28 de Junho de
2013 SEXTA -Evangelho - Mt 8,1-4
Se queres, tu tens o poder de me
purificar.
Este Evangelho narra Jesus curando um leproso. O doente ajoelhou-se
diante de Jesus e disse: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”.
Como é importante a fé em Jesus! Saber que ele tem poder para tudo, para
resolver todos os nossos problemas.
“Jesus Estendeu a mão, tocou nele e disse: Eu quero, fica limpo.” A
lepra naquele tempo era considerada uma doença muito contagiosa. O leproso era
considerado impuro e pecador, pois a doença era vista como castigo de Deus. Ele
devia afastar-se das pessoas e viver sozinho, em um lugar deserto. Se alguém
tocasse nele, ficava também impuro, tendo de ir morar junto com ele (Cf Lv
5,5-6). Jesus amou tanto aquele doente, que enfrentou todo esse rigor da lei.
Foi como se ele dissesse ao leproso: a sua dor é a minha dor; a sua exclusão é
a minha exclusão.
O Evangelho começa com as seguintes palavras: “Tendo
Jesus descido do monte...” Ele havia subido a montanha para rezar.
A oração nos torna sensíveis aos necessitados, menos escravos dos tabus da
sociedade e mais abertos para Deus agir através de nós.
O cristão sente compaixão dos que sofrem, e por isso se solidariza com
eles. Ele nunca fica neutro entre um opressor e um oprimido, mas toma posição,
ficando do lado do oprimido, e isso publicamente. Por isso se queima e se
“estrepa”, passando a participar da sorte do oprimido.
Sobre a doença, é importante saber que Jesus fez do nosso sofrimento, e
da nossa morte, um meio para chegarmos à vida feliz do céu. Deus nem sempre
cura as doenças, mas sempre cura os doentes, isto é, ajuda-os a ser felizes
mesmo na doença, transformando-a em meio de santificação e de felicidade.
“Olhe, não digas nada a ninguém.” Porque a multidão estava interessada
nos milagres de Jesus e queria projetá-lo como o grande curador. Mas Jesus não
veio à terra para isso. Ele veio fundar o Reino de Deus, que é povo unido,
acreditando na força da sua união. O povo já era muito dependente “dos
grandes”; Jesus não queria ser “outro grande” e levar o povo a apenas trocar de
dependência. A multidão tem a tendência de se fixar em alguém e projetá-lo (a)
como ídolo. Jesus não queria isso. Seu interesse era projetar e divulgar Deus
Pai e o Reino de Deus.
Outro motivo para não contar é que Jesus veio para ser homem como nós em
tudo, exceto no pecado. E se o povo descobrisse o seu poder milagroso, isso o
tornaria diferente dos outros.
“Vai
mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de
testemunho para eles.” O testemunho era triplo: 1) De que o homem está curado, portanto pode
voltar ao convívio social. 2) Foi Jesus que o curou, portanto os sacerdotes
devem reconhecer a Jesus como o Messias. 3) Uma denúncia aos sacerdotes que, em
vez de procurar reintegrar os marginalizados, marginalizavam-nos ainda mais,
tirando-os do convívio social.
Os principais marginalizados pela sociedade de hoje são: Os pobres que
não pagam convênios e não têm dinheiro para cuidar da própria saúde, esperando,
às vezes, meses para uma cirurgia pelo SUS. Os que trabalham na reciclagem. Os
moradores de rua. Os dependentes de drogas e de álcool. Os desempregados... E a
sociedade os trata como os sacerdotes tratavam os leprosos: procura ficar livre
e distante deles. Se Jesus vivesse hoje, onde e com quem ele gostaria de
ficar?
Olhando a nossa Comunidade cristã, ela é mais parecida com os sacerdotes
daquele tempo, ou com Jesus?
A lepra é figura do pecado, ela atua em nosso corpo como pecado em nossa
alma. Por isso o mesmo acolhimento que Jesus tinha para os leprosos, ele tinha
também para os pecadores. Que nós nos purifiquemos dessa terrível lepra e
ajudemos nossos irmãos e irmãs a se purificarem.
Certa vez, um bebezinho ficou doente, e ia cada vez pior. A família era
pobre, simples e morava na periferia da cidade. Ela já havia feito de tudo, mas
a criança não sarava. Um dia de manhã o pai falou para a esposa: “Só um milagre
pode salvar o nosso filhinho!” O irmãozinho mais velho, pensando que milagre
fosse remédio, ajuntou suas moedinhas e foi à farmácia. Lá, disse ao
balconista: “Eu quero comprar um milagre”. O balconista achou ao mesmo tempo
estranho e engraçado. Perguntou ao garotinho o que era, e ele explicou a
história. Por acaso, estava na farmácia um médico cirurgião. Ele escutou a
conversa e resolveu ajudar aquela família: E disse ao farmacêutico: “Eu vou com
esse menino até a casa dele, para ver o caso. O médico acabou internando o
bebezinho, fez uma cirurgia e ele sarou. Assim, o milagre acabou acontecendo.
Milagre não se compra, mas nós o conseguimos pela fé. Deus gosta de
atender pessoas bem intencionadas, que o amam e obedecem os seus
mandamentos.
Maria Santíssima passou pela vida servindo. Como mãe, como esposa, como
vizinha, como parente, como amiga, como tudo. Santa Maria, rogai por nós!
Se queres, tu tens o poder de me
purificar.
Padre Queiroz
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