6 de Julho de
2013 SÁBADO-Evangelho
- Mt 9,14-17
Bom dia!
Um parêntese inicial: Antes de tudo, e importante reparar que os
evangelhos desses primeiros dias convidam a refletir sobre o Jejum…
O Jejum é uma das práticas mais antigas de nossa igreja. Ele esta
inserido entre os mandamentos da igreja haja vista sua importância na
construção de um cristão e é engano acreditar que essa prática é exclusiva dos
cristãos, pois muitas outras organizações religiosas a fazem como método de
centrar seu pensamento e seu proceder.
De certa forma podemos dizer que o Jejum além de um belo exercício para
a alma, como já dissemos ontem, é também uma forma de lembrar a presença do
“noivo”. Jejuamos, pois Ele assim pediu, mas, além disso, era seu desejo que
nos mantivéssemos fortes e perseverantes na fé.
Retorno então a reflexão de ontem: Abster-se de algo só terá o devido
efeito se vier acompanhado de alguma coisa que preencha esse espaço. Quem
jejua, busca algo maior que suas próprias forças, sendo assim, a abstinência
devem ser acompanhadas de um incremento na oração. Abdicar, deixa entender que
estamos aptos e dispostos a também ceder e por fim é um sinal claro da presença
do amor.
“(…) ‘ORAI SEM CESSAR’ (1 Ts 5,17), ‘sempre e por tudo dando graças a
Deus Pai, em nome de nosso Senhor, Jesus Cristo’ (Ef 5,20), ‘com orações e
súplicas de toda sorte, orai em todo tempo, no Espírito e, para isso, VIGIAI
COM TODA PERSEVERANÇA e súplica por todos os santos’ (Ef 6,18). ‘Não nos foi
prescrito que trabalhemos, vigiemos e jejuemos constantemente, enquanto, para
nós, é lei rezar sem cessar‘. ESSE ARDOR INCANSÁVEL SÓ PODE PROVIR DO AMOR.
Contra nossa pesada lentidão e preguiça, O combate da oração é o do amor
humilde, confiante e perseverante. ESSE AMOR ABRE NOSSOS CORAÇÕES PARA TRÊS
EVIDÊNCIAS DE FÉ, LUMINOSAS E VIVIFICANTES”. (§ 2742 Catecismo da Igreja
Católica)
O tempo é propicio, o momento favorece, por que não experimentar?
Em nossa vida, temos momentos de plena satisfação e outros que
possivelmente gostaríamos de esquecer. Atos bons, por vezes, não nos marcam
como as decisões equivocadas. Gostaríamos de não “ter dito aquilo”, “feito
isso”… Por muitas vezes notamos que foi motivado por um instante de raiva, uma
noite mal dormida, um acontecimento antes do fato. Muitos assaltantes e pessoas
que transgrediram a lei ao serem presos relatavam esse fato: “um instante de
bobeira”.
Pode até parecer a perca de um dia, mas abster de algo de vontade
própria, é na verdade a busca de si próprio dentro de nós mesmos. Jesus assim o
fez quando foi ao deserto. De fato cronologicamente não sabemos afirmar se
foram 40 dias. Podem ter sido bem menos ou até bem mais que isso!
Os mestres da lei realizavam o jejum por qualquer coisa. Era “fashion”
ficar com as feições transfiguradas e com ar sofredor para cativar “tapinhas
nas costas”. Quantas pessoas ainda se comportam assim? Esse tipo de “jejum” não
leva a nada.
“(…) Como já nos profetas, o apelo de Jesus à conversão e penitência NÃO
VISA EM PRIMEIRO LUGAR ÀS OBRAS EXTERIORES, ‘o saco e a cinza’, os jejuns e as
mortificações, mas à conversão do coração, à penitência interior. SEM ELA, AS
OBRAS DE PENITÊNCIA CONTINUAM ESTÉREIS E ENGANADORAS: a conversão interior, ao
contrário, impele a expressar essa atitude por sinais visíveis, gestos e obras
de penitência”. (§ 1430 Catecismo da Igreja Católica)
Mas são quarenta dias Jejuando? Não! Procure na internet, consulte
pessoas na sua comunidade, os padres… Eles poderão te indicar uma forma muito
sadia de passar pela quaresma.
E no fim, o que procurarei? O que encontrarei? Que destino ou motivo
deve nortear o meu jejum? Vamos ler a primeira leitura:
“(…) Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se
mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em
saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? Acaso o
jejum que prefiro não é outro: – QUEBRAR AS CADEIAS INJUSTAS, DESLIGAR AS
AMARRAS DO JUGO, TORNAR LIVRES OS QUE ESTÃO DETIDOS, ENFIM, ROMPER TODO TIPO DE
SUJEIÇÃO? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e
peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”.
(Isaias 58, 5-7)
Jejum é o desapego que faz vencer o mal que insiste em nos fazer
medíocres a graça de Deus.
Um imenso abraço fraterno!
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