19- Sábado - Evangelho - Lc1,5-25
O Evangelho começa no templo e apresenta o sacerdote Zacarias e sua mulher Isabel da descendência de Abraão. É um casal justo mas que não tem filhos: Isabel é estéril e os dois já são velhos. Isto mostra também a esterilidade do sacerdócio que não consegue mais produzir efeitos de conversão no povo. Os sacerdotes exerciam mais uma profissão do que uma vocação. Mesmo vivendo o rigorismo da Lei e sendo justos, Zacarias e Isabel pareciam incapazes de gerar o novo. Mas o novo está por vir…
O
anjo diz a Zacarias para colocar no seu filho o nome de JOÃO (Johanan = Deus é
favorável). Zacarias não entende como poderá ter um filho. Então, o anjo impõe
uma mudez a Zacarias. É o silêncio de Deus para um sacerdócio descrente. Pode
ser também o silêncio do templo que não consegue dizer nada a seu povo.
No
sexto mês acontece a Anunciação. Maria “encontra graça diante de Deus”. É ela
quem vai gerar o novo, que vai acreditar na promessa de Deus. Maria concebeu
primeiro no seu ventre e pôde gerar e dar Jesus ao mundo.
Logo,
Maria se põe A CAMINHO para ajudar sua prima na gravidez. Vai até a cidade de
Isabel, enviada pela força do Espírito que a fez templo do Verbo de Deus.
Isabel, ao abraçar Maria, recebe por intermédio dela o Espírito Santo. Isabel
entende que é a visita não só da prima, mas de sua senhora, mãe do Messias…
Maria
entoa o seu canto de alegria e vitória. Este canto, que magnifica Deus, é o
resumo da ação de Jesus e da misericórdia do Pai. Por isso, o Magnificat é o
Evangelho de Maria, é a boa notícia do Pai (seu Filho) testemunhado por Maria,
a nova mulher…
Acontece
o nascimento de João Batista, que não recebe o nome do Pai, pois ele não será o
continuador de coisas antigas. Recebendo o nome de João, já se vê um prenúncio
do novo. João Batista é a “dobradiça” que liga o Antigo Testamento ao Novo
Testamento.
Jesus
vai nascer de forma simples e receberá como visita os pastores. Estes eram
homens acostumados com o “novo”, sempre andarilhos e de prontidão. Não eram de
vida sedentária…
Jesus
cresce e já dá sinais de sua filiação divina. Maria, contudo, ouve silenciosa,
guardando para si cuidadosamente todos os acontecimentos e meditando-os
profundamente em seu coração. Estava imersa em Deus…
Encerra-se
o tempo da promessa, o tempo dos profetas anunciando o Messias libertador.
Termina o Antigo Testamento. Isabel experimenta a força do Senhor. Deus suscita
um novo profeta, João Batista, que na verdade, não pronunciará uma salvação
futura, mas preparará o caminho para o prometido. Simeão pode retirar-se; a
promessa está realizada. O Espírito que inspira João é o mesmo que faz Maria
conceber o Messias no seu seio.
Assim
nasce Jesus: desconhecido pelo mundo, mas acolhido e louvado pelos pobres, os
pastores. Percorre como criança os caminhos do seu povo – e da Lei – até chegar
o dia de iniciar sua missão.
Pai,
atendendo à oração de Zacarias, manifestaste tua misericórdia para com o justo
sofredor. Sê também benévolo diante das nossas angústias.
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