1 de Julho de 2013 SEGUNDA -Evangelho - Mt 8,18-22
Segue-me!
Neste Evangelho, Jesus nos chama para segui-lo. Ele é sincero e franco
conosco: não teremos vida fácil nem riquezas, e precisamos colocar em segundo
lugar muitas coisas.
Jesus era pobre, nasceu na pobreza e sua vida toda foi assim. Ao nascer,
teve como cama um coxo de animais, e ao morrer teve como cama a cruz. Na cruz,
nem roupas ele tinha. Ali, tornou-se o mais pobre dos pobres da terra. “As
raposas tem suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem
não tem onde reclinar a cabeça”. Para segui-lo,
precisamos desapegar-nos dos bens materiais.
Jesus era um homem como nós: sentia fome, sede, cansaço, sentia a
ingratidão... Mas ele rezava nas horas difíceis: “Jesus
dirigiu ao Pai preces e súplicas com clamor e lágrimas. Embora sendo Filho de
Deus, aprendeu a ser obediente através dos sofrimentos” (Hb
4,15). “De fato, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas
fraquezas, pois ele mesmo foi provado como nós, em todas as coisas, menos no
pecado” (Hb 5,7-8). Seguir a Jesus é fazer
o mesmo.
Ele era alegre. Vibrava com flores, com a natureza e com gestos de
bondade. Tinha um olhar cativante, que às vezes impressionava as pessoas.
Transmitia tranqüilidade. Quando as crianças se reúnem em torno de uma pessoa,
é sinal de que ela é tranqüila e acolhedora. As crianças gostavam de se reunir
em torno de Jesus. Seguir a Jesus é fazer o mesmo.
O primeiro sentimento de Jesus ao ver alguém era de amor e de acolhimento.
Foi o que ele fez com o jovem rico: “Olhou-o e o amou”, sem nem conhecer o
rapaz. Quantas vezes nós falamos: “Não foi com a cara dele(a)”, sem nem
conhecer!
Jesus sentia dó das pessoas: “Tenho pena deste povo que está com
fome”. Em seguida, multiplicou os pães. Quando
ele viu a viúva de Naim, acompanhando o enterro do seu filho único, teve dó
dela. Foi lá, ressuscitou o seu e lhe entregou. Cada um faz o que pode pelo
próximo que sofre. Jesus podia ressuscitar, ressuscitou. Nós podemos dizer uma
palavra ou dar um abraço, damos. Seguir a Jesus é ser assim.
Jesus era uma pessoa agradecida; agradecia a Deus Pai continuamente.
Como homem igual a nós, ele sentia a solidão. Foi o que ele mostrou no Jardim
das Oliveiras:“Fiquem aqui e vigiem comigo” (Mt 26,37-38).
Houve momentos em que Jesus ficou com raiva, como aquele dia
em que ele entrou no Templo e viu pessoas transformando a casa de Deus em um
local de comércio.O seguimento de Jesus não nos impede de, de vez em quando,
sentir indignação.
Jesus tinha amigos. Nos Evangelhos aparece a sua amizade com João
Evangelista, com os irmãos Lázaro, Marta e Maria... E é interessante que ele
quer ser nosso amigo: “Não vos chamo servos... mas amigos” (Jo 15,15). Ele quer ser seu amigo, você topa? Seguir a Jesus é tudo isso e
muito mais. É o caminho mais feliz e gostoso do mundo.
Jesus era uma pessoa simples. Seus exemplos eram sempre tirados da vida
familiar e do trabalho: fermento, pastor, semeador, mulher que perde a
moeda...
É interessante que Jesus não era atrelado aos tabus da sociedade. Não
podia conversar com mulheres em público, ele conversava. Não podia tocar em
leprosos, ele tocava.
Agora, Jesus era bastante severo com os grandes que oprimiam o povo, sem
perdoar nem os sacerdotes daquele tempo. Vemos isso em todo o Evangelho. Ele se
indignava especialmente quando via a exploração das pessoas mais simples e a
trapaça. E era franco; o que ele tinha de dizer, falava na lata, sem medo de
ninguém. Seguir a Jesus é ser assim. “Por que não és nem frio nem quente,
estou para vomitar-te da minha boca”.
Ele foi um “sinal de contradição”, por isso sempre provocou atritos e
criou situações desconfortantes para os opressores. Seguir a Jesus é
isso.
Mais importante que tudo foi que Jesus ressuscitou. Tentaram acabar com
ele, mas ele venceu. E o mesmo ele prometeu aos seus seguidores.
Certa vez, um casal de namorado estavam sentado num banco do jardim da
cidade, à noite. A lua estava bonita. De repente uma nuvem cobriu a lua. Ele
comentou: “Está vendo, Querida, o nosso amor é tão grande que até a lua se
escondeu!” Aquelas palavras para a moça causaram o máximo de felicidade. Quase
se derreteu de contentamento.
Logo eles se casaram, e o tempo foi passando. Um ano depois de casados,
um dia lá estavam eles novamente naquela mesma praça, à noite, sentados no
mesmo banco. E a lua estava novamente bonita. De repente, uma nuvem a cobriu. A
esposa, que jamais se esquecera daquelas palavras, esperava um comentário dele,
mas não veio. Então ela deu um toque, dizendo: “Bem, por que será que a lua se
escondeu?” Ele, na hora: “O burra, você não está vendo que está armando
chuva?”
O verdadeiro discípulo de Jesus cresce sempre no amor, sem jamais
interromper os afetos do passado. “Nisto conhecerão todos que sois os meus
discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
É interessante lembrar que o corpo de Jesus foi Maria que lhe deu.
Também, como qualquer criança, muito dos seus sentimentos ele aprendeu na
família. Santa Maria e São José, rogai por nós.
Segue-me!
Padre Queiroz
Amado Padre Queiroz,
ResponderExcluirAgora comesso a entender porque sempre que questiono a vida de Jesus, aborreço as pessoas: elas só veêm Jesus como uma Pessoa Santa e Boa, incapas de fazer coisas que qualquer ser humano faria: sentir dor, solidão, aborrecer-se, ser tentado e falar a verdade na lata, principalmente dos sacerdotes da época.
Isso é muito importante; as vezes deparamos com alguns Párocos que mas paressem Faraós.
Obrigado por mostrar-me que podemos ser humanos e seguir o Evangelho como pessoas normais e não alienados ao mundo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!