TERÇA FEIRA DO IV DOMINGO DO ADVENTO 22/12/2015
1ª Leitura 1 Samuel 1, 24-28
Salmo 1 Samuel 2,1 a ¨Exulta o meu coração no Senhor, nele se eleva
a minha força¨
Evangelho Lucas 1, 46-56
Em 1 Samuel 1, 2-10 podemos
encontrar esse mesmo Hino ou Canto do Magnificat, com outras palavras mas cujo
sentido é o mesmo. O canto de Ana que vai consagrar Samuel a Deus, como
gratidão pelo Senhor ter lhe concedido o dom da maternidade embora fosse ela
estéril, portanto impossibilitada de gerar um Filho. De igual modo Maria era
Virgem, algo que naqueles tempos tinha um sentido negativo, chamadas de “Ventre
Seco” a mulher era mal vista porque não tinham o dom da maternidade. Em todas
as mulheres vocacionadas na História da Salvação o fato se repete. Há uma
impossibilidade humana, onde se faz presente a Graça Divina, tornando possível
o que era impossível, deixando explicitado de que, quem está agindo é o próprio
Deus, o homem ou a mulher Vocacionado, apenas colabora com a sua obra,
tornando-se disponível diante do chamado e da Missão.
Deus não precisa de nenhuma estrutura humana para agir, os
poderosos do mundo nada têm e nem querem jamais contribuir com a edificação do
Reino, manifestado na Salvação da Humanidade que Jesus nos trouxe. Deus sempre
buscou os pequenos, os “Sem Importância”, os insignificantes. Ana, Mãe de Samuel,
que recebeu de Deus a graça da maternidade, mesmo sendo estéril, era tão mal
vista que o Sacerdote Heli a confunde com uma alcólatra, no momento em que ela
suplicava em alta voz ao Senhor, Maria de Nazaré, como é o estilo de todo
chamado Vocacional na Sagrada Escritura, primeiro sente-se perturbada e
insegura, depois questiona o anjo, colocando-lhe sua dificuldade. Os simples e
os pequenos assim se portam, quando sentem-se chamados por Deus para algo
grandioso.
Em lugar de Maria, se fosse alguma mulher poderosa da elite
sacerdotal ou do Império Romano, iria dar uma grande Festa arrogando-se a si
muitos privilégios por ser a escolhida para ser a Mãe do tão esperado Messias.
O que fez Maria? Foi às pressas à casa de Isabel, preocupada em servi-la. Desse
encontro de duas mulheres simples, gente do povo, sem nenhuma expressão, só
poderia mesmo resultar nesse Hino maravilhoso, que vai dar autenticidade a toda
ação Divina do Antigo Testamento que agora em Maria chega no seu auge. O canto
de Ana ganha autenticidade porque aponta para Maria que em sua oração de Louvor
vai dar veracidade ao antigo hino. Deus que age nos pequenos, nos simples e
humildes que lhe abrem o coração e alma, dando-lhe amplo espaço e colocando-se
em total disponibilidade, reconhecendo ao mesmo tempo a sua grandeza infinita,
e a nossa fragilidade humana.
Maria é a Estrela da Evangelização mas nunca quis ter brilho
próprio, sua ternura e humildade, sua doçura maternal, seu discipulado corajoso
aponta para Jesus, é Ele a Luz que brilha em Maria, e através dela ilumina a
toda humanidade.
Que esse Hino traduza a nossa alegria de Cristãos, que não provém
dos nossos projetos humanos, mas desse agir de Deus, que nem sempre
compreendemos, mas como Maria, devemos guardar no mais íntimo do nosso coração.
(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br
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