na dificuldade dos coríntios em aceitar a ressurreição dos mortos.
A ressurreição dos mortos era relativamente bem aceite no judaísmo, habituado a ver o homem na sua unidade; mas constituía um problema sério para a mentalidade grega. Porquê? Porque a cultura grega, fortemente influenciada por filosofias dualistas (como a filosofia de Platão, por esta altura na moda) que viam no corpo uma realidade negativa e na alma uma realidade ideal e nobre, recusava-se a aceitar a ressurreição do homem integral. Como poderia o corpo – essa realidade material, carnal, sensual, que aprisionava a alma e a impedia de subir ao mundo ideal, na opinião dos filósofos gregos – seguir a alma?
É a esta questão posta pelos Coríntios que Paulo vai responder neste texto.
MENSAGEM
A argumentação de Paulo é simples e contundente: nós, cristãos, ressuscitaremos um dia, porque Cristo já ressuscitou.
O texto começa com a evocação de uma fórmula da catequese primitiva sobre esta questão. Paulo não está a inventar: está a transmitir com absoluta fidelidade a catequese que recebeu.
A fórmula paulina, que é ao mesmo tempo reflexo e modelo da primitiva pregação cristã acerca da ressurreição, estrutura-se em três tempos: afirmação do facto (morte/ressurreição), testemunho da Sagrada Escritura, comprovação experimental do mesmo (sepultura/aparições). A comprovação do facto resulta dos outros dois elementos.
No que diz respeito ao testemunho das escrituras, Paulo não cita directamente nenhum texto da Sagrada Escritura em favor da sua tese; mas podemos pensar que Paulo está a referir-se a Is 53,8-12 (o quarto poema do Servo de Jahwéh) e a Os 6,2. No que diz respeito às testemunhas da ressurreição de Jesus, Paulo cita seis manifestações de Jesus ressuscitado: a Pedro, aos Doze, a mais de quinhentos irmãos, a Tiago, aos outros apóstolos e, finalmente, ao próprio Paulo.
Notemos que os apóstolos (Paulo incluído) não testemunharam o momento da ressurreição, mas a experiência de um Jesus que continuou vivo depois da morte. O ressuscitado fez-se presente na vida destes homens e, como tal, converteu-se em objecto de pregação e de fé. Portanto, ao falar da ressurreição de Jesus, não estamos a falar de um “facto histórico”, entendendo por “facto histórico” aquele de que qualquer pessoa pode relatar os pormenores. A ressurreição de Cristo é um facto real, mas ao mesmo tempo sobrenatural e meta-histórico, algo que ultrapassa completamente as categorias humanas de espaço e de tempo, a fim de entrar na órbita da fé. É algo que a ciência histórica não pode demonstrar, porque corresponde a uma experiência de fé. O que, historicamente, podemos comprovar, é a incrível transformação dos discípulos que, de homens cheios de medo, de frustração e de cobardia, se converteram em arautos destemidos de Jesus, vivo e ressuscitado.
Além do mais, a ressurreição é um facto que ocorreu, mas que continua a ocorrer; continua a ter a eficácia primitiva, continua a ser capaz de converter em homens novos, a quantos aceitam Jesus pela fé. A comunidade cristã é convidada a fazer esta descoberta, a partir das Escrituras, do Espírito e da própria vida nova que continuamente vai nascendo nos cristãos.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão deste texto, considerar as seguintes questões:
• Será um dado adquirido, para qualquer cristão, a ressurreição de Jesus. No entanto, essa ressurreição é, para nós, uma verdade abstracta que afirmamos no credo, ou algo vivo e dinâmico, que todos os dias continua a acontecer na nossa vida e na nossa história, gerando vida nova, libertação, amor, numa contínua manifestação de Primavera para nós e para o mundo?
• A ressurreição de Cristo garante-nos que não há morte para quem aceita fazer da sua vida uma luta pela justiça, pela verdade, pelo projecto de Deus. Temos consciência disso? A certeza da ressurreição encoraja-nos a lutar, sem a paralisia que vem do medo, por um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano?

ALELUIA – Mt 4,19
Aleluia. Aleluia.
Vinde comigo, diz o Senhor,
e farei de vós pescadores de homens.

EVANGELHO – Lc 5,1-11
Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
estava a multidão aglomerada em volta de Jesus,
para ouvir a palavra de Deus.
Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré
e viu dois barcos estacionados no lago.
Os pescadores tinham deixado os barcos
e estavam a lavar as redes.
Jesus subiu para um barco, que era de Simão,
e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra.
Depois sentou-Se
e do barco pôs-Se a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão:
«Faz-te ao largo
e lançai as redes para a pesca».
Respondeu-Lhe Simão:
«Mestre, andámos na faina toda a noite
e não apanhámos nada.
Mas, já que o dizes, lançarei as redes».
Eles assim fizeram
e apanharam tão grande quantidade de peixes
que as redes começavam a romper-se.
Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco
para os virem ajudar;
eles vieram e encheram ambos os barcos
de tal modo que quase se afundavam.
Ao ver o sucedido,
Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe:
«Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador».
Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele
e de todos os seus companheiros,
por causa da pesca realizada.
Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu,
que eram companheiros de Simão.
Jesus disse a Simão:
«Não temas.
Daqui em diante serás pescador de homens».
Tendo conduzido os barcos para terra,
eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
AMBIENTE
Estamos na Galileia, no início do ministério de Jesus. Há algum tempo, Ele apresentou o seu programa na sinagoga de Nazaré como anúncio da Boa Nova aos pobres e proposição da libertação para os prisioneiros… Agora, começam a notar-se os primeiros resultados da actividade de Jesus: à sua volta começa a formar-se o grupo dos que foram sensíveis a essa proposta de salvação e seguiram Jesus.
MENSAGEM
O texto que nos é proposto como Evangelho é uma catequese que procura apresentar as coordenadas fundamentais da identidade cristã: o que é ser cristão? Como se segue Jesus? O que é que implica seguir Jesus?
Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco” (vers. 3). É desse barco (a comunidade cristã), que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos a libertação (“pôs-Se a ensinar, da barca, a multidão”).
Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar (vers. 4-5). Às vezes, as propostas de Jesus podem parecer ilógicas, incoerentes, ridículas (e quantas vezes o parecem, face aos esquemas e valores do mundo…); mas é preciso confiar incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à risca as suas indicações (“porque Tu o dizes, lançarei as redes” – vers. 5).
Ser cristão é, em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor” (vers. 8): é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. O título “Senhor” (em grego, “kyrios”) é o título que a comunidade cristã primitiva dá a Jesus ressuscitado, reconhecendo n’Ele o “Senhor” que preside ao mundo e à história.
Ser cristão é, em quarto lugar, aceitar a missão que Jesus propõe: ser pescador de homens (vers. 10). Para entendermos o verdadeiro significado da expressão, temos de recordar o que significava o “mar” no ideário judaico: era o lugar dos monstros, onde residiam os espíritos e as forças demoníacas que procuravam roubar a vida e a felicidade do homem. Dizer que os seus discípulos vão ser “pescadores de homens” significa que a missão do cristão é continuar a obra libertadora de Jesus em favor do homem, procurando libertar o homem de tudo aquilo que lhe rouba a vida e a felicidade. Trata-se de salvar o homem de morrer afogado no mar da opressão, do egoísmo, do sofrimento, do medo – as forças demoníacas que impedem a felicidade do homem.
Ser cristão é, finalmente, deixar tudo e seguir Jesus (vers. 11). Esta alusão ao desprendimento do discípulo é típica de Lucas (cf. Lc 5,28;12,33;18,22): Lucas expressa, desta forma, que a generosidade e o dom total devem ser sinais distintivos das comunidades e dos crentes que seguem Jesus.
Uma palavra, ainda, para o papel proeminente que Pedro aqui desempenha: a comunidade lucana é uma comunidade estruturada, que reconhece em Pedro o “porta-voz” de todos e o principal animador dessa comunidade de Jesus que navega nos mares da história.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar os seguintes dados:
• A reflexão deste texto deve pôr em paralelo o “caminho cristão”, tal como Lucas o descreve aqui, com esse caminho – às vezes não tão cristão como isso – que vamos percorrendo todos os dias. Considerar as seguintes questões:
• O nosso caminho é feito no barco de Jesus, ou, às vezes, embarcamos noutros projectos onde Jesus não está e fazemos deles o objectivo da nossa vida? Por outro lado, deixamos que Jesus viaje connosco ou, às vezes, obrigamo-l’O a desembarcar e continuamos viagem sem Ele?
• Ao longo da viagem, somos sensíveis às palavras e propostas de Jesus? As suas indicações são para nós sinais obrigatórios a seguir, ou fazem mais sentido para nós os valores e a lógica do mundo?
• Reconhecemos, de facto, que Jesus é o “Senhor” que preside à nossa história e à nossa vida? Ele é o centro à volta do qual constituímos a nossa existência, ou deixamos que outros “senhores” nos manipulem e dominem?
• Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal, a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens nossos irmãos de viver com dignidade e de ser felizes. É essa a nossa luta? Sentimos que continuamos, dessa forma, o projecto libertador de Jesus?
• A nossa entrega é total, ou parcial e calculada? Deixamos tudo na praia para seguir Jesus, porque o seu projecto se tornou a prioridade da nossa vida?

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 5º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. DA PALAVRA À EUCARISTIA.
As palavras do nosso Sanctus vêm da primeira leitura deste domingo. Se o Sanctus programado para este dia tiver um refrão, este último poderá ser utilizado como antífona do salmo responsorial. Será um modo simples de valorizar a ligação entre as duas mesas, a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.
3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
“Deus Altíssimo, Rei e Senhor do universo, juntamo-nos à imensa multidão celeste das tuas criaturas espirituais para Te aclamar: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo. Toda a terra está cheia da tua glória!
Pai, que desejas tanto estar próximo de nós e de Te fazer conhecer, nós Te pedimos: envia os teus mensageiros, que o teu Nome seja santificado em toda a terra.”
No final da segunda leitura:
“Pai, nos Te damos graças pela Boa Nova de Jesus ressuscitado, Ele que foi manifestado aos Apóstolos e revelado a todos aqueles que Te procuram com fé. Bendito sejas pelo testemunho apostólico transmitido de geração em geração.
Jesus, Filho do Deus vivo, salva-nos pela tua ressurreição, acolhe todos os nossos irmãos e irmãs defuntos na tua comunhão, na luz da tua Páscoa eterna”.
No final do Evangelho:
“Jesus, Mestre e Senhor, bendito sejas pelos apelos que nos diriges em cada dia, convidando-nos a seguir-Te.
Mestre, nós Te confiamos os nossos desencorajamentos, porque também nós sofremos para avançar ao largo, no teu caminho. Mas na tua Palavra e com o sopro do Espírito, retomaremos o caminho”.
4. BILHETE DE EVANGELHO.
Estes pescadores tinham, sem dúvida, ouvido falar de Jesus. O seu ensinamento parecia ter autoridade, mas não era um homem do Lago. Não era Ele que ia dar lições a estes três pescadores experimentados. Então, que se passou? Ele devia inspirar confiança, para que Simão lhe emprestasse a sua barca, fazendo dela lugar de pregação e, mais ainda, para que este mesmo Simão obedecesse à sua ordem, uma ordem insensata: lançar novamente as redes, quando a pesca tinha sido infrutífera toda a noite. Diante da prodigalidade da pesca, Simão lança-se aos pés daquele que reconhece como mestre, enquanto ele mesmo se reconhece como homem pecador. Jesus faz um segundo sinal, um segundo milagre: vai fazer de Pedro um outro homem. De pescador de peixes torna-se pescador de homens, torna-se um homem cheio de confiança. Deixando tudo, como Tiago e João, segue Jesus!
5. À ESCUTA DA PALAVRA.
Pedro era um pescador profissional. Conhecia o seu ofício. Aquele dia era um dia “não”, um dia de pesca infrutífera. E chega Jesus, carpinteiro, a dizer-lhe o que fazer, para lançar as redes. A primeira atitude de Simão é, naturalmente, de hesitação. Apesar de tudo, manifesta uma atitude de confiança, ao lançar as redes. A palavra e a personalidade de Jesus inspiraram-lhe alguma confiança. Segundo Lucas, Pedro já tinha tido ocasião para experimentar a presença de Jesus junto da sua sogra, doente com febre. A pesca é verdadeiramente milagrosa. Humanamente, não seria possível! Pedro e os companheiros admitem que este jovem rabino tem poderes sobre-humanos. Pelo menos, é um profeta, um enviado de Deus. Mas para Pedro ficam interrogações: a presença de Deus não acontece no Templo, em Jerusalém, onde são necessários ritos de purificação para se aproximar d’Ele? Daí o grito de Pedro: “afasta-Te de mim, que sou um homem pecador!” Em Jesus, Deus sai do Templo, de todos os templos. Vem caminhar na estrada dos homens. Vem ao encontro dos homens, os mais pequenos, os pescadores e pecadores, independentemente de qualquer purificação. Será isso o mundo ao contrário? Certamente! Jesus vem colocar o mundo face a Deus, numa relação de amor que suprime todas as barreiras e que suscita infinita confiança. Isso continua a ser verdade hoje!
6. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
Pode-se escolher a Oração Eucarística I, que recorda o nome dos apóstolos de que fala o Evangelho e na Carta de Paulo. As palavras “na presença da tua glória sobre o teu altar celeste” evocam, de certo modo, o clima da primeira leitura.
7. PALAVRA PARA O CAMINHO…
As últimas palavras do sacerdote na missa são palavras de paz: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!” Eis-nos enviados entre os homens, nossos irmãos, como Isaías, como Simão, como Paulo… E, como eles, não nos sentimos dignos de cumprir a missão que Deus nos confia em cada Eucaristia. Mas, como a Isaías, a Simão, a Paulo, uma palavra forte é dita a cada um de nós: “Não tenhas medo…” Partamos, como Paulo… com a certeza de que não sou eu que trabalho sozinho, “é a graça de Deus, que está comigo!”

UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org  www.dehonianos.org