17 de Julho de
2013 QUARTA - Evangelho - Mt 11,25-27
Escondeste estas coisas aos sábios e
entendidos e as revelaste aos pequeninos.
Este
Evangelho nos mostra que Deus gosta das pessoas simples e humildes, e se revela
a elas mais do que aos sábios e entendidos. Toda a Bíblia fala da predileção de
Deus pelos “pequeninos”.
Jesus mesmo
era “pequenino”: “Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus,
porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós”
(Mt 11,29).
Quando Jesus
fazia um milagre e mostrava o seu poder divino, pedia aos discípulos que não
divulgassem o fato. Isso porque ele queria continuar sendo tido na sociedade
como uma pessoa simples e humilde, igual ao povo pobre com quem convivia. E ele
nos pede para fazer o mesmo: “Cuidado! não pratiqueis a vossa justiça
na frente dos outros, só para serdes notados... Quando deres esmola, não mandes
tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas
ruas, para serem elogiados pelos outros... Não saiba a tua mão esquerda o que
faz a direita” (Mt 6,1-3).
“Quando fores
convidado para uma festa, vai sentar-te no último lugar. Quando chegar então
aquele que te convidou, ele te dirá: ‘amigo, vem para um lugar melhor!’ Será uma
honra para ti, à vista de todos os convidados. Pois todo aquele que se exalta
será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,10-11).
“Ninguém
conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Portanto,
se Jesus ocultar dos sábios e entendidos os mistérios sagrados, eles não têm
outro meio de conhecer esses mistérios.
“O céu é o
meu trono... Mas eu olho para o pobrezinho de alma abatida que treme ao ouvir
minha palavra” (Is 66,1-2).
“Não tenhais
medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino.
Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estragam, um
tesouro no céu que não se acaba; ali o ladrão não chega nem a traça corrói” (Lc
12,32-34).
“Deus resiste
aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4,6). Ninguém
é mais que ninguém. Para Deus, todos os serviços têm a mesma dignidade. O
prefeito da cidade não está acima do lixeiro; o que vale é o amor e a dedicação
que colocamos em nossos trabalhos.
Quantos
problemas acontecem em nossas famílias e em nossa Comunidade, por falta de
humildade!
Santa Teresa
dizia: “A humildade é a verdade”. De fato, só a humildade nos coloca no nosso
verdadeiro lugar, pois nós não somos nada. Tudo o que temos de bom vem de Deus.
Assim, por mais que alguém nos rebaixe, nunca nos colocará no ponto que
merecemos, que é: “ 0 ”.
Por isso que
Jesus nos mandou virar a outra face para alguém que nos bate no rosto. Com este
gesto estamos dizendo: “Óh! eu mereço muito mais do que isto que você me
fez!”
A humildade
verdadeira não bloqueia as nossas qualidades, mas nos leva a expandi-las ao
máximo, visando não a nós, mas a glória de Deus e o bem dos nossos irmãos e
irmãs.
“Na medida em
que fores grande, deverás praticar a humildade... Para o mal do orgulhoso não
existe remédio” (Eclo 3,19-31).
“Nada faças
por competição ou vanglória, mas com humildade, cada um julgue que o outro é
mais importante, e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do
outro”.
Certa vez, um
casal mudou-se para uma cidade pequena, e já no dia seguinte a esposa comentou
com o marido, na hora do almoço: “Esta vizinha não lava roupa direito. Olhe lá
no varal, as manchas!” No outro dia, a mesma coisa. Ela disse: “Que mulher
porca! Dê uma olhadinha no varal.” O esposo não falou nada. Mas, quando chegou
do serviço, ela tinha saído de casa e ele aproveitou para limpar os vidros da
janela. No outro dia, no almoço, não deu outra. Ela disse: “Interessante! A
vizinha aprendeu a lavar roupa. Olhe agora no varal, como estão limpas!” O
esposo falou: “Ô, bem! O que aconteceu foi que eu limpei os vidros da nossa
janela!”
É o que disse
Jesus: “Se o teu olho é sujo, tudo será sujo para ti”. Quem é humilde, olha os
próprios, mais que os defeitos dos outros. E assim está aberto à graça de Deus.
Um dos
exemplos mais bonitos que temos de humildade é Maria Santíssima. Na Anunciação,
ela se considerou serva do Senhor. No magnificat, admirou-se de Deus ter olhado
para ela, uma pessoa tão humilde. Em toda a sua vida, Maria nunca procurou
lugares de honra e de destaque; a sua alegria era servir. Que ela nos ajude a
ser “pequeninos”.
Escondeste estas coisas aos sábios e
entendidos e as revelaste aos pequeninos.
Padre Queiroz
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