16 de Julho de
2013 TERÇA - Evangelho - Mt 12,46-50
Quem faz a vontade de meu Pai, esse é
meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Hoje nós
comemoramos com alegria a Apresentação de Nossa Senhora. Conforme antiga
tradição, Maria, quando criança, foi apresentada pelos pais, S. Joaquim e
Sant’Ana, a Deus, na sinagoga. Havia esse costume entre as famílias hebréias
mais devotas, de apresentar a Deus todos os seus filhos e filhas.
Quando, mais
tarde, Maria e José apresentaram Jesus no Templo, certamente ela se lembrou que
também foi apresentada por seus pais, e consagrada a Deus.
Houve,
portanto, uma continuidade: de S. Joaquim e Sant’Ana para Maria, e de Maria
para Jesus. Os pais geralmente são assim, eles continuam nos seus filhos aquilo
que receberam de seus pais. Por isso que há o provérbio: Tal pai tal filho. Ou:
Filho de peixe peixinho é.
É essa
continuidade na educação religiosa dos filhos que vai fazendo continuar, nas
novas gerações, a fé e a vida cristã legítima, que vem desde o tempo dos
Apóstolos. A caminhada das famílias cristãs é idêntica à caminhada de S.
Joaquim e Sant’Ana para Maria e de Maria para Jesus. A gente desenvolve mais
tarde os valores que recebeu em casa na infância.
Jesus falou
sobre isso: “Por acaso se
colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? Assim, toda árvore boa produz
frutos bons e toda árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar
frutos maus nem uma árvore má dar frutos bons. E toda árvore que não produz
bons frutos é cortada e lançada ao fogo” (Mt 7,16-19).
É
interessante também observar a caminhada de Maria na santidade. Foi um
crescimento constante. Começou com a concepção imaculada e terminou com a
Assunção, sendo assumida por Deus em corpo e alma.
E no
Evangelho de hoje, próprio da festa da Apresentação de Nossa Senhora, Jesus
aproveita uma oportunidade para nos dar um ensinamento fundamental sobre a
Santa Igreja: Somos a sua família. Não só família de Jesus, de Deus, mas
família entre nós, os batizados.
Como uma
criança que já nasce dentro de uma família, nós, pelo batismo, nascemos dentro
da Família de Jesus.
“Quem faz a vontade de meu Pai, esse é
meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Não basta a pertença material à
Igreja; precisamos fazer a vontade de Deus.
Santo
Agostinho, comentando este Evangelho de hoje, diz: “Não sei qual dignidade de
Maria é a maior: Ser a mãe de Jesus na carne ou ser a sua discípula na
fé”.
Existe uma
cena, acontecida no Calvário, que é intimamente ligada a esta, ou melhor, que
esclarece o sentido desta narrada no Evangelho de hoje: Jesus estava na cruz e,
vendo sua mãe e João Evangelista, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho! Depois disse ao discípulo: Eis a tua mãe!” (Jo
19,26-27). Nós sabemos que S. João ali representava toda a
Igreja. Por isso a tradição da Igreja, desde o tempo dos Apóstolos, entende que
Jesus, naquele para a sua Mãe a missão de ser a nossa Mãe na fé. Santa Mãe
Maria, que sejamos dignos filhos vossos, e assim façamos valer o provérbio: Tal
mãe tal filho.
Romeiro vela
seu tamanho Um dia apareceu uma sra aqui na sacristia da Basílica, procurando
um padre. Ela estava com uma vela do tamanhozinho dela. Eu achei engraçado pq
vi certa semelhança entre a vela e aquela mãe de família: As duas iluminam, as
duas aquecem, as duas servem. E, para fazer isso, as duas se consomem.
Inclusive as duas tem lágrimas. Quantas vezes você vê uma mãe com o rosto cheio
de rugas e os filhos todos bonitos, de rostos lisinhos. Ela está se consumindo,
se desgastando para que os outros tenham mais vida. Quando v ver uma vela
soltando lágrimas, lembre-se também de N.Sra, de J e de todas as pessoas que
amam. Porque o amor sempre custa lágrimas. Mas voltemos à senhora. Ela me disse:
“Padre, eu estou com pressa. O meu ônibus já está quase saindo lá na
rodoviária. Eu queria rezar muita coisa aqui pra N.Sra., mas não tenho tempo.
Por isso comprei esta vela. O senhor acende pra mim?” Claro que sim, disse eu.
Deixe comigo e vá com Deus. E pode ter certeza que N.Sra. também vai com a sra.
Fui lá na capela das velas e acendi a vela dela. Engraçado, não? A vela do
tamanhozinho dela. Quer dizer que a vela era ela. Aquela senhora, viajando no
ônibus, certamente foi pensando: Eu estou aqui, mas eu não saí do santuário.
Estou lá rezando, naquela vela. Eu pergunto a você: esta oração é válida? Claro
que é! Nós gostamos de usar símbolos, e Deus também gosta. A Bíblia é todinha
cheia de símbolos.
Quem faz a vontade de meu Pai, esse é
meu irmão, minha irmã e minha mãe.
Padre Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário