03- de
julho- Sexta - Evangelho - Jo 20,24-29
Padre
Antonio Queiroz
Meu
Senhor e meu Deus!
Hoje
celebramos a festa do Apóstolo S. Tomé. O Evangelho narra que na primeira Missa
de domingo celebrada na Igreja, no dia da ressurreição de Jesus, Tomé não
estava presente. Pronto, já entrou minhoca na sua cabeça. A fé fraquejou e ele
começou a duvidar da ressurreição de Jesus. “Se eu não vir as marcas dos pregos
em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no
seu lado, não acreditarei”.
Mas
felizmente Tomé pertencia a uma boa Comunidade. Seus irmãos na fé o procuraram
durante a semana e disseram: “Vimos o Senhor!” No domingo seguinte, Tomé estava
na Missa. Jesus apareceu novamente e fez tudo o que ele queria: Mostrou-lhe as
mãos, pediu que ele tocasse no seu lado... Em seguida fez um apelo a Tomé: “Não
sejas incrédulo, mas fiel!”. E Jesus elogiou a todos os que crêem sem ter visto
a ele, entre os quais estamos todos nós.
A
fé é uma graça. Ela nos leva a acreditar em coisas que não vemos, mas que nos
são reveladas por Deus. As verdades transcendentes, nas quais nós cremos, vão
além dos nossos sentidos e da nossa inteligência. No entanto, pela graça de
Deus, temos mais certeza a respeito delas do que daquelas coisas que os nossos
sentidos percebem.
A
fé está muito ligada à vida em Comunidade, especialmente à Missa no domingo.
Ovelha separada do rebanho, o lobo pega.
A
fé é a base da vida cristã. Se não fosse a fé, não haveria casais perseverando
no matrimônio, não haveria padres e religiosos fiéis à sua vocação, e não
haveria os milhares de santos e mártires que temos.
Um
dia os judeus se aproximaram de Jesus e disseram: “Até quando nos deixarás em
suspenso? Se tu és o Messias, o Cristo, dize-nos abertamente!” (Jo 10,24). A
revelação sempre deixa uma margem para a nossa vontade e para a liberdade. Se a
revelação fosse como “dois mais dois são quatro”, ela passaria por cima da
nossa fé, pois a evidência força a inteligência humana a aceitar. Jesus
respondeu a eles: “Eu já vos disse, mas vós não acreditais. As obras que eu
faço em nome de meu Pai dão testemunho de mim. Vós, porém, não acreditais,
porque não sois das minhas ovelhas” (Jo 10,25-26). Jesus fala que a fé está
ligada com a obediência a ele (suas ovelhas). Em outro discurso, Jesus fala
quase a mesma coisa: “Quem me ama será amado por meu Pai. Eu também o amarei e
me manifestarei a ele” (Jo 14,21).
O
livro do profeta Jeremias tem uma passagem muito parecida com o Sl 1: “Assim
diz o Senhor: maldito a pessoa que confia no ser humano, que na carne busca a
sua força e afasta do Senhor seu coração! Será como um arbusto no deserto,
nunca vê chegar a chuva... Bendito aquele que confia no Senhor, o Senhor mesmo
será sua segurança. Ele será como árvore plantada à beira d’água, que deita
raízes rumo ao rio, nem vê chegar o tempo do calor. Suas folhas estão sempre
verdejantes. Nem se preocupa com um ano de seca, e o seu fruto nunca deixa de
produzir” (Jr 17,5-8).
Tomé
era pescador. Temos poucas informações sobre a vida dele. Mas a tradição diz
que pregou o Evangelho no Oriente, onde morreu mártir. Portanto, depois da
bronca de Jesus, e da sua profissão de fé – “Meu Senhor e meu Deus” –
perseverou até o fim da vida. Todos nós estamos crescendo na fé; o importante é
caminhar sempre para frente, como fez Tomé.
Havia,
certa vez, um pai de família que já estava velho, e sentiu que estava perto da
morte. Então chamou seus três filhos, deu a cada um dez moedas de prata e lhes
disse: “Aquela sala ali está vazia. Eu peço a cada um de vocês que, com esse
dinheiro, encha a sala. A melhor iniciativa será premiada”. Tudo bem. O
primeiro saiu e comprou algodão. Encheu a sala de algodão. O segundo comprou
penas. Penas bonitas de diversas aves. Esparramou as penas no chão, cobrindo o
piso de toda a sala. O terceiro comprou uma lamparina. Acendeu-a e colocou no
meio da sala, enchendo a sala de luz. O pai elogiou a criatividade dos três,
mas deu o prêmio ao último, porque foi realmente um sábio.
A
fé é uma luz derramada por Deus em nossos corações, com a qual iluminamos os
ambientes em que vivemos. Ser cristão é ser luz, iluminando o caminho da
felicidade e da vida.
Maria
Santíssima é chamada Mulher de fé. Ela é nosso modelo nesse ponto. Santa Maria,
rogai por nós!
Meu
Senhor e meu Deus!
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