SAGRADA FAMÍLIA
Evangelho - Lc 2, 41-52
27 de Dezembro de 2015
1ª Leitura - Eclo 3,3-7.14-17a (gr.2-6.12-14)
Salmo - Sl 127,1-2.3.4-5 (R. Cf 1)
2ª Leitura - Cl 3,12-21
PRIMEIRA LEITURA
O texto do livro
sagrado nos adverte para que honremos os nossos pais, para que cuidemos deles
em sua velhice. Se fizermos isso, também
os nossos filhos um dia farão o mesmo conosco.
Meus irmãos. Perdoem os vossos pais,
mesmo que eles tenham errado feio! Pense que ninguém é perfeito mesmo.
Nem você estará livre de cometer os erros que os seus pais estão cometendo
agora.
Nossas orações serão
atendidas se respeitarmos os nossos pais. Seremos reconhecidos pelos nossos
filhos um dia, se agora reconhecermos os nossos pais. Porque a vida é assim. Colhemos o que
plantamos.
Quando éramos
pequenos e vulneráveis, tivemos o apoio e a proteção dos nossos pais. Hoje, os
papéis se inverteram. Você é adulto cheio de forças, e os seus pais estão
fracos e indefesos. Aproveitem para demonstra sua gratidão pelo carinho e
cuidados aqueles tiveram com você. Pois
logo virá o dia em que você estará do mesmo jeito que eles agora. Velho, cansado,
e sem forças. E é nessa hora que irá colher o que você plantou. Pois quem com
ferro fere, com ferro será ferido. Do mesmo jeito que cuidastes dos teus pais,
será cuidado pelos seus filhos.
SALMO
Feliz é o homem e a
mulher que teme o Senhor. Não estamos falando de medo de Deus, mas sim, de
respeito, obediência, gratidão, e amor.
Feliz são todos
aqueles que seguem os ensinamentos do Senhor, e que se deixa guiar pela sua
palavra. Nada irá faltar, aos que depositarem toda sua confiança em Deus.
SEGUNDA LEITURA
Irmãs e irmãos. Como
podemos retribuir ao amor de Deus para conosco? Fazendo o bem aos nossos
irmãos. Sendo caridosos, não prejudicando a ninguém, tendo paciência com todos
principalmente com aqueles que muitos chamam de chatos. Perdoando, e acima de
tudo suportando uns aos outros, como Deus faz conosco.
Repare que Deus não
faz cair dos ares, uma chuva de fogo quando cometemos um pecado grave. Ele nos
tolera, nos suporta, nos aguarda, nos espera mudar de ideia e nos arrependermos
dos nossos pecados, e procurar um sacerdote para fazer uma santa confissão,
providenciando assim, a nossa conversão.
Portanto, devemos
fazer o mesmo para com os nossos irmãos. Tem gente que risca do mapa, apagam da
sua vida todos aqueles parentes e amigos que um dia lhes fizeram algum mal. Não
sejamos assim, porque Deus não age assim conosco. Com a mesma medida que medires o teu irmão, também serás julgado.
Temos uma facilidade
muito grande de julgar os nossos irmãos. Com a desculpa de que estamos zelando
pela boa moral da família, pela saúde da espiritualidade da comunidade, nós
excluímos os irmãos e irmãs que não dançam conforme a música. E às vezes, por incrível que pareça, essa
música, é a nossa música, em vez de ser a música do Evangelho.
Caríssimos. Sejamos
espelhos da justiça divina diante dos homens e das mulheres. Que a paz de
Cristo Jesus esteja em nossas mentes, para que possamos transbordá-la ao
mundo. Se dentro de nós existir ódio,
inveja, espírito de competição, como poderemos ser um bom exemplo para aqueles
a que estão sob a nossa responsabilidade no que se refere à evangelização?
Precisamos ser Igreja
em tudo o que fazemos. Tudo o que fizermos deve ser em nome de Deus. Assim sejamos disponíveis aos nossos filhos,
aos nossos pais, a nossa esposa, ao nosso marido, respeitando-nos e amando-nos mutuamente
em nome de Jesus Cristo que deu a sua vida por nós. Nada de grosserias.
Repreendamos os erros uns dos outros sem fugir dos trâmites da caridade. Quando
não soubermos o que fazer, como agir, peçamos a Deus que nos oriente.
EVANGELHO
Maria e José viajavam
tranquilos enquanto pensavam que Jesus se encontrava sob os cuidados de alguma
das muitas famílias amigas daquela caravana. Porém, depois de constatar a sua
ausência, devem ter entrado em pânico e desespero.
Somente quem já passou pela experiência de ter um filho(a) perdido
na multidão, irá entender o desespero de Maria e José, irá entender o sufoco
que eu e minha esposa passamos no dia em que a nossa filha se perdeu em uma
praia lotada. Depois dessa aterrorizante experiência, ela se perdeu por várias
vezes no supermercado, e uma vez em um parque. Nós dizíamos que ela era campeã
de perdição.
Jesus ao mesmo tempo em que era submisso aos pais, Ele mostra neste
episódio narrado no Evangelho de hoje, a sua independência com relação aos mesmos
pais, e o seu poder divino. “Não sabíeis que
eu devia estar na casa do meu Pai?”.
Ao dizer essas palavras, Jesus nos disse com todo respeito, que Ele
não é filho de David, muito menos de José. Mas sim do Pai que está nos Céus.
Assim Jesus nos fala pela primeira vez quem Ele realmente é. O
Filho de Deus encarnado.
“Quem deixar mulher
e filhos para me seguir, terá cem vezes mais nessa vida e mais a vida eterna”.
Notamos nesse episódio, que Jesus se faz independente da sua
família, enquanto se ocupa das coisas do seu Pai. Ele não está nos aconselhando
a largar, abandonar ou maltratar a nossa família, mas sim, está nos mostrando
que o Reino dos Céus é prioridade absoluta, até acima da própria família.
Caríssimo. Perder um filho, uma filha é coisa dolorosa demais!
Quantas mães hoje choram a perda dos filhos? Seja pela morte decorrente da
violência, seja pelos caminhos do crime, ou quando de repente descobre que o
filho faz parte de uma gangue armada. Outra
forma de se perder os filhos atualmente, é quando o namorado ou a namorada dos
nossos filhos que acolhemos em nossa casa, se vira contra nós, invade a nossa
privacidade, e passa a não reconhecer a nossa autoridade de pais. Por outro
lado a nossa filha ou o nosso filho, também passa a ter um comportamento
estranho, se virando contra nós, em uma independência indesejável, nada a ver
com a independência demonstrada hoje por Jesus.
A preocupação da
sagrada família com o menino Jesus deveria ser
seguida por nós. Deveríamos ser os primeiros catequistas dos nossos
filhos, ensinando-os a rezar enquanto são pequenos e, portanto dóceis ao nosso
comando, rezando na frente deles, vivendo em harmonia na presença deles, para
que sigam o nosso exemplo.
As crianças quando
brincam, elas repetem a realidade que acontece em sua volta. O relacionamento
dos pais, os programas de televisão, as brincadeiras dos amigos, e mais tarde a
vivência escolar. Portanto, é indispensável que entre os pais, e na família em
geral, haja um clima de harmonia, e não uma realidade triste e infeliz de
ofensas, gritos amaças, brigas, crimes, etc. Pois a criança copia tudo isso. Os
exemplos falam muito mais alto do que as palavras. E os filhos vão seguir, vão imitar o que eles
vivem no ambiente familiar.
E é assim que traumas
acontecem. Brigas e crimes na família
destroem a felicidade das crianças.
Que Jesus nos ajude a
sermos bons filhos e bons pais. Amém!
Tenha um bom domingo, José Salviano.
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