NATAL
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO 25/12/2015
1ª
LEITURA Isaias 9, 1-6
Salmo
Lucas 2,11 “Hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo
Senhor”
2ª
Leitura Tito 2, 11-14
Evangelho
Lucas 2, 1-14
NATAL
DO SENHOR (missa da noite)
O sentir medo faz parte
do ser humano, principalmente na relação com Deus, todos os personagens do A T,
desde os patriarcas até os profetas, sentiram medo quando Deus se revelou para
confiar-lhes uma missão. O pecado e o sentimento de culpa nos fazem ainda mais
medrosos diante de Deus, no NT percebe-se que constantemente os discípulos são
dominados pelo medo em muitas situações na experiência que fizeram com Jesus, e
em todas essas situações o próprio senhor irá lhes dizer “Não tenhais medo...”.
Temos medo daquilo que não conhecemos, temos medo de algo que é muito maior que
nós, temos medo de tudo aquilo sobre o qual não temos controle e nem a
compreensão.
Temos medo das forças da
natureza, medo presente em tantas fobias e traumas sofridos na infância ou
adolescência, mas temos muito medo principalmente de Deus, infelizmente muitos
fazem da experiência com Deus uma relação baseada no medo, de não ser amado,
perdoado, compreendido e aceito. Qualquer rejeição nesta vida é dolorosa, mas o
pensamento tenebroso de que Deus possa nos rejeitar algum dia, nos causa grande
pavor e angústia.
Os pastores eram pessoas
rejeitadas pela sociedade e religião, considerados impuros e incapazes de
alcançarem à salvação, nem no templo podiam entrar e ninguém confiava em suas
palavras. Eles representam neste evangelho da Noite de Natal, todas aquelas
categorias de pessoas excluídas, marginalizadas, consideradas lixos da
humanidade, irrecuperáveis e desprezadas, pessoas de tão baixa qualidade que
não compensaria trabalhar para recuperá-las socialmente e moralmente. Cada um
de nós conhece alguém nessas condições, talvez membro da nossa família, ou que
more perto de nós, pode também ser alguém da comunidade, que muitas vezes
olhamos com o canto dos olhos.
Nesta noite de natal Deus
fez uma revolução, deixou de lado as noventa e nove ovelhas de Israel e se
manifestou na pastagem, em primeiríssimo lugar aos homens desqualificados e
desprezados, que diante de tanta rejeição social e religiosa, já tinham gravado
no coração e na mente, que o Messias Salvador jamais viria para eles, mas
somente para os justos praticantes da lei de Moisés, por isso, o primeiro
sentimento que lhes invade o coração diante do anjo do senhor que lhes
apareceu, é justamente o medo, talvez de um castigo ou condenação. Não é este
por acaso, o sentimento que temos quando pensamos em nossa morte?
“Na tenhais medo! Eu vos
anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje na cidade de
Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor...”
Nasceu para vós - não nasceu para os que se consideram justos,
santos e zelosos cumpridores da lei, é um salvador que fala a nossa linguagem,
que tem a nossa carne, que é pobre e rejeitado, como os pastores, nem tinha um
lugar confortável para nascer. O sinal confirma essa proximidade de Deus com
os homens, trata-se realmente do
Emanuel, “Deus conosco” – não se trata de uma criança com super poderes, mas de
um menininho pobre, deitado entre as palhas de uma manjedoura, envolto em
faixas e que precisa dos cuidados de um pai e mãe, como qualquer criança.
Nesse dá para confiar, é
um dos nossos! É igual a nós! É pé no chão! Capaz de sonhar os nossos sonhos,
de ter no coração as nossas mesmas esperanças.
Todo o céu se alegra e os anjos cantam os louvores de Deus. Anjos que
estão em plena sintonia com o projeto de Deus, que para manifestar o grande
amor pela humanidade pecadora, envia seu Filho Divino, da mesma natureza e
essência, que livremente aceita o rebaixamento.
Ato salvífico que
manifesta ao mesmo tempo toda glória e louvor a Deus, transmitindo também a paz
aos homens por ele amados. A paz que derruba as barreiras entre Deus e os
homens, a paz que abre o nosso coração para o amor e a graça trazida por Jesus
de Nazaré! Não há mais razão para ter medo! Deus nos provou o seu amor, nesta
noite Feliz !
NATAL DO SENHOR
(missa do dia)
“O
VERBO DIVINO SE FEZ HOMEM
E
HABITOU ENTRE NÓS” Jo 1, 1-18
Mais do que um teólogo,
acho que o evangelista João era um poeta dos melhores, essa frase é a palavra
chave do seu evangelho, proclamado na Missa do dia de Natal, mais parece uma
poesia, coisa de quem sentiu um encantamento com o nascimento de Jesus. O
evangelho da missa da vigília mostra-nos como Deus vai se movendo em meio a
situações desencontradas na vida de duas pessoas: Maria e José. O noivado com
José, a gravidez inesperada, a reação de José, que abre mão do seu direito de
denunciar Maria, para não lhe causar nenhum mal e resolve abandoná-la. Um amor
que quer o bem da esposa, ainda que isso signifique viver longe dela, um amor
que não quer dominar ser o dono da verdade, ter toda a razão, mas um amor que
quer preservar a vida de quem ama, ainda que isso lhe traga dores, dúvidas e
amarguras. Deus escolheu o homem certo, José era justo, mesmo que não
entendesse os fatos envolvendo sua noiva, fez prevalecer o amor. O amor a Deus
e aos irmãos não explica, mas aceita e só quer o bem do outro.
E por trás de um amor
puro e devotado, está à vontade de Deus, que vai realizar tudo o que os
profetas haviam falado – eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele
será chamado pelo nome de Emanuel, que significa “Deus conosco”. José aceita,
não porque compreende racionalmente os fatos, mas porque sabe que Deus está
agindo e isso lhe basta.
Costuma-se dizer sempre
que “Deus escreve sempre certo, por linhas tortas” e isso é mesmo a mais pura
verdade, o grande rei Davi havia nascido em Belém, e seria lá também que o
messias haveria de nascer, José e Maria não são pessoas especiais, diferentes
das demais, mas vivem em meio a história, dentro das estruturas do mundo, o
cristão não pode alienar-se do mundo e fugir do seu destino humano, José e
Maria,
Sujeito às leis do
império romano, sobem até Belém para serem recenseados, e lá Jesus acaba
nascendo em uma estrebaria, nas grandes cidades nem sempre há um cantinho para
o migrante que tem de se virar em qualquer canto, no banco de uma praça ou em
baixo de uma ponte, nos barracos e favelas e assim, do mesmo modo que os
moradores de rua partilham suas alegrias, quando as tem, Deus quis partilhar
com uma classe marginalizada a grande alegria do nascimento do seu filho – e
assim, os pastores são os primeiros a serem informados. Logo eles, que tinham
fama de serem brigões e mentirosos, homens sem palavra que jamais seriam ouvido
como testemunhas nos tribunais, foram os privilegiados.
Para gente simples o
sinal é também simples, encontrareis um menino envolto em faixas e deitado nas
palhas de uma estrebaria. Não é uma criança sobrenatural, mas excluído e
rejeitado igual eles, que eram proibidos de entrarem no templo ou na sinagoga.
Deram glória a Deus
porque sentiram a alegria de serem lembrados por ele, chegou enfim a salvação,
que não vem da corte ou dos palácios, que não vem das pomposas cerimônias do
templo, mas de uma criancinha deitada em uma humilde estrebaria.
Infelizmente o natal do
consumismo vai por outro caminho, e só leva boas notícias aos ricos e
poderosos, que podem se banquetear na noite de natal, e trocar ricos presentes,
pois ainda temos entre nós tantos “pastores” banidos da sociedade e das
igrejas, gente desprezada e deixada de lado por um sistema injusto e
pecaminoso, gente que não conhece e nem faz idéia de que Deus os ama
apaixonadamente e que essa declaração de amor acontece e é renovada na noite de
natal. A igreja é por excelência portadora desse anúncio onde os últimos da
sociedade deverão ser os primeiros a receber esta boa nova.
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NATAL
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO 25/12/2015
1ª
LEITURA Isaias 9, 1-6
Salmo
Lucas 2,11 “Hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo
Senhor”
2ª
Leitura Tito 2, 11-14
Evangelho
Lucas 2, 1-14
NATAL
DO SENHOR (missa da noite)
O sentir medo faz parte
do ser humano, principalmente na relação com Deus, todos os personagens do A T,
desde os patriarcas até os profetas, sentiram medo quando Deus se revelou para
confiar-lhes uma missão. O pecado e o sentimento de culpa nos fazem ainda mais
medrosos diante de Deus, no NT percebe-se que constantemente os discípulos são
dominados pelo medo em muitas situações na experiência que fizeram com Jesus, e
em todas essas situações o próprio senhor irá lhes dizer “Não tenhais medo...”.
Temos medo daquilo que não conhecemos, temos medo de algo que é muito maior que
nós, temos medo de tudo aquilo sobre o qual não temos controle e nem a
compreensão.
Temos medo das forças da
natureza, medo presente em tantas fobias e traumas sofridos na infância ou
adolescência, mas temos muito medo principalmente de Deus, infelizmente muitos
fazem da experiência com Deus uma relação baseada no medo, de não ser amado,
perdoado, compreendido e aceito. Qualquer rejeição nesta vida é dolorosa, mas o
pensamento tenebroso de que Deus possa nos rejeitar algum dia, nos causa grande
pavor e angústia.
Os pastores eram pessoas
rejeitadas pela sociedade e religião, considerados impuros e incapazes de
alcançarem à salvação, nem no templo podiam entrar e ninguém confiava em suas
palavras. Eles representam neste evangelho da Noite de Natal, todas aquelas
categorias de pessoas excluídas, marginalizadas, consideradas lixos da
humanidade, irrecuperáveis e desprezadas, pessoas de tão baixa qualidade que
não compensaria trabalhar para recuperá-las socialmente e moralmente. Cada um
de nós conhece alguém nessas condições, talvez membro da nossa família, ou que
more perto de nós, pode também ser alguém da comunidade, que muitas vezes
olhamos com o canto dos olhos.
Nesta noite de natal Deus
fez uma revolução, deixou de lado as noventa e nove ovelhas de Israel e se
manifestou na pastagem, em primeiríssimo lugar aos homens desqualificados e
desprezados, que diante de tanta rejeição social e religiosa, já tinham gravado
no coração e na mente, que o Messias Salvador jamais viria para eles, mas
somente para os justos praticantes da lei de Moisés, por isso, o primeiro
sentimento que lhes invade o coração diante do anjo do senhor que lhes apareceu,
é justamente o medo, talvez de um castigo ou condenação. Não é este por acaso,
o sentimento que temos quando pensamos em nossa morte?
“Na tenhais medo! Eu vos
anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje na cidade de
Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor...”
Nasceu para vós - não nasceu para os que se consideram justos,
santos e zelosos cumpridores da lei, é um salvador que fala a nossa linguagem,
que tem a nossa carne, que é pobre e rejeitado, como os pastores, nem tinha um
lugar confortável para nascer. O sinal confirma essa proximidade de Deus com
os homens, trata-se realmente do
Emanuel, “Deus conosco” – não se trata de uma criança com super poderes, mas de
um menininho pobre, deitado entre as palhas de uma manjedoura, envolto em
faixas e que precisa dos cuidados de um pai e mãe, como qualquer criança.
Nesse dá para confiar, é
um dos nossos! É igual a nós! É pé no chão! Capaz de sonhar os nossos sonhos,
de ter no coração as nossas mesmas esperanças.
Todo o céu se alegra e os anjos cantam os louvores de Deus. Anjos que
estão em plena sintonia com o projeto de Deus, que para manifestar o grande
amor pela humanidade pecadora, envia seu Filho Divino, da mesma natureza e
essência, que livremente aceita o rebaixamento.
Ato salvífico que
manifesta ao mesmo tempo toda glória e louvor a Deus, transmitindo também a paz
aos homens por ele amados. A paz que derruba as barreiras entre Deus e os
homens, a paz que abre o nosso coração para o amor e a graça trazida por Jesus
de Nazaré! Não há mais razão para ter medo! Deus nos provou o seu amor, nesta
noite Feliz !
NATAL DO SENHOR
(missa do dia)
“O
VERBO DIVINO SE FEZ HOMEM
E
HABITOU ENTRE NÓS” Jo 1, 1-18
Mais do que um teólogo,
acho que o evangelista João era um poeta dos melhores, essa frase é a palavra
chave do seu evangelho, proclamado na Missa do dia de Natal, mais parece uma
poesia, coisa de quem sentiu um encantamento com o nascimento de Jesus. O
evangelho da missa da vigília mostra-nos como Deus vai se movendo em meio a
situações desencontradas na vida de duas pessoas: Maria e José. O noivado com
José, a gravidez inesperada, a reação de José, que abre mão do seu direito de
denunciar Maria, para não lhe causar nenhum mal e resolve abandoná-la. Um amor
que quer o bem da esposa, ainda que isso signifique viver longe dela, um amor
que não quer dominar ser o dono da verdade, ter toda a razão, mas um amor que
quer preservar a vida de quem ama, ainda que isso lhe traga dores, dúvidas e
amarguras. Deus escolheu o homem certo, José era justo, mesmo que não
entendesse os fatos envolvendo sua noiva, fez prevalecer o amor. O amor a Deus
e aos irmãos não explica, mas aceita e só quer o bem do outro.
E por trás de um amor
puro e devotado, está à vontade de Deus, que vai realizar tudo o que os
profetas haviam falado – eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho. Ele
será chamado pelo nome de Emanuel, que significa “Deus conosco”. José aceita,
não porque compreende racionalmente os fatos, mas porque sabe que Deus está
agindo e isso lhe basta.
Costuma-se dizer sempre
que “Deus escreve sempre certo, por linhas tortas” e isso é mesmo a mais pura
verdade, o grande rei Davi havia nascido em Belém, e seria lá também que o
messias haveria de nascer, José e Maria não são pessoas especiais, diferentes
das demais, mas vivem em meio a história, dentro das estruturas do mundo, o
cristão não pode alienar-se do mundo e fugir do seu destino humano, José e
Maria,
Sujeito às leis do
império romano, sobem até Belém para serem recenseados, e lá Jesus acaba
nascendo em uma estrebaria, nas grandes cidades nem sempre há um cantinho para
o migrante que tem de se virar em qualquer canto, no banco de uma praça ou em
baixo de uma ponte, nos barracos e favelas e assim, do mesmo modo que os
moradores de rua partilham suas alegrias, quando as tem, Deus quis partilhar
com uma classe marginalizada a grande alegria do nascimento do seu filho – e
assim, os pastores são os primeiros a serem informados. Logo eles, que tinham
fama de serem brigões e mentirosos, homens sem palavra que jamais seriam ouvido
como testemunhas nos tribunais, foram os privilegiados.
Para gente simples o
sinal é também simples, encontrareis um menino envolto em faixas e deitado nas
palhas de uma estrebaria. Não é uma criança sobrenatural, mas excluído e
rejeitado igual eles, que eram proibidos de entrarem no templo ou na sinagoga.
Deram glória a Deus
porque sentiram a alegria de serem lembrados por ele, chegou enfim a salvação,
que não vem da corte ou dos palácios, que não vem das pomposas cerimônias do
templo, mas de uma criancinha deitada em uma humilde estrebaria.
Infelizmente o natal do
consumismo vai por outro caminho, e só leva boas notícias aos ricos e
poderosos, que podem se banquetear na noite de natal, e trocar ricos presentes,
pois ainda temos entre nós tantos “pastores” banidos da sociedade e das
igrejas, gente desprezada e deixada de lado por um sistema injusto e
pecaminoso, gente que não conhece e nem faz idéia de que Deus os ama
apaixonadamente e que essa declaração de amor acontece e é renovada na noite de
natal. A igreja é por excelência portadora desse anúncio onde os últimos da
sociedade deverão ser os primeiros a receber esta boa nova.
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