Segunda-feira, 24 de junho de 2013
Natividade de S. João Batista (Solenidade)
Outros Santos do Dia:Alena de
Bruxelas (virgem, mártir), Anfíbalo de Verulam (mártir), Bartolomeu de Farne
(eremita), Henrique de Auxérre (monge), Ivan da Boêmia (eremita), João de Tuy
(eremita), Simplício de Autun (bispo), Teodulfo de Lobbes (monge, bispo).
Primeira leitura: Isaías 49,
1-6.
Eu te farei luz das nações.
Salmo responsorial: 138, 1-3. 13-14ab. 14c-15 (R./ 14a).
Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
Segunda leitura: Atos dos Apóstolos 13, 22-26.
Antes que Jesus chegasse, João pregou um batismo de conversão.
Evangelho: Lucas 1, 57-66.80.
João é o seu nome.
Eu te farei luz das nações.
Salmo responsorial: 138, 1-3. 13-14ab. 14c-15 (R./ 14a).
Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
Segunda leitura: Atos dos Apóstolos 13, 22-26.
Antes que Jesus chegasse, João pregou um batismo de conversão.
Evangelho: Lucas 1, 57-66.80.
João é o seu nome.
Celebramos a festa de São João Batista, o precursor, como
todos o conhecemos, por sua vida e missão e por anunciar e preparar a chegada
dos tempos messiânicos, que se cumprem plenamente em Jesus.
No evangelho de hoje, Lucas volta às narrativas que tem
a ver com João Batista, que vão ocupar os vv. 57-58 do primeiro capítulo. A
narrativa se centra em quatro momentos importantes de sua vida: o relato do seu
nascimento (vv.57-58), a circuncisão, a imposição do nome e a manifestação a
toda sua parentela e inclusive dos vizinhos do entorno (vv. 59-66).
No nascimento de João se cumpre o anunciado a Zacarias e se
torna realidade a promessa. A esterilidade dos pais, vencida pelo nascimento de
um filho, é fonte de alegria, júbilo e regozijo que envolve e contagia os
vizinhos e parentes, como já o havia predito o mensageiro de Deus.
Na narrativa do nascimento, Lucas matiza dois aspectos muito
importantes: o da misericórdia de Deus, que se manifesta a favor do povo, ao
suprimir a afronta da esterilidade que pesava sobre Isabel, precisamente sobre
a esposa de um sacerdote encarregado do serviço litúrgico no templo de
Jerusalém e por outra parte, o significado do nome de João (“Deus mostrou o seu
favor”), com o qual se salienta a presença da misericórdia divina, que recai,
não somente sobre uma pessoa em particular, Isabel nesse caso, mas que alcança
a totalidade do povo.
Ao relato do nascimento de João segue o de sua circuncisão,
imposição do nome, e sua manifestação pública. Pela circuncisão, João fica
indelevelmente marcado com o “sinal da aliança”, sinal visível da incorporação
prometida pelo Senhor a seu povo eleito; capacita-o a celebrar a Páscoa como
festa da comunidade e confirma suas esperanças de partilhar, como todos os seus
antepassados, a restauração futura e definitiva. O rito da circuncisão
comportava igualmente a obrigação de uma escrupulosa observância da lei de
Moisés.
A incorporação do precursor Moisés ao povo de Israel é muito
importante para Lucas, não somente porque prefigura a incorporação do próprio
Jesus a esse mesmo povo, mas também porque Lucas se esforça por demonstrar que
o cristianismo é uma derivação lógica do judaísmo. Por isso tem que ficar bem
claro que os pilares desse novo modo de vida possui raízes profundamente
judaicas.
A imposição de um nome como o de “João” rompe radicalmente
com a tradição familiar. Como era costume, os vizinhos e parentes estão de
acordo que o menino se chame com o nome do pai. O acordo entre a mãe e o pai em
um nome que não era familiar aparece como um sinal onde se reflete o favor de
Deus. A misericórdia divina, não somente se manifesta a um casal em idade
avançada, de vida intocável, mas que alcança a totalidade de Israel. Daí que na
recuperação da fala de Zacarias, todos os vizinhos se interrogam sobre o futuro
desse menino.
Por último, nos encontramos com a manifestação pública de
João, a qual pretende deixar bem clara a efusão da misericórdia de Deus. A
alegria que causa a noticia de seu nascimento é fruto e uma primeira
manifestação no entorno da família e entre os vizinhos; porém imediatamente
começa a correr o rumor desse acontecimento por todas as montanhas da Judéia, o
júbilo é experiência de todos.
Fica assim preparado, narrativamente, o futuro do protagonista,
que se resume em um versículo (80) que quase podemos considerar um estribilho:
“Viveu no deserto até o dia em que se apresentou a Israel”. Dessa maneira o
deserto nos prepara para a próxima aparição de João no evangelho, trinta anos
depois (Lc 3, 1-3).
A primeira leitura de Isaias fala também do ministério
profético diante das nações, preparando os caminhos de Deus. A leitura dos Atos
que hoje lemos, é o fragmento mais explícito e também sumario sobre João
Batista em seu livro.
A figura de João ficou profundamente marcada no imaginário
cristão e na simpatia do povo de Deus: parente de Jesus, asceta e místico,
profeta valente e denunciador, pregador ardente da conversão... João conquistou
o lugar privilegiado no universo cristão. Talvez por isso sua festa foi
colocada no solstício do verão boreal, a “noite mais curta do ano” no
hemisfério norte (noite de São João, noite do fogo e da vigília em torno das
fogueiras) ou a mais longa do ano no hemisfério sul, ou um dia insignificante
na zona equatorial e tropical.
Esse acontecimento astronômico já era conhecido e celebrado
na antiguidade, antes do cristianismo. Talvez o estabelecimento da celebração
de João tenha acontecido como uma formas de cristianizar a data astronômica do
solstício de inverno boreal, data também de celebrações pagãs e da chegada do
cristianismo).
O evangelho de Lucas nos convida a refletir sobre a
misericórdia, a compaixão e a generosidade divina, que caracterizam este novo
período da historia da salvação que começa a manifestar com o nascimento do
João Batista. Misericórdia sem limites e sem medida, que engrandece e liberta,
que é sinal de vida porque resgata anciãos da morte por causa da esterilidade.
Além de tudo isso, o evangelho nos interpela sobre
nossa experiência da misericórdia de Deus, sobre a maneira como a estamos
vivendo, explícita ou em gestos e atitudes: acolhida solidariedade para com os
rejeitados, convite a todos aqueles que desejam um mundo novo, “segundo o
coração de Deus” para comprometer-se na construção do mesmo.
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