18- Sexta - Evangelho - Mt 1,18-24
Estamos no 4º Domingo do Advento. Dentro de
poucos dias nascerá o Sol da Justiça. Como você sabe, o tempo do Advento é o
tempo favorável à conversão. É um período muito particular, quando cada homem e
mulher são convocados pelo próprio Deus a esperar n’Aquele que há de vir: Jesus
Cristo, o Senhor. Contagiados com sua presença salvífica, devemos crer nas
promessas do Pai. E, libertos da desesperança, reconheçamos Jesus, não apenas
como filho da história, mas como Rei-Messias que vai instaurar o Reino
prometido a todos nós. Que neste tempo do Advento nosso coração seja
transformado em manjedoura, para que o Rei-Messias nasça e faça morada no meio
de nós.
Os evangelhos foram escritos a partir das
memórias de Jesus elaboradas e veiculadas pelas primeiras comunidades de
discípulos. O evangelho de Marcos, o primeiro a ser escrito, é o que mais se
aproxima da realidade de Jesus. Este evangelista segue o roteiro que Lucas,
mais tarde, registra em Atos dos Apóstolos em uma fala de Pedro: “É necessário
que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor
viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que foi
arrancado do nosso meio, um destes se torne testemunha da sua ressurreição” (At
1,21-22). Assim, Marcos inicia seu Evangelho com o batismo de João e termina
com o túmulo vazio, após a crucificação.
Posteriormente, Mateus e Lucas inserem, no início
de seus Evangelhos, as narrativas de infância, com a concepção e o nascimento
de Jesus. João, por sua vez, elabora o prólogo de seu Evangelho a partir do
Verbo eterno de Deus que se faz carne. As narrativas de infância em Mateus
giram em torno da figura de José, enquanto em Lucas dizem respeito a Maria. Em
Mateus, José, e por ele Jesus, é associado à linhagem davídica (filho de Davi).
Em Lucas, onde a genealogia de Jesus remonta a
Adão e Eva, Jesus é associado a toda a humanidade (filho do homem), sem
exclusividades raciais. Paulo, apóstolo, registra esta polaridade: segundo a
carne, descendente de Davi, segundo o Espírito de santidade foi declarado Filho
de Deus.
Mateus, escrevendo para discípulos oriundos do
judaísmo, procura apresentar Jesus como sendo o cumprimento de suas
expectativas tradicionais do Primeiro Testamento.
Assim, além da genealogia davídica com a qual
inicia seu Evangelho, aplica a Jesus um texto de Isaías em que este se refere à
concepção de uma jovem esposa do rei Acaz. As narrativas de infância realçam
tanto a realidade da condição humana de Jesus como a sua origem divina. Pela
encarnação, Deus revela que homens e mulheres foram criados para participar de
sua vida divina e eterna.
Portanto, não tenhamos medo. Deus vai suscitar
para nós um sinal. O Menino que está para nascer é o Deus conosco. Ele é o
grande sinal da presença de Deus entre nós. Ele nos quer libertar e instaurar
para nós um novo reino de amor e de justiça, o reino da vida eterna.
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