SÁBADO DA IX SEMANA DO TC
08/06/2013
1ª Leitura Tobias 12, 1-5
Salmo 1Samuel 2,1ª Exulta o meu coração no Senhor, nele se eleva a
minha alma”
Evangelho Marcos 12, 38-44
Em nossas comunidades ocorre uma situação não muito
diferente desse quadro que se apresenta aos olhos de Jesus, narrado por São
Marcos, onde os afortunados desfilavam de maneira ostentosa na hora de levar a
sua oferta para o lugar a elas destinado. Sem discutir aqui a questão do valor
do dízimo que ofertamos, vamos conduzir a mesma reflexão em uma outra direção:
vamos como Jesus observar com atenção a comunidade, há nela uma verdadeira
passarela onde ostentamos nossos carismas e talentos naturais, gostamos muito
de "rasgação" de seda, e chuva de confetes sobre nós, e assim nossos
egos são constantemente alisados e nos sentimos sempre lisonjeados pelo que
fazemos, e do modo como fazemos. É a mesma situação que Jesus presencia no
templo, onde muitos ricos depositavam grandes quantias.
De repente, no meio de tantos talentos grandiosos
de causar admiração, surge aquela viúva que devia ser idosa, não entrou na fila
da oferta de cabeça baixa, constrangida pelas suas duas pequeninas moedinhas
que carregava para ofertar, mas com consciência de quem sabe que está dando
tudo de si, colocou na cesta de coleta e voltou ao seu lugar na assembléia.
Jesus não olhou o valor, mas o modo como estava sendo ofertado.
Certamente os que ofertavam grandes quantias eram
os “Mandões” da comunidade, suas ofertas eram como se fossem quotas de
participação no empreendimento, exigiam prestação de contas e não admitiam que
se tomassem decisões sem consultá-los previamente.
Mas e a nossa viúva, quem era ela na comunidade?
Era alguém considerada? Ouviam sempre sua opinião? Davam-lhe sempre atenção
necessária? Chamavam-na para participar da reunião do Conselho? Estamos
acostumados a pensar que pessoas simplesinhas dessa maneira, só atrapalham
porque nunca têm uma opinião formada e, coitadinhas, às vezes nem sabem falar o
que pensam...
Recentemente o nosso Arcebispo foi laureado em uma
Universidade local, com o título de “Doutor em Honoris Causa”, e no momento em
que fez os agradecimentos, mandou levantar –se uma mulher humilde que estava
ali na assembléia e afirmou “Essa é minha convidada muito especial, trata-se da
minha cozinheira, e sem ela o meu intelecto nem funcionaria direito, por isso
reparto com ela esse título que vocês me concedem”.
E nesse momento a mesa das autoridades e toda a
assembléia aplaudiu com entusiasmo aquela mulher tão simples, que sentiu-se
valorizada e que, quem sabe, jamais poria os pés em uma Universidade, a não ser
para trabalhar na cozinha...
Há em nossas comunidades irmãos e irmãs que
aparentemente dão pouco, mas pelo modo como dão, superam aos talentosos e
importantes, porque se dão com toda humildade e alegria, oferecendo o melhor de
si naquilo que fazem...
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