Santos Inocentes Mártires
28/12/2015- Segunda Feira
1ª Leitura 1 João 1, 5-2.2
Salmo 123/124 “Nossa alma escapou
como um pássaro, dos laços do caçador”
Evangelho Mateus 2, 13-18
“Santos Inocentes Mártires..."
A referência máxima para os judeus
era Moisés, em suas práticas religiosas e observância das Leis, tudo isso só
tinha a Moisés como única referência como Homem de Deus, de quem Deus se serviu
para libertar o seu povo da Escravidão do Egito. Mateus, que escreve para
Judeus não pode "atropelar" toda uma tradição, acabando com as
referências religiosas para falar de Jesus, o novo Libertador do homem. E
Mateus nem precisa forçar muito no seu modo de escrever e falar de Jesus, de
fato Jesus Cristo é a unidade de toda Escritura, pois no antigo testamento, as
pessoas e os acontecimentos apontam para ele, com ele toda a escritura tem um
único sentido.
O jeito que Mateus encontrou foi
fazendo um paralelo de Jesus com Moisés, daí vem os acontecimentos narrados
neste evangelho, Moisés, tanto quanto Jesus também sofreu perseguição desde o
seu nascimento, o Faraó tinha dado a ordem às parteiras, todo menino dos
Hebreus deveria ser morto e jogado as águas do rio Nilo.
Os Poderosos do Egito tinham medo
dos Hebreus que estavam aumentando consideravelmente e poderia vir a ser uma
ameaça á sua soberania. Também com Jesus vai ocorrer o mesmo, Herodes manda
matar todas as crianças recém nascidas, porque não quer que nasça o novo Rei e
Libertador do Povo. E esse processo que começou com a saída do povo do Egito,
se repete em Jesus, onde a Sagrada Família também é chamada do Egito e a
Revelação é feita a José em sonhos, como outrora outro José Sonhador, levou o
seu povo ao Egito em tempos de seca e de flagelo.
Oh benditos Santos Inocentes, que
receberam o martírio como Dom Divino, e mesmo sendo crianças recém nascidas,
deram o seu testemunho corajoso dando a vida para preservar a Vida Verdadeira
que viria para todo Homem. Uma leitura ingênua desse fato teria do leitor uma
recriminação "Como pode Deus consentir com uma desgraça dessas?”. Mas o
entendimento da reflexão proposta por Mateus perpassa o fato em si, que
provavelmente nem seja histórico, pois ele quer revelar aos Judeus que um novo
e definitivo Moisés já chegou e está em meio aos homens: Jesus Cristo, Nosso
Senhor, aquele que incomoda e abala as estruturas do poder dos homens, porque
tem algo muito maior a oferecer: uma libertação plena do homem integral...
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