17- Quinta - Evangelho - Mt 1,1-17
Irmãos, a criação está consumada. Preparemo-nos
para a chegada d’Aquele que vem a nós cheio de amor. Ele vem para nos salvar,
para que sejamos transformados, tornemo-nos límpidos, transparentes e cheios de
vida.
O desejo de Deus há de se realizar um dia, pois
ainda não somos tudo o que Ele deseja e espera de nós. Para que Lhe
correspondamos, o Senhor se dignou a nos enviar Seu próprio Filho, que se fez
homem igual a nós, menos no pecado.
O Primeiro Testamento converge para dois temas
ideológicos principais: a afirmação de um ramo da descendência de Abraão, como
povo divinamente eleito e a preeminência de Davi como piedoso e poderoso rei
modelar. O judaísmo, surgido entre as elites exiladas na Babilônia e
consolidado no retorno do exílio, recorre às elaborações genealógicas para
afirmar-se como abraâmico e davídico.
As genealogias foram utilizadas também para
reivindicar pertença a estirpes sacerdotais originárias de Aarão e para
identificar vocações messiânicas. Mateus, dirigindo-se a comunidades de
cristãos convertidos do judaísmo, insiste em vincular Jesus às suas antigas
tradições, para convencê-los de que, n’Ele, realizavam-se suas expectativas
messiânicas.
Com esta intenção, Mateus inicia seu Evangelho
com uma genealogia, em três blocos de sucessão: de Abraão a Davi, de Davi ao
exílio, do exílio a José, “esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado
o Cristo”. Contudo, fica aberto um espaço para a novidade: o menino que nasceu
não é fruto de José, mas do Espírito Santo.
Portanto, a genealogia de Jesus mostra-nos que
Ele assumiu por completo a natureza humana, e que a humanidade se preparou para
recebê-Lo. Ele se fez humano para que o humano se fizesse Divino. Agradeçamos a
Deus pelo seu amor e misericórdia.
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