15 de junho - Evangelho - Jo 3,16-18
O Evangelho de Jesus nos diz que sua vida e morte testemunham a
natureza inigualável de sua realeza e Reino. Mas o que seu nascimento nos diz?
Jesus é o único qualificado para ser Rei.
Mateus traça a linhagem de Jesus através de José (Mt
1,1-17), um descendente de Davi (Mt 1,6), uma vez que somente um filho de Davi
poderia reinar como Messias (Salmo 89,3-4). Lucas traça do mesmo modo a
linhagem de Maria até Davi (Lc 3,23-31), assim qualificando duplamente Jesus
para ser o Messias. Contudo, o Messias precisa também ser o Filho do Céu (Salmo
2,7). Pela virgindade de sua mãe, Jesus nasceria como o único Filho de Deus. O
anjo Gabriel assegurou a Maria que o “poder do Altíssimo” (Lc 1,35) lhe daria a
capacidade de conceber sendo virgem (Mt 1,20). E, “por isso, o ente santo”
poderia ser “chamado Filho de Deus” (Lc 1,35).
O nascimento de Jesus demonstra Sua divindade. Anjos
disseram a Maria (Lc 1,26-38) e a José (Mt 1,18-23) que seu “Filho do
Altíssimo” era mais do que apenas um filho. Antes, ele seria o Filho unigênito
de Deus (Jo 3,16), chamado apropriadamente “Emanuel”, ou seja, “Deus-conosco”
(Is 7,14; Jo 1,14).
E Jesus reinaria sobre a casa de Jacó reconstruída (Lc
1,33; At 15,16-18). Desde que Ele receberia quem quer que o temesse e fizesse o
que é reto (At 10,35), essa casa consistiria de judeus e de gentios. Ele
concederia a todos os seus cidadãos uma igualdade e comunhão que o mundo jamais
tinha conhecido (Gl 3,28), pois Ele seria boa nova “para todo o povo” (Lc
2,10).
Todavia, Jesus não reinaria como um tirano, mas como
Salvador. Ele salvaria “seu povo dos pecados deles” (Mt 1,21), trazendo a eles
a maior paz de todas: a paz com Deus (Rm 5,1). Ele salvaria, não subjugaria.
Desde que seu Reino também traz salvação (At 2,23-24), Ele não poderia ser Rei
se não fosse Salvador (Zc 6,12-13; Hb 1,3). Portanto, desde que Ele salva, Ele
na verdade tem que reinar (At 2,33-36).
O modo de Seu nascimento mostra como Ele é inigualável. A
maioria dos reis nascem no luxo e na riqueza. Porém, não este. Suas faixas não
foram de fina púrpura nem seu berço de ouro. Em vez disso, uma manjedoura
serviu como sua cama. Esse Rei humilde fez uma entrada quieta e não pretenciosa
para aquelas pessoas de humildade incomum que seriam Seus cidadãos.
Os anjos não anunciaram o nascimento d’Ele aos poderosos
e prestigiados, mas aos pastores. Eles, humildemente, vieram “apressadamente”
para encontrar “a criança deitada na manjedoura”. Encontrando-o, eles
glorificaram e louvaram a Deus. Para os corações que respondem, como os desses
pastores, em fé confiante nas Palavras de Deus, Jesus seria Rei.
Entretanto, esse Rei seria tanto “para ruína como para
levantamento” (Lc 2,34). Porque a maioria rejeita Sua mensagem (Jo 1,11), eles
caem enquanto outros sobem a “lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2,6)
pela obediência à Sua vontade (Mt 5,19). Até mesmo seus pais representam o tipo
de cidadãos que pertenceriam ao seu Reino: justos, amorosos, puros e
obedientes.
Seguindo a estrela até Herodes, homens sábios do Oriente
aprenderam com o profeta Miquéias que o Messias nasceria em Belém. Eles
entraram na casa (não estábulo) e viram o menino (não o recém-nascido) (cf. Mt
2,11). Portanto, esses homens possivelmente viram Jesus antes de Seu segundo
ano de idade, em vez de vê-Lo na manjedoura, porque Herodes informou-se com os
homens sábios “quanto ao tempo em que a estrela aparecera” (Mt 2,7) e, mais
tarde, matou crianças de dois anos para baixo (Mt 2,16).
Até mesmo os visitantes do Oriente tipificam os cidadãos
do Reino. Dispostos a fazer uma viagem longa e árdua só para vê-lo, eles O
adoraram (Mt 2,11). Eles trouxeram dádivas adequadas a um rei: ouro, uma dádiva
comum à realeza (1 Rs 10,14-22); incenso, frequentemente ligado com adoração a
Deus (Lv 2,1-16); e mirra, uma especiaria tipicamente cara usada na adoração
(Êx 30,23-33), na aromaterapia (Salmo 45,8) e no embalsamamento (Jo 19,39).
Nós também precisamos chegar alegremente ao nosso Rei e
oferecer nossos corpos “por sacrifício vivo, santo, que é o vosso culto
racional” (Rm 12,1). Seu nascimento valida Seu direito ao trono de Davi, Sua
divindade, Seu domínio internacional e até a natureza de Seu Reino. Mas o que
os pais, os pastores e os homens sábios demonstram é que nada menos do que
corações submissos e vidas obedientes são suficientes para esse Rei, que eleva
corações humildes à glória, no Reino dos Céus.
Pai, dá-me um coração de pobre que me permita contemplar
o nascimento de Seu Filho Jesus, que viveu pobre para ser solidário com os
pobres.
Padre Bantu Mendonça
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