20- DOMINGO - Evangelho - Lc 1,39-45
Estamos cada vez mais próximos da Festa do Natal.
Deixemo-nos iluminar pela luz de Deus e por sua Palavra, pois é ela que nos
sustenta e inspira-nos sempre. Por isso, o povo de Sião canta de alegria e se
rejubila. Isabel compreendeu que Deus fazia comunhão com o povo pobre e
esquecido e entendeu por isso a saudação de Maria.
Alegremo-nos profundamente. Nada de tristeza,
porque Deus está conosco. Ele é o Emanuel que sempre está no nosso meio.
As narrativas sobre a infância de Jesus deixam
perceber a sua origem humilde, em uma casa pobre em Nazaré, longe de Jerusalém
e de qualquer outra grande cidade onde se concentram as elites privilegiadas.
Por outro lado, no Evangelho de Lucas, os paralelos feitos entre João Batista e
Jesus, desde suas origens, são elaborados de maneira a destacar a primazia
deste em relação a João Batista. Na época em que Lucas escreveu, o movimento
dos discípulos de João Batista era expressivo e se mantinha à parte do
movimento dos discípulos de Jesus. Com este destaque dado a Jesus, procurava-se
trazer os discípulos de João para as comunidades cristãs.
Na narrativa de hoje, vemos o encontro de duas
mulheres: Maria, esposa de um operário de Nazaré, na Galiléia; e Isabel, esposa
de um sacerdote do templo de Jerusalém. Contudo, o critério de “status” social
é esvaziado. É a jovem e pobre mulher da Galiléia que é bendita entre as
mulheres, trazendo em seu ventre o Senhor, comunicador do Espírito Santo.
Duas mães de idades diferentes encontram-se em um
único hino de louvor a Deus. Para Maria, o motivo do encontro é o desejo
natural de comunicar o grande acontecimento que ela conhece, prestar auxílio a
quem está em necessidade e reconhecer o sinal dado pelo Senhor através de
Isabel, inserindo-se, assim, no grande plano de Deus.
Maria compreende e age. Sua adesão à vontade de
Deus e sua obediência não traduzem preguiça e dificuldade, mas sim alegria e
decisão.
Quem segue Deus e está cheio de Seu espírito
caminha de coração alegre, de ânimo aberto, mesmo por estradas fatigantes.
Maria nos ensina isso nesta sua viagem em direção à região montanhosa onde Isabel
vivia.
Ela entra em casa e, logo que saúda Isabel, fica
cheia do Espírito Santo. Imediatamente, dois mistérios acontecem: Deus entra no
“cronos” e transforma-o em Kairós. A maternidade de Maria é o mistério de sua
grandeza pessoal pela fé, na força e no poder da Palavra de Deus. A fé em Maria
contrapõe-se à nossa incredulidade. Deste modo, no início do aparecimento da
salvação, mostra-se a fé como uma adesão à Palavra que anima e dá fé, chama e
beneficia, gera e cria uma nova vida.
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