-Buscar o alimento da vida eterna-José Salviano

 

19 de Abril de 2021-Ano B

 

Evangelho Jo 6,22-29

 

Primeira leitura

1ª Leitura - At 6,8-15

Não conseguiam resistir à sabedoria
e ao Espírito com que ele falava.

Leitura dos Atos dos Apóstolos 6,8-15

Naqueles dias:
Estêvão, cheio de graça e poder,
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
Mas alguns membros da chamada Sinagoga dos Libertos,
junto com cirenenses e alexandrinos,
e alguns da Cilícia e da Ásia,
começaram a discutir com Estêvão.
Porém, não conseguiam
resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
Então subornaram alguns indivíduos, que disseram:
'Ouvimos este homem dizendo blasfêmias
contra Moisés e contra Deus.'
Desse modo, incitaram o povo,
os anciãos e os doutores da Lei,
que prenderam Estêvão e o conduziram ao Sinédrio.
Aí apresentaram falsas testemunhas, que diziam:
'Este homem não cessa de falar
contra este lugar santo e contra a Lei.
E nós o ouvimos afirmar que Jesus Nazareno
ia destruir este lugar e ia mudar os costumes
que Moisés nos transmitiu.'
Todos os que estavam sentados no Sinédrio
tinham os olhos fixos sobre Estêvão,
e viram seu rosto como o rosto de um anjo.
Palavra do Senhor.

 

Reflexão

 

Estêvão foi um apóstolo que surgiu depois que a caminhada dos apóstolos seguidores de Cristo já haviam iniciado o seu trabalho.

Jovem rico de talentos, de grande poder verbal, e acima de tudo cheio de muita fé, praticamente arrasou em seu curto período de trabalho missionário! Ardente, inflamado, e com muita coragem ele enfrentou a tudo e a todos.

E isso logo acabou em provocar a indignação e a fúria dos membros da chamada Sinagoga dos Libertos, que investiram conte a sua pessoa, fazendo de tudo para destruí-lo. Inventaram calúnias, corromperam pessoas para dizer mentiras sobre ele, porém ficaram mais ainda furiosos com a sabedoria com que Estêvão falava.  

Acontece que o poder de fogo de Estêvão lhe vinha de Deus. Estêvão não falava da boca para fara, ele não falava por si, mas sim, ele falava o que o Espírito de Deus o inspirava a falar. E uma prova disso, foi o que aconteceu no final daquela reunião. Todos os que estavam sentados no Sinédrio tinham os olhos fixos sobre Estêvão, e viram seu rosto como o rosto de um anjo.

Evangelho

Evangelho - Jo 6,22-29

Esforçai-vos não pelo alimento que se perde,
mas pelo alimento que permanece até a vida eterna.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 6,22-29

Depois que Jesus saciara os cinco mil homens,
seus discípulos o viram andando sobre o mar.
No dia seguinte, a multidão
que tinha ficado do outro lado do mar
constatou que havia só uma barca
e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos,
mas que eles tinham partido sozinhos.
Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades,
perto do lugar onde tinham comido o pão
depois de o Senhor ter dado graças.
Quando a multidão viu
que Jesus não estava ali,
nem os seus discípulos,
subiram às barcas
e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
Quando o encontraram no outro lado do mar,
perguntaram-lhe:
'Rabi, quando chegaste aqui?'
Jesus respondeu:
'Em verdade, em verdade, eu vos digo:
estais me procurando não porque vistes sinais,
mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos.
Esforçai-vos não pelo alimento que se perde,
mas pelo alimento que permanece até a vida eterna,
e que o Filho do homem vos dará.
Pois este é quem o Pai marcou com seu selo.'
Então perguntaram:
'Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?'
Jesus respondeu:
'A obra de Deus é que acrediteis
naquele que ele enviou'.
Palavra da Salvação.

 

Reflexão

Jesus logo percebeu que o interesse daquelas pessoas sobre a sua chegada ali, era, na verdade motivada pelo último acontecimento. Eles queriam comer mais do alimento que Jesus lhes proporcionou. Então Jesus aproveitou para dizer-lhes que eles, (e todos nós), em vez de ficarmos preocupados pelo alimente oque se perde, nós  devemos buscar, devemos batalhar, pelo alimento que tem duração eterna.

E este alimento é o corpo do Cristo o Filho de Deus vivo, que se fez alimento para a nossa alma, para o sustento da nossa fé.

Infelizmente, a multidão que procuravam Jesus por causa do alimento do corpo, parece não ter entendido muito bem as suas palavras referentes ao verdadeiro ALIMENTO.

Uma prova disso é que após Jesus ter recomendado que eles em vez de estar buscando o alimento do corpo, deveriam buscar também, e principalmente o alimento que não se perde, e que permanecerá   até a vida eterna, o pessoal ali reunido, fez uma pergunta completamente alheia aquele contexto: Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?

Ora, Jesus estava se referindo ao seu corpo feito alimento. Referia-se à Eucaristia. O pão descido do céu, que é o próprio Jesus eucarístico que nos fortalece na fé, e que nos dá força para combater as tentações e inclusive a nós próprios, os nossos vícios e defeitos que nos afastam de uma vida santa.

Porém, é importante aqui lançar um alerta bem oportuno. Apesar que Jesus ter dito que: “quem come minha carne e bebe o meu sangue estará em mim e eu nele, e tem a vida eterna”, o simples ato de comungar sem estar acompanhado de nenhuma oração e meditação da palavra, pode não surtir os efeitos prometidos pelo Mestre. Repare que na Santa Missa, comungamos no final.

Nós começamos pedindo perdão, em seguida meditamos a palavra, comungamos o irmão, rezando que “o amor de Cristo nos uniu” que “Ele está no meio de nós”, e pelo abraço fraterno.

Enfim, depois de muitas orações, só no FINAL DA MISSA é que nós fazemos a refeição, recebendo o CORPO E O SANGUE DE CRISTO.

 

Além do que é preciso estar preparado, isto é, estar sem pecados graves que nos impeçam de receber Jesus eucarístico. Caso contrário, estaremos recebendo a nossa própria condenação.

Comungar é muito sério! Não é assim: A pessoa que há muito tempo não vai à missa, entra na igreja em plena celebração, e na hora da comunhão decide entrar na fila, como se fosse receber uns biscoitos que estão sendo distribuídos...  Não. Não é assim que funciona! Precisamos ter o MÁXIMO RESPEITO PARA COM A HÓSTIA CONSAGRADA! O pão descido do céu, Jesus que se fez alimento, que se deu em sustento da nossa alma.

Ou fazemos do modo correto, com toda devoção, estando preparados, ou não entramos na fila da comunhão. É preferível! É melhor passar batido, e durante a semana buscar a reconciliação através da confissão.

É muito bom estar sempre preparado para receber o pão vivo descido do Céu, fonte de água pura. Seja você um desses!

 

 

Fica com Deus. José Salviano.