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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Refletir sobre o Jejum-Alexandre Soledade

04-        de julho- Sábado- Evangelho - Mt 9,14-17
Alexandre Soledade


Bom dia!
Um parêntese inicial: Antes de tudo, e importante reparar que os evangelhos desses primeiros dias convidam a refletir sobre o Jejum…
O Jejum é uma das práticas mais antigas de nossa igreja. Ele esta inserido entre os mandamentos da igreja haja vista sua importância na construção de um cristão e é engano acreditar que essa prática é exclusiva dos cristãos, pois muitas outras organizações religiosas a fazem como método de centrar seu pensamento e seu proceder.
De certa forma podemos dizer que o Jejum além de um belo exercício para a alma, como já dissemos ontem, é também uma forma de lembrar a presença do “noivo”. Jejuamos, pois Ele assim pediu, mas, além disso, era seu desejo que nos mantivéssemos fortes e perseverantes na fé.
Retorno então a reflexão de ontem: Abster-se de algo só terá o devido efeito se vier acompanhado de alguma coisa que preencha esse espaço. Quem jejua, busca algo maior que suas próprias forças, sendo assim, a abstinência devem ser acompanhadas de um incremento na oração. Abdicar, deixa entender que estamos aptos e dispostos a também ceder e por fim é um sinal claro da presença do amor.
“(…) ‘ORAI SEM CESSAR’ (1 Ts 5,17), ‘sempre e por tudo dando graças a Deus Pai, em nome de nosso Senhor, Jesus Cristo’ (Ef 5,20), ‘com orações e súplicas de toda sorte, orai em todo tempo, no Espírito e, para isso, VIGIAI COM TODA PERSEVERANÇA e súplica por todos os santos’ (Ef 6,18). ‘Não nos foi prescrito que trabalhemos, vigiemos e jejuemos constantemente, enquanto, para nós, é lei rezar sem cessar‘. ESSE ARDOR INCANSÁVEL SÓ PODE PROVIR DO AMOR. Contra nossa pesada lentidão e preguiça, O combate da oração é o do amor humilde, confiante e perseverante. ESSE AMOR ABRE NOSSOS CORAÇÕES PARA TRÊS EVIDÊNCIAS DE FÉ, LUMINOSAS E VIVIFICANTES”. (§ 2742 Catecismo da Igreja Católica)
O tempo é propicio, o momento favorece, por que não experimentar?
Em nossa vida, temos momentos de plena satisfação e outros que possivelmente gostaríamos de esquecer. Atos bons, por vezes, não nos marcam como as decisões equivocadas. Gostaríamos de não “ter dito aquilo”, “feito isso”… Por muitas vezes notamos que foi motivado por um instante de raiva, uma noite mal dormida, um acontecimento antes do fato. Muitos assaltantes e pessoas que transgrediram a lei ao serem presos relatavam esse fato: “um instante de bobeira”.
Pode até parecer a perca de um dia, mas abster de algo de vontade própria, é na verdade a busca de si próprio dentro de nós mesmos. Jesus assim o fez quando foi ao deserto. De fato cronologicamente não sabemos afirmar se foram 40 dias. Podem ter sido bem menos ou até bem mais que isso!
Os mestres da lei realizavam o jejum por qualquer coisa. Era “fashion” ficar com as feições transfiguradas e com ar sofredor para cativar “tapinhas nas costas”. Quantas pessoas ainda se comportam assim? Esse tipo de “jejum” não leva a nada.
“(…) Como já nos profetas, o apelo de Jesus à conversão e penitência NÃO VISA EM PRIMEIRO LUGAR ÀS OBRAS EXTERIORES, ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as mortificações, mas à conversão do coração, à penitência interior. SEM ELA, AS OBRAS DE PENITÊNCIA CONTINUAM ESTÉREIS E ENGANADORAS: a conversão interior, ao contrário, impele a expressar essa atitude por sinais visíveis, gestos e obras de penitência”. (§ 1430 Catecismo da Igreja Católica)

Mas são quarenta dias Jejuando? Não! Procure na internet, consulte pessoas na sua comunidade, os padres… Eles poderão te indicar uma forma muito sadia de passar pela quaresma.
E no fim, o que procurarei? O que encontrarei? Que destino ou motivo deve nortear o meu jejum? Vamos ler a primeira leitura:
“(…) Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o jejum que prefiro não é outro: – QUEBRAR AS CADEIAS INJUSTAS, DESLIGAR AS AMARRAS DO JUGO, TORNAR LIVRES OS QUE ESTÃO DETIDOS, ENFIM, ROMPER TODO TIPO DE SUJEIÇÃO? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”. (Isaias 58, 5-7)
Jejum é o desapego que faz vencer o mal que insiste em nos fazer medíocres a graça de Deus.
Um imenso abraço fraterno!


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