Domingo, 04 de fevereiro de 2018.
Evangelho de Mc 1, 29-39.
A liturgia de hoje nos leva a refletir sobre o tema do sofrimento. Deus não é a causa do sofrimento, como muita
gente pensa e acredita, Deus não castiga ninguém, mas Ele está junto de nós,
para assumir conosco as nossas dores e nos ajudar enfrentá-las. Deus nos dá
ânimo, coragem, fé, esperança para nos ajudar a carregar nossos fardos, nossas
enfermidades, nossos sofrimentos físicos, espirituais e emocionais.
Esse Evangelho nos apresenta quatro pontos importantes: 1. A cura
da sogra de Pedro; 2. As diversas curas e exorcismos realizados no meio do povo;
3. Momento de oração em que Jesus recupera as suas forças; 4. A avaliação da
caminhada feita até o momento e necessidade de seguir adiante.
Jesus saiu da sinagoga onde Ele ensinou e rezou, e depois foi com
seus amigos à casa de Pedro. Isso nos leva a refletir que vamos a Igreja,
participamos das celebrações e quando saímos iniciamos nossa missão de
missionários de Jesus. Ele mostra uma Igreja que sai dos seus templos e vai ao
encontro das pessoas, sobretudo dos necessitados, os que estão passando por
sofrimentos ou dificuldades. Como nos diz o papa Francisco: “uma Igreja em
saída”.
Onde Jesus entra leva a alegria e a salvação. A sogra de Pedro
estava doente, com febre, acamada. Jesus pegou sua mão e a fez levantar, voltar
à vida, a dignidade. Ela curada se põe a servir. Esse gesto transformador de
Jesus nos ensina a sermos solidários, a estender as mãos aos necessitados e
ajudá-los a se levantarem, para que eles também possam fazer o mesmo com as
pessoas que necessitam. Toda vez que estendemos as mãos a quem precisa,
revelamos Deus para essas pessoas, pois as pessoas que encontram Deus têm suas
vidas transformadas. É muito agradável ver alguém recuperando a vida e servindo
a Deus e aos irmãos. Todos nós podemos recuperar vidas devolvendo-lhes a
esperança, dando um pouco de alegria aos que padecem. Nossa sociedade está
repleta de pessoas carentes de mãos solidárias, que as toquem e ajudem a se
levantar de suas prostrações, doenças, depressão, dificuldades...
Ao cair da tarde, Jesus acolhe e cura os doentes e os
possessos que estavam a porta da casa de
Simão. Esses doentes não tinham a quem recorrer e ademais eram considerados
impuros pela religião. Não podiam participar na comunidade. Era como se Deus os
rejeitasse e os excluísse, mas Jesus os acolhe, os ama e os cura.
Jesus não parou aí, continuou a sua missão, foi para outros
lugares, foi se encontrar com mais pessoas necessitadas. Com isso nos ensina
que não podemos parar, há muita gente precisando de nós, de nossa ajuda. Todo
gesto de amor e solidariedade deve estar alicerçado na oração como fazia Jesus,
que sempre rezava para dar glórias a Deus, para ter força na missão e servir de
exemplo para seus discípulos.
Jesus era desejado e procurado por todos, mas não se deixa
aprisionar entre aqueles a quem já ensinara e enchera de benefícios. Parte para
evangelizar outras regiões que ainda não tinham recebido a Boa-Nova da
salvação. “Foi para isso que eu vim!”
Isto é, foi para isso que eu desci do Céu. Sua missão não poderia se restringir
a uma cidade, a uma região, Ele queria atingir a todos.
Marcos evangelista quer demonstrar que Jesus é o Filho de Deus e
insiste em falar nas libertações de possessos porque elas causavam grande
impressão. Jesus é o Senhor da natureza inteira, até dos espíritos do mal, pois
tem poder sobre eles. Os pagãos tinham um grande terror dos espíritos maus, e
Jesus veio para os despachar do mundo.
Um dos detalhes mais impressionantes do Evangelho é a compaixão e
misericórdia que sentia o coração de Jesus para com os enfermos. Jesus nunca
deixou passar alguém sem lhe conceder a cura desejada. Ele que veio para salvar
almas, devido à sua misericórdia, compaixão, amor, tornou-se médico também dos
corpos.
Não podemos imitar Jesus curando os enfermos, mas podemos ter
compaixão, consolar e ajudar os pobres e enfermos. Percebemos que Jesus tem um
coração sensível, afetuoso, cheio de carinho e ternura para com todos nós.
Assim devemos nos esforçar para ser também.
Jesus quer ser nosso melhor amigo. Conhecê-Lo como amigo é
conhecê-Lo em toda sua perfeição. Vamos apresentar aos nossos amigos esse Amigo
exemplar, homem de oração que deixava a multidão e se retirava a um lugar
deserto para orar.
Que a nossa vida seja uma vida dedicada ao serviço do Evangelho, ou
seja, a serviço da vida, precisamos de tempo para realizar nossas obras de
apostolado, não há dúvida. Mas, antes de tudo, precisamos rezar para merecermos
a graça que fará nosso trabalho frutificar, porque nada resiste à graça de
Deus. Jesus orienta a nossa fé, nossa vida de oração e a nossa missão.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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